Ser feliz
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- cientista assíduo
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Ser feliz
Olá caros colegas e persistentes.
Eu, pela segunda vez, vi o meu projecto recusado por acharem que era demasiado ambicioso. Dizem que é um bom projecto, com objectivos pertinentes e bem definidos mas que é demasiado ambicioso.
Queria aplicar os meus conhecimentos como doutorada e mão-de-obra especializada que sou, no desenvolvimento do nosso país e até tinha um projecto de futura empresa que iria em muito ajudar a produção agrícola em Portugal. Recusam porque acham que estou a querer demais, a querer ajudar o meu país a desenvolver-se com novas tecnologias adaptadas à pouca industria que ainda nos sobra...
Não posso fazer mais nada por este lado. Sinto-me frustrada em querer ajudar quem não quer ser ajudado. Já emigrei duas vezes na minha vida e tenho um filho pequeno que depende apenas de mim pois o pai 'foi-se'. Não quero emigrar outra vez e acho que tenho direito a viver no país que ainda amo e que é a minha casa.
Desisto da ciência! Andei 16 anos a estudar ciência, a pensar que era uma bela coisa que podia ajudar a desenvolver os povos mas enganei-me. Fartei-me de andar a mendigar migalhinhas em bolsas FCT que, afinal são sempre trabalho precário.
Não mendigo mais. Não me sinto dignificada ao saber que tenho de andar a mendigar bolsas para ajudar o meu país a ser melhor.
Acabou-se a ciência para mim.
Vou abrir um negócio próprio para crianças e serei de certeza mais feliz assim. Estou, pelo menos, a ajudar uma nova geração a crescer. Uma geração que talvez venha um dia a perceber que a ciência não é um frete para o Estado mas sim uma grande mais-valia!
Muito boa sorte a todos!
Só se vive uma vez e todos temos o direito de ser felizes!
Eu, pela segunda vez, vi o meu projecto recusado por acharem que era demasiado ambicioso. Dizem que é um bom projecto, com objectivos pertinentes e bem definidos mas que é demasiado ambicioso.
Queria aplicar os meus conhecimentos como doutorada e mão-de-obra especializada que sou, no desenvolvimento do nosso país e até tinha um projecto de futura empresa que iria em muito ajudar a produção agrícola em Portugal. Recusam porque acham que estou a querer demais, a querer ajudar o meu país a desenvolver-se com novas tecnologias adaptadas à pouca industria que ainda nos sobra...
Não posso fazer mais nada por este lado. Sinto-me frustrada em querer ajudar quem não quer ser ajudado. Já emigrei duas vezes na minha vida e tenho um filho pequeno que depende apenas de mim pois o pai 'foi-se'. Não quero emigrar outra vez e acho que tenho direito a viver no país que ainda amo e que é a minha casa.
Desisto da ciência! Andei 16 anos a estudar ciência, a pensar que era uma bela coisa que podia ajudar a desenvolver os povos mas enganei-me. Fartei-me de andar a mendigar migalhinhas em bolsas FCT que, afinal são sempre trabalho precário.
Não mendigo mais. Não me sinto dignificada ao saber que tenho de andar a mendigar bolsas para ajudar o meu país a ser melhor.
Acabou-se a ciência para mim.
Vou abrir um negócio próprio para crianças e serei de certeza mais feliz assim. Estou, pelo menos, a ajudar uma nova geração a crescer. Uma geração que talvez venha um dia a perceber que a ciência não é um frete para o Estado mas sim uma grande mais-valia!
Muito boa sorte a todos!
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- cientista regular
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Re: Ser feliz
Percebo a tua indignação Paula, e apesar de andar nesta vida a muito menos tempo, percebo os teus sentimentos.
Desejo-te toda a felicidade do mundo!
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- investigador em formação
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Re: Ser feliz
paulasbrito Escreveu:Olá caros colegas e persistentes.
Eu, pela segunda vez, vi o meu projecto recusado por acharem que era demasiado ambicioso. Dizem que é um bom projecto, com objectivos pertinentes e bem definidos mas que é demasiado ambicioso.
Queria aplicar os meus conhecimentos como doutorada e mão-de-obra especializada que sou, no desenvolvimento do nosso país e até tinha um projecto de futura empresa que iria em muito ajudar a produção agrícola em Portugal. Recusam porque acham que estou a querer demais, a querer ajudar o meu país a desenvolver-se com novas tecnologias adaptadas à pouca industria que ainda nos sobra...
