nonoquinhas wrote:Olá a todos!
Boa sorte aos que tiveram bolsa, e coragem e paciência aos que não tiveram.
Há uma discussão neste tópico que me parece que nem vale a pena levantar. A vantagem que os candidatos da 2ª fase levam em relação aos da 1ª. Isso teria algum sentido se o painel de facto avaliasse as publicações e algum curriculum mais. Mas não é o caso. Aqueles +2,5 valores que aparecem no guião para curriculum extra, não é para toda a gente, infelizmente.
Desculpem se estou a magoar alguém, mas não é a minha intenção. Eu tenho cerca de 30 publicações, etc, etc, e tive 0 em curriculum. Mas conheço mais gente nessa situação que ainda teve pior. Nem sequer o mínimo exigível da média de licenciatura mais mestrado tiveram. Por isso até posso dizer que estou com sorte. Levei isso a sério no ano passado quando nem sequer me contabilizaram o mestrado. Meti recurso etc, etc, pensando eu que iriam corrigir o engano. Enganei-me redondamente.
Mas há uma coisa interessante. O painel na minha área é maioritariamente da FEP e do Técnico de Lisboa. Curioso, mas as bolsas da minha área foram quase todas para alunos dessas duas instituições. Parece-vos normal

E pior que isto é que por mais que lutemos e queiramos chegar à justiça, É IMPOSSÍVEL, porque simplesmente não temos maneira de fazer ouvir a nossa voz. Por telefone não chegamos lá. Pela audiência prévia, não gastem muito tempo porque NINGUÉM vai ler isso, há semelhança do ano passado. Só olharam para os casos que estavam na fronteira e não para os casos das injustiças óbvias que eles cometeram. Na minha opinião essa audiência faz sentido para corrigir os potenciais enganos cometidos por eles (estando ainda a tempo de corrigir) e não tanto para dar pozinhos a quem está na fronteira. Este ano na fronteira estão precisamente os casos que não vão poder a audiência prévia, por isso vê-se logo onde vão paras essas coisas – ao lixo - . Resta o recurso, mas aí, infelizmente já não há dinheiro para todos os casos de injustiça. E mesmo que houvesse, talvez haveria mais um ou outro aluno das suas instituições que ainda poderão passar à frente
Já agora, como é possíveis alunos com média de 17 a não terem bolsa, quando o guião é claro nisso e refere que automaticamente terão bolsa sem olhar aos restantes critérios. Era mais sensato se a FCT retirasse esse guião, duque colocá-lo lá para dizer que o seguem e quando no fundo não o fazem.
Meus caros colegas, na minha opinião isto só irá ter solução quando: (1) o painel ser constituído por membros estrangeiro, e imparciais aos processos; (2) Se tiver que ser nacional, não ter mais que um membro de cada instituição, dando assim espaço a que a grande parte das universidades se encontrassem representadas no painel. Caso contrário acontece como na minha área.
Já agora, se tiverem um pouquinho de disponibilidade, façam esse exercício e vão ver que podem chegar a uma conclusão interessantíssima. “As instituições de onde são os painéis levam as bolsas todas e o mérito do candidato, mais programa de trabalho não contam para nada”.
Quem sabe este estudo não poderá dar uma bela tese de doutoramento e talvez financiada pela FCT. Mas não é em qualquer instituição - isto é para descontrair um pouco.
Mas estava a pensar na SIC para avançar com este estudo, que acham?
Boa sorte a todos e não desanimem….força.
nonoquinhas
olá nonoquinhas.
concordo contigo quase tudo, se não mesmo em tudo. ainda nem tinha comentado mais aqui no tópico depois de saber a resposta e conhecer o respectivo quadro de avaliação, pela revolta que senti e ainda sinto.
no ano passado não tive bolsa devido a injustiças na avaliação, entre as quais não me terem contado o mestrado porque não disse *explicitamente* que estava a concluir na altura do concurso, apesar de no recurso ter enviado o certificado de conclusão. se tivessem contado, estava 0.1 acima da linha de corte. pelo caminho na minha avaliação houve uma série de enganos... coisas que diziam nos comentários estar a contar e afinal não e por aí...
não tive bolsa no ano passado, mas pensei que este ano ia conseguir porque ia ter o certificado de mestrado e tinha melhorado de forma razoável o CV, com publicações e comunicações, incluindo uma comunicação oral numa conferência internacional relativamente importante.
enganei-me redondamente! recusaram-ma e, não só estou quase no fim da lista, como não me contaram nada do que fiz este ano que passou e tenho uma pontuação final inferior à do ano passado! é como se tivesse estado de férias o ano todo, não tivesse produzido cientificamente, não tivesse feito cadeiras do plano doutoral, não nada. o resultado seria o mesmo na avaliação. contaram-me a licenciatura com média de 14 + o mestrado e um artigo que publiquei em 2005... este artigo curiosamente no ano passado valeu 0.4, mas este ano valeu 0.2.
reparei, como tu e meio incrédula, que as bolsas vão para pessoas sempre das mesmas (da mesma?) instituição. reparei também que o painel era constituído por sensivelmente as mesmas pessoas do ano passado, não era suposto mudar todos os anos e serem das mais variadas instituições?
na minha opinião não há isenção no que toca a atribuição das bolsas e não há justiça.
não acho justo que a nota de licenciatura tenha tanto peso e que recém-licenciados com média de 16 estejam à frente de pessoas que têm média de 14 de lic. + mestrado + 2 publicações, por exemplo. não faz sentido. o trabalho científico, que exige um certo perfil, dedicação e muitas vezes sacrifícios não é valorizado pela FCT, quando devia ser e muito!
o que resultou disto tudo é que decidi que nem vou recorrer. não vale a pena, pela amostra do ano passado e pelo que vi este ano... o período de audiência prévia ninguém percebe para que serve, mas irei usá-lo para que fique escrito aquilo que penso das avaliações da FCT. provavelmente cai em saco roto, mas irá ficar escrito.
vou suspender este doutoramento, que estava a fazer sem qualquer "ordenado" e pagando as propinas, e o trabalho que estava a desenvolver, que iria em breve ter bons resultados, com boas aplicações imediatas.
tenciono procurar qualquer coisa em ciência (se conseguir) que me sustente este ano e irei usar este ano como um de transição enquanto decido o que fazer, provavelmente a solução é sair do país se quiser continuar a fazer algo relacionado com ciência.
é triste chegar-se a este ponto, mas sinto-me praticamente desacreditada e posta a correr.
enfim, desculpem o testamento...