Propinas de Doutoramento
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Propinas de Doutoramento
Na minha universidade não há consenso entre as várias escolas no que respeita à utilização de parte do valor das propinas de doutoramento para custear algumas despesas dos/as bolseiros/as. Sabemos que algumas escolas canalizam cerca de 90% dessa verba para o/a orientador/a, tendo este/a que a gerir em função das necessidades do/a seu/ua orientando/a. Como bolseira de doutoramento nunca fui abrangida por esta verba, embora saiba que noutras áreas alguns/as colegas têm sido.
Gostava de conhecer outras realidades e perceber melhor como esta questão se processa.
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Na minha instituição, Faculdade de Ciências de Lisboa, até há bem pouco tempo não existiam propinas de doutoramento, embora a FCUL recebesse da FCT a verba para propinas. Cerca de 80% dessa verba era depois canalizada para o trabalho do bolseiro (gerida pelo orientador) a que se chamava vulgarmente dinheiro de bancada.
Actualmente a FCUL cobra propinas. No entanto deconheço qual o destino que é dado às mesmas (embora já tenha concluído um ano de bolsa a FCT ainda não pagou as propinas correspondentes): o mesmo que anteriormente ou o dinheiro é totalmente usado pela faculdade nas despesas correntes com o bolseiro?
Alexandra
Actualmente a FCUL cobra propinas. No entanto deconheço qual o destino que é dado às mesmas (embora já tenha concluído um ano de bolsa a FCT ainda não pagou as propinas correspondentes): o mesmo que anteriormente ou o dinheiro é totalmente usado pela faculdade nas despesas correntes com o bolseiro?
Alexandra
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No meu instituto (ITQB-UNL) sei que parte do dinheiro vem para o grupo de investigação onde estou inserido. Os moldes e a forma como é destribuido desconheço. Devo dizer que o ITQB não tem propina.
Estou no terceiro ano de doutoramento e em Julho veio o dinheiro correspondente ao primeiro ano (2004).
David
P.S: Outra discussao sobre o mesmo assunto:
http://forum.bolseiros.org/viewtopic.php?p=477#477
Estou no terceiro ano de doutoramento e em Julho veio o dinheiro correspondente ao primeiro ano (2004).
David
P.S: Outra discussao sobre o mesmo assunto:
http://forum.bolseiros.org/viewtopic.php?p=477#477
Última edição por Aragao em quinta set 08, 2005 12:45 pm, editado 1 vez no total.
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Estranho. Mas se a FCT paga... será que a Universidade de Notingham não aceita?Luciano A. G. Lucas Escreveu:No meu caso (na Universidade de Notingham, UK) nao tenho que pagar propinas. Mas o meu caso e a excepcao pois eu recebo uma bolsa que inclui o NAO pagamento de propinas.
Normalmente os alunos de PhD tem que pagar propinas e estas sao bastante altas se os alunos forem de fora da UE.
Luciano
No ITQB na UNL também não há propinas de doutoramento... mas claro que o dinheiro que a FCT envia por cada aluno de doutoramento é aceite.
David
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Mal entendido, ou mal explicado :)
Alguma confusao.Aragao Escreveu: Estranho. Mas se a FCT paga... será que a Universidade de Notingham não aceita?
No ITQB na UNL também não há propinas de doutoramento... mas claro que o dinheiro que a FCT envia por cada aluno de doutoramento é aceite.
David
Entao e assim: A Universidade de Nottingham cobra sempre propinas com a excepcao de quando atribui bolsas de doutoramento. Neste caso, quando a Universidade de Nottingham atribui directamente uma bolsa, as propinas de doutoramento nao sao cobradas.
Se a bolsa de doutoramento for atribuida pelo MRC, CR-UK, ou outra organizacao que nao a Universidade, ai o aluno tera que pagar as propinas de doutoramento usando parte dos fundos da bolsa.
Por vezes as organizacoes que atribuem bolsas de doutoramento tem acordos com Universidades ou institutos de investigacao de forma a que as propinas de doutoramento sejam "ignoradas" ou reduzidas.
Alguma coisa mais e so dizer... e eu tento explicar.
Luciano.
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Re: Propinas de Doutoramento
Regulamento do Bolseiro da FCSH
1º - A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa funciona como instituição de acolhimento para bolseiros financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia ou por qualquer outra instituição nacional ou estrangeira.
2º - Os bolseiros da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia encontram-se abrangidos pelo regulamento para concessão de bolsas de investigação científica, definido por esta instituição.