Não posso fazer mais nada por este lado. Sinto-me frustrada em querer ajudar quem não quer ser ajudado. Já emigrei duas vezes na minha vida e tenho um filho pequeno que depende apenas de mim pois o pai 'foi-se'. Não quero emigrar outra vez e acho que tenho direito a viver no país que ainda amo e que é a minha casa.
Desisto da ciência! Andei 16 anos a estudar ciência, a pensar que era uma bela coisa que podia ajudar a desenvolver os povos mas enganei-me. Fartei-me de andar a mendigar migalhinhas em bolsas FCT que, afinal são sempre trabalho precário.
Não mendigo mais. Não me sinto dignificada ao saber que tenho de andar a mendigar bolsas para ajudar o meu país a ser melhor.
Acabou-se a ciência para mim.
Vou abrir um negócio próprio para crianças e serei de certeza mais feliz assim. Estou, pelo menos, a ajudar uma nova geração a crescer. Uma geração que talvez venha um dia a perceber que a ciência não é um frete para o Estado mas sim uma grande mais-valia!
Muito boa sorte a todos!
Só se vive uma vez e todos temos o direito de ser felizes!
Eu percebo a frustação, mas não te estarás a precipitar? É que por muito que também queiras ajudar Portugal com o teu projecto, com as tuas capacidades cientificas, de certeza que não andaste 16 anos a estudar ciência só para ajudar Portugal a andar para a frente. De certeza que também tens motivações mais pessoais/egoistas para trabalhar neste área. Vais esquecer essas motivações e conseguir ser feliz?
Para além de que, desculpa que te diga, acho que exageras nisso de o teu projecto poder ajudar muito Portugal, mas que a FCT não quer ser ajudada e que isto e aquilo. Tu não foste selecionada, mas na tua área de certeza que houve gente que foi. Sabes se os outros projectos não foram também inovadores, que não ajudam Portugal? Não será que a FCT quer mesmo ser "ajudada" a evoluir Portugal, mas achou que outros projectos nessa área seriam melhores para isso?
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- cientista assíduo
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Re: Ser feliz
Pelo que leio aqui no fórum não me parece que os critérios de atribuição ou não de bolsas sejam 'o que é melhor para Portugal'. Mas sim outros muitas vezes menos importantes.The Blues Escreveu:paulasbrito Escreveu:Olá caros colegas e persistentes.
Eu, pela segunda vez, vi o meu projecto recusado por acharem que era demasiado ambicioso. Dizem que é um bom projecto, com objectivos pertinentes e bem definidos mas que é demasiado ambicioso.
Queria aplicar os meus conhecimentos como doutorada e mão-de-obra especializada que sou, no desenvolvimento do nosso país e até tinha um projecto de futura empresa que iria em muito ajudar a produção agrícola em Portugal. Recusam porque acham que estou a querer demais, a querer ajudar o meu país a desenvolver-se com novas tecnologias adaptadas à pouca industria que ainda nos sobra...
Não posso fazer mais nada por este lado. Sinto-me frustrada em querer ajudar quem não quer ser ajudado. Já emigrei duas vezes na minha vida e tenho um filho pequeno que depende apenas de mim pois o pai 'foi-se'. Não quero emigrar outra vez e acho que tenho direito a viver no país que ainda amo e que é a minha casa.
Desisto da ciência! Andei 16 anos a estudar ciência, a pensar que era uma bela coisa que podia ajudar a desenvolver os povos mas enganei-me. Fartei-me de andar a mendigar migalhinhas em bolsas FCT que, afinal são sempre trabalho precário.
Não mendigo mais. Não me sinto dignificada ao saber que tenho de andar a mendigar bolsas para ajudar o meu país a ser melhor.
Acabou-se a ciência para mim.
Vou abrir um negócio próprio para crianças e serei de certeza mais feliz assim. Estou, pelo menos, a ajudar uma nova geração a crescer. Uma geração que talvez venha um dia a perceber que a ciência não é um frete para o Estado mas sim uma grande mais-valia!
Muito boa sorte a todos!
Só se vive uma vez e todos temos o direito de ser felizes!
Eu percebo a frustação, mas não te estarás a precipitar? É que por muito que também queiras ajudar Portugal com o teu projecto, com as tuas capacidades cientificas, de certeza que não andaste 16 anos a estudar ciência só para ajudar Portugal a andar para a frente. De certeza que também tens motivações mais pessoais/egoistas para trabalhar neste área. Vais esquecer essas motivações e conseguir ser feliz?
