Olá.
Já acabei o doutoramento há alguns anos e temo estar algo desactualizado face à actualidade. Era melhor que alguém que tenha concorrido há menos tempo te respondesse. Na ausência de outras respostas, tentarei ajudar.
Nota também que apenas posso falar do que conheço dos concursos de bolsas anteriores, em concursos futuros as coisas poderão mudar.
AnaMR Escreveu:(...) 1- Tendo em conta que as candidaturas aos Programas Doutorais das Universidades/Instituições têm os seu prazos de candidatura específicos, o que se faz ou deve fazer primeiro: Candidatura à Bolsa de Doutoramento ou candidatura ao Programa Doutoral (PD) na faculdade? É que já tenho ouvido que se candidata 1º à bolsa, mas tem que se falar antecipadamente com o que será o orientador, etc., o que para mim me faz pouco sentido porque os PD têm vagas limitadas.
Atenção que actualmente há dois tipos de bolsas: distribuídas através de programas doutorais (novidade este ano, e apenas para uma minoria de planos doutorais) e directamente pela FCT. Para as bolsas de programas doutorais creio que tens de concorrer aos programas respectivos. Para o concurso geral, tens de arranjar um orientador e instituição, mas não sei se és obrigada a concorrer de antemão. "No meu tempo" (concorri em 1999) fazia-se uma inscrição provisória, e só se a bolsa fosse aprovada é que se transformava essa inscrição provisória em definitiva, mas não havia programas doutorais nos termos em que há hoje.
AnaMR Escreveu:2- No seguimento da questão anterior, no que respeita aos Orientadores e ao tema da tese de doutoramento para o plano de trabalhos, como é que isso se processa? Sei que posso propôr um tema, mas existem temas já propostos à semelhança do que acontece no Mestrado? E se só terei um tema de tese, terei de fazer um género de Estado de Arte do tema para o plano de trabalhos exigido pela FCT para pedir a bolsa? E esse plano de trabalhos tem de ser redigido em inglês?
Imagino que no caso de bolsas a distribuir pelos programas doutorais isso dependa da forma como a instituição definir as coisas.
No caso do concurso geral o programa de trabalhos tem podido ser redigido quer em Português quer em Inglês.
Em princípio terás de encontrar um orientador, e se tiveres ideias, possivelmente até poderias tu desenhar um projecto, mas creio que o mais normal é que seja o orientador a te dar indicações sobre o que fazer. Em teoria tu é que escreves tudo. Dependendo dos casos, poderás ter de ser tu a efectivamente escrever tudo ou quase, ou o orientador até ter alguma coisa já definida e teres verdadeiramente de escrever pouca coisa.
AnaMR Escreveu:3- Também vi no site da Fundação que as instituições acolhedoras têm 20 % de peso creio, na candidatura à bolsa, e os laboratórios associados têm boa cotação nesse peso. No caso, por exemplo, de realizar o doutoramento na Universidade do Minho, terei que estar sempre associada a um laboratório, independentemente da própria Universidade ter laboratórios associados (como o caso do ICS/3B's)? Ou os cursos em si já estão automaticamente associados a determinado laboratório/unidade? É preciso apresentar algum documento respectivamente a isso?
No último ano, no caso das bolsas directamente da FCT, a classificação era dividida em mérito do Candidato (40% da classificação), do Programa de Trabalhos (40%) e das Condições de Acolhimento (20%), sendo que nas Condições de Acolhimento 70% (ou seja, 14% do total) correspondiam ao orientador principal e 30% (ou seja, 6% do total) à instituição em si. Ou seja, é alguma coisa, mas há outras coisas que contam muito mais, inclusive o orientador conta mais que a instituição. Se a instituição fosse parte de um Lab Associado tinha classificação 5 por não haver avaliações dos lab. associados, que entretanto estão a ser feitas, pelo que possivelmente no próximo ano não terão automaticamente nota 5.
Moral da história: claro que é bom ter o melhor orientador e instituição possível, mas outros factores, como um bom Programa de Trabalhos (que possivelmente dependerá muito do apoio que o teu orientador te der) contarão mais.
Nota que neste último ano a classificação do orientador dependia não só do estatuto e produção científica dele, mas também do número de doutorandos - sendo que alguém com mais de 5 doutorandos financiados pela FCT teria uma classificação má.
AnaMR Escreveu:4- Ouvi também que a agregação com uma equipa de investigadores é valorizada. Há algum senão do projecto investigativo ser realizado sozinho/a (e com os orientadores)? Ou a questão da equipa é para outro tipo de concurso de bolsas?(...)
Não sei se entendo bem. À partida nunca trabalharás sozinha, terás de ter pelo menos um orientador, pelo menos no papel (pelo que estarás inserida numa equipa). Mas é possível que seja valorizado o facto de o teu projecto de doutoramento estar associado a um projecto de investigação aprovado para financiamento pela FCT - o que também te facilitará a vida pois provavelmente podes reciclar parte do texto do projecto para o teu programa de trabalhos...
Boa sorte.
. Desde já agradeço.
. Entretanto vou continuar a informar-me melhor sobre o assunto. Obrigada 