3º - Enquanto instituição de acolhimento, a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas compromete-se a garantir aos bolseiros as condições físicas de trabalho adequadas ao desenvolvimento dos seus trabalhos de investigação.
4º - Particularmente, aos bolseiros de Doutoramento e Pós-Doutoramento, a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas garante:
* a possibilidade de utilização de uma sala com material informático adequado;
* cartão de estudante;
* acesso às bibliotecas e apoio de secretariado
5º - Os bolseiros deverão entregar ao Colégio de Pós-Graduação um relatório anual de actividade.
6º - As receitas da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, recebidas da Fundação para a Ciência e Tecnologia, correspondentes a custos de formação, serão afectadas ao processo de formação de bolseiros mediante parecer do Colégio de Pós–Graduação, que ouvirá as unidades de investigação e departamentos de acolhimento.
http://www.fcsh.unl.pt/invest/bolseiro.asp
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Re: Propinas de Doutoramento
Hoje fiquei a saber o destino do dinheiro que a FCT dá ao ITQB-UNL por cada estudante de doutoramento:asn Escreveu:Na minha universidade não há consenso entre as várias escolas no que respeita à utilização de parte do valor das propinas de doutoramento para custear algumas despesas dos/as bolseiros/as. Sabemos que algumas escolas canalizam cerca de 90% dessa verba para o/a orientador/a, tendo este/a que a gerir em função das necessidades do/a seu/ua orientando/a. Como bolseira de doutoramento nunca fui abrangida por esta verba, embora saiba que noutras áreas alguns/as colegas têm sido.
Gostava de conhecer outras realidades e perceber melhor como esta questão se processa.
as "Verbas de formação / bench fees" para 2005 já foram transferidas pela FCT, e serão brevemente transferidas para os ICVs dos Laboratórios dos Investigadores Responsáveis por cada estudante de doutoramento, na proporção habitual de 25% para o ITQB/ 75% para o ICV.
Miguel Sepúlveda Teixeira
ITQB Director
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Re: Propinas de Doutoramento
Pelo que apurei na FPCE-UL não há uma política definida a este nível que abranja toda a instituição. Não havendo, por defeito, esta instituição, ou qualquer outra, guarda para si todo o dinheiro que a FCT lhe entrega para pagamento das propinas. Dá origem a uma situação injusta: as instituições recebem mais dinheiro de propinas via bolseiros de doutoramento, mesmo não sendo estes a pagar. E tal não se traduz em qualquer mais valia, se não, muitas vezes, o oposto já que muitas vezes o bolseiro é mão-de-obra barata para a instituição.asn Escreveu: Gostava de conhecer outras realidades e perceber melhor como esta questão se processa.
Vejamos este caso: um doutoranto da FPCE-UL paga 1500 euros no 1.º ano e 1000 nos restantes. Um bolseiro de doutoramento da FCT "dá" à FPCE-UL anualmente cerca de 2750 euros. As diferenças (1250 euros no primeiro ano e 1750 euros nos restantes) são, não hevendo qualquer acordo, para a FPCE-UL.
No meu caso, apurei haver um acordo entre o meu orientador (e seus orientandos onde me incluo) onde este gere estas verbas dirigindo metade daquela diferença para o orientando e a outra metade para a instituição. Isto é, eu posso apresentar facturas (livros, fotocópias e porventura bilhetes de viagens) de 625 euros no primeiro ano e 875 euros nos seguintes.
Mesmo sabendo que o dinheiro que a FCT dá à FPCE-UL para as propinas vem com muito atraso, há aqui, na gestão do remanescente, um silêncio cumplice por parte ou da instituição acolhedora ou da FCT que me parece eticamente questionável: porque há-de a instituição receber mais dinheiro de propinas por o doutorando ser um bolseiro? Sendo bolseiro dá mais despesa à instituição? Porque não há-de esse dinheiro ser para bolseiro?
Quase que se podia julgar que a instituição acolhedora pensaria o seguinte: "de um doutorando ordinário recebemos as propinas no prazo que impomos para o seu pagamento; de um doutorando bolseiro apenas recebemos as propinas quando a instituição que lhe paga a bolsa resolve enviar-nos o dinheiro das propinas. E é tanto tempo depois de o doutorando começar o doutoramento, com tanto atraso, que merecemos receber mais". Pfffffffff!
E não ha nenhum regulamento na FCT que defina explicitamente para onde vai este diferencial. Por outro lado existe também o silêncio cumplice dos orientadores que propicia esta situação.
Homo sum, humani nihil a me alienum puto.
"A educação é um sistema de ignorância imposto" (Noam Chomsky)
Re: Propinas de Doutoramento
Realmente é uma cumplicidade deveras questionavel. Principalmente quando os bolseiros que estao no estrangeiro tem que pedir o dinheiro e apresentar a factura/recibo (prova) em como foram eles a pagar essa quantia.chriskimsey Escreveu: Pelo que apurei na FPCE-UL não há uma política definida a este nível que abranja toda a instituição. Não havendo, por defeito, esta instituição, ou qualquer outra, guarda para si todo o dinheiro que a FCT lhe entrega para pagamento das propinas. Dá origem a uma situação injusta: as instituições recebem mais dinheiro de propinas via bolseiros de doutoramento, mesmo não sendo estes a pagar. E tal não se traduz em qualquer mais valia, se não, muitas vezes, o oposto já que muitas vezes o bolseiro é mão-de-obra barata para a instituição.
Vejamos este caso: um doutoranto da FPCE-UL paga 1500 euros no 1.º ano e 1000 nos restantes. Um bolseiro de doutoramento da FCT "dá" à FPCE-UL anualmente cerca de 2750 euros. As diferenças (1250 euros no primeiro ano e 1750 euros nos restantes) são, não hevendo qualquer acordo, para a FPCE-UL.
No meu caso, apurei haver um acordo entre o meu orientador (e seus orientandos onde me incluo) onde este gere estas verbas dirigindo metade daquela diferença para o orientando e a outra metade para a instituição. Isto é, eu posso apresentar facturas (livros, fotocópias e porventura bilhetes de viagens) de 625 euros no primeiro ano e 875 euros nos seguintes.
Mesmo sabendo que o dinheiro que a FCT dá à FPCE-UL para as propinas vem com muito atraso, há aqui, na gestão do remanescente, um silêncio cumplice por parte ou da instituição acolhedora ou da FCT que me parece eticamente questionável: porque há-de a instituição receber mais dinheiro de propinas por o doutorando ser um bolseiro? Sendo bolseiro dá mais despesa à instituição? Porque não há-de esse dinheiro ser para bolseiro?
Quase que se podia julgar que a instituição acolhedora pensaria o seguinte: "de um doutorando ordinário recebemos as propinas no prazo que impomos para o seu pagamento; de um doutorando bolseiro apenas recebemos as propinas quando a instituição que lhe paga a bolsa resolve enviar-nos o dinheiro das propinas. E é tanto tempo depois de o doutorando começar o doutoramento, com tanto atraso, que merecemos receber mais". Pfffffffff!
E não ha nenhum regulamento na FCT que defina explicitamente para onde vai este diferencial. Por outro lado existe também o silêncio cumplice dos orientadores que propicia esta situação.
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Nao sei se sou de acordo que o remanescente deva ir directamente para o bolso do bolseiro, mas diria por exemplo para despesas de viagens, alojamento, etc. Faria mais sentido (e talvez mais legal, mas ai' nao toco porque nao tenho os dados todos) que assim fosse do que ficar a mais na instituicao.
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Re: Propinas de Doutoramento
Muito recentemente foi publicado em DR a lista das instituições para quem a FCT enviou dinheiro e respectivo numerário relativos aos 1.º e 2.º semestres de 2006. Suponho que muitas das transferências digam respeito ao pagamento das propinas de doutoramento exigidas pelas instituições já que há transferências relativas a um numerário de 2750 (precisamente a quantia que a FCT paga por ano à instituição acohedora).
Então... aviso à navegação: quem tiver a regra formal ou o acordo informal de receber parte da diferença entre os 2750 euros e a quantia da respectiva propina de doutoramento, pode chamar a à atenção do orientador e/ou instituição acolhedora que está na hora de receber parte do dinheiro. Informem-se.
No que me diz respeito são 625 euros...
chriskimsey
Então... aviso à navegação: quem tiver a regra formal ou o acordo informal de receber parte da diferença entre os 2750 euros e a quantia da respectiva propina de doutoramento, pode chamar a à atenção do orientador e/ou instituição acolhedora que está na hora de receber parte do dinheiro. Informem-se.
No que me diz respeito são 625 euros...
chriskimsey
"A educação é um sistema de ignorância imposto" (Noam Chomsky)