jgaspar wrote:O artigo do The Economist é sinistro, mas absolutamente real. No que toca às Ciências Humanas, sobretudo em determinadas áreas consideradas sem interesse prático (como a minha), é um reflexo exacto do que acontece em Portugal. Não há mercado para um doutorado nem nas universidades nem no tecido empresarial. O Pos-Doc surge como o único caminho.
Eu sei do que falo - é esta a minha situação actual! Tenho estado todos estes meses ansiosa à espera dos resultados. Quero prosseguir com o meu trabalho e com o que gosto de fazer. Mas não consigo deixar de pensar se este não será o momento de escolher outro caminho. Daqui a 6 anos, quando estiver perto dos quarenta, e acabar o Pós-Doc. quem dará emprego a alguém que não tem experiência prática de nada? Será que daqui a 6 anos terei possibilidade de ser contratada por uma universidade?
Nos últimos dias, têm-se falado aqui de bolseiros "emocionais" e houve alguém que considerou que não fica bem a um cientista ter emoções. A esse alguém só posso dizer: aqui não estão em causa apenas "bolsas", estão vidas, família, sobrevivência, sonhos e projectos. E um bom cientista precisa de ter tudo isto!
é a chamada estabilidade!! coisa que falta por estes lados. é uma tristeza a situação com que são tratados os cientistas de Portugal!! uma vergonha!