Para além de que, desculpa que te diga, acho que exageras nisso de o teu projecto poder ajudar muito Portugal, mas que a FCT não quer ser ajudada e que isto e aquilo. Tu não foste selecionada, mas na tua área de certeza que houve gente que foi. Sabes se os outros projectos não foram também inovadores, que não ajudam Portugal? Não será que a FCT quer mesmo ser "ajudada" a evoluir Portugal, mas achou que outros projectos nessa área seriam melhores para isso?
Porém, Eu sei que pareço estar a ser melodramática, Deixei mesmo de acreditar e não me apetece mendigar, só isso. Eu sei que é o que os cientistas e investigadores em Portugal têm à disposição (o raio das bolsas FCT), mas tudo isso para mim não faz muito sentido. Faria sentido sim outro tipo 'empregos' aos investigadores. Mas isso é outra conversa.
Quero ter dignidade e não andar a pedinchar 'por favor dêm-me lá uma bolsa para eu ganhar um dinheirinho e chegar a velha e não ter um tostão por tudo aquilo que trabalhei e fiz ao longo da vida". Percebes?
Gosto de ciência e continuarei sempre a gostar mas será, a partir de agora, um hobbie e não uma profissão(precária, ainda por cima). E isso não me fará pouco feliz. É uma paixão, mas não se vive disso.
É bastante simples e linear.
Como dizer, por exemplo, a minha paixão é cozinhar. Mas não ganho sustento a cozinhar. Cozinho em casa para os amigos e família e sinto-me bem com isso. Ganhar dinheiro e estabilidade para a velhice? Isso é outra coisa. Afinal, quantos de nós têm o emprego perfeito? Quantos de nós fazem exacatmente aquilo com que sempre sonharam e têm o contrato de trabalho ideal e o salário ideal?
bem hajam todos vocês, são todos belas pessoas e grandes portugueses!
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- cientista assíduo
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Re: Ser feliz
Após 6 anos a fazer investigação, estou completamente de acordo contigo, Paula. E se ainda faço ciência, é porque não consegui arranjar alternativa que me permita cumprir com as minhas obrigações.paulasbrito Escreveu:Pelo que leio aqui no fórum não me parece que os critérios de atribuição ou não de bolsas sejam 'o que é melhor para Portugal'. Mas sim outros muitas vezes menos importantes.The Blues Escreveu:paulasbrito Escreveu:Olá caros colegas e persistentes.
Eu, pela segunda vez, vi o meu projecto recusado por acharem que era demasiado ambicioso. Dizem que é um bom projecto, com objectivos pertinentes e bem definidos mas que é demasiado ambicioso.
Queria aplicar os meus conhecimentos como doutorada e mão-de-obra especializada que sou, no desenvolvimento do nosso país e até tinha um projecto de futura empresa que iria em muito ajudar a produção agrícola em Portugal. Recusam porque acham que estou a querer demais, a querer ajudar o meu país a desenvolver-se com novas tecnologias adaptadas à pouca industria que ainda nos sobra...
Não posso fazer mais nada por este lado. Sinto-me frustrada em querer ajudar quem não quer ser ajudado. Já emigrei duas vezes na minha vida e tenho um filho pequeno que depende apenas de mim pois o pai 'foi-se'. Não quero emigrar outra vez e acho que tenho direito a viver no país que ainda amo e que é a minha casa.
Desisto da ciência! Andei 16 anos a estudar ciência, a pensar que era uma bela coisa que podia ajudar a desenvolver os povos mas enganei-me. Fartei-me de andar a mendigar migalhinhas em bolsas FCT que, afinal são sempre trabalho precário.
Não mendigo mais. Não me sinto dignificada ao saber que tenho de andar a mendigar bolsas para ajudar o meu país a ser melhor.
Acabou-se a ciência para mim.
Vou abrir um negócio próprio para crianças e serei de certeza mais feliz assim. Estou, pelo menos, a ajudar uma nova geração a crescer. Uma geração que talvez venha um dia a perceber que a ciência não é um frete para o Estado mas sim uma grande mais-valia!
Muito boa sorte a todos!
Só se vive uma vez e todos temos o direito de ser felizes!
Eu percebo a frustação, mas não te estarás a precipitar? É que por muito que também queiras ajudar Portugal com o teu projecto, com as tuas capacidades cientificas, de certeza que não andaste 16 anos a estudar ciência só para ajudar Portugal a andar para a frente. De certeza que também tens motivações mais pessoais/egoistas para trabalhar neste área. Vais esquecer essas motivações e conseguir ser feliz?
Para além de que, desculpa que te diga, acho que exageras nisso de o teu projecto poder ajudar muito Portugal, mas que a FCT não quer ser ajudada e que isto e aquilo. Tu não foste selecionada, mas na tua área de certeza que houve gente que foi. Sabes se os outros projectos não foram também inovadores, que não ajudam Portugal? Não será que a FCT quer mesmo ser "ajudada" a evoluir Portugal, mas achou que outros projectos nessa área seriam melhores para isso?
Porém, Eu sei que pareço estar a ser melodramática, Deixei mesmo de acreditar e não me apetece mendigar, só isso. Eu sei que é o que os cientistas e investigadores em Portugal têm à disposição (o raio das bolsas FCT), mas tudo isso para mim não faz muito sentido. Faria sentido sim outro tipo 'empregos' aos investigadores. Mas isso é outra conversa.
Quero ter dignidade e não andar a pedinchar 'por favor dêm-me lá uma bolsa para eu ganhar um dinheirinho e chegar a velha e não ter um tostão por tudo aquilo que trabalhei e fiz ao longo da vida". Percebes?
Gosto de ciência e continuarei sempre a gostar mas será, a partir de agora, um hobbie e não uma profissão(precária, ainda por cima). E isso não me fará pouco feliz. É uma paixão, mas não se vive disso.
É bastante simples e linear.
Como dizer, por exemplo, a minha paixão é cozinhar. Mas não ganho sustento a cozinhar. Cozinho em casa para os amigos e família e sinto-me bem com isso. Ganhar dinheiro e estabilidade para a velhice? Isso é outra coisa. Afinal, quantos de nós têm o emprego perfeito? Quantos de nós fazem exacatmente aquilo com que sempre sonharam e têm o contrato de trabalho ideal e o salário ideal?
bem hajam todos vocês, são todos belas pessoas e grandes portugueses!
Desejo-te muita sorte e felicidade nesse teu novo projecto!
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- cientista assíduo
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Re: Ser feliz
Olá a todos!
Só vim aqui para vos desejar toda a sorte que precisam (e mais alguma!)
Em Janeiro abre o meu estabelecimento para crianças e não me podia sentir mais contente. Se vai correr bem? não sei. Se chega para o sustento do meu bebé e do meu? Não sei.
O que sei é que, pelo menos, tenho uma coisa minha, onde sou eu que pago pelos meus erros, onde sou eu que aprendo e crio as coisas, onde não ando a mendigar que me dêm uma bolsa para que possa sobreviver mais um ou dois anos, onde não tenho de saber que quando chegar a velha não tenho nada!
Dependerá apenas de mim o meu sucesso e não dos avaliadores das FCT que muitas vezes se enganam. Quis e tentei ser investigadora. Agora? Agora percebi que não, que não é possivel querer uma coisa que não tem porta (nem de entrada nem de saída!).
Alguns, poucos, conseguirão fazer investigação para a vida e ter estabilidade profissional e desejo toda a sorte para vocês nesse sentido. Eu? Eu vou ser feliz!
beijinhs e abraços a todos colegas!
Só vim aqui para vos desejar toda a sorte que precisam (e mais alguma!)
Em Janeiro abre o meu estabelecimento para crianças e não me podia sentir mais contente. Se vai correr bem? não sei. Se chega para o sustento do meu bebé e do meu? Não sei.
O que sei é que, pelo menos, tenho uma coisa minha, onde sou eu que pago pelos meus erros, onde sou eu que aprendo e crio as coisas, onde não ando a mendigar que me dêm uma bolsa para que possa sobreviver mais um ou dois anos, onde não tenho de saber que quando chegar a velha não tenho nada!
Dependerá apenas de mim o meu sucesso e não dos avaliadores das FCT que muitas vezes se enganam. Quis e tentei ser investigadora. Agora? Agora percebi que não, que não é possivel querer uma coisa que não tem porta (nem de entrada nem de saída!).
Alguns, poucos, conseguirão fazer investigação para a vida e ter estabilidade profissional e desejo toda a sorte para vocês nesse sentido. Eu? Eu vou ser feliz!
beijinhs e abraços a todos colegas!
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- investigador em formação
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- Registado: domingo jul 31, 2011 5:19 pm
- University/ Institute: Universidade do Minho
Re: Ser feliz
Paula, posso ser sincero?
Em primeiro lugar eu acho que só os fracos desistem. Até se pode morrer a tentar, mas é esse tipo de atitude com que me identifico.
Em segundo lugar, ninguém vai tirar um doutoramento a pensar na estabilidade financeira, acho eu. Um doutoramento é mais uma das ferramentas para fazer ciência, e isso deve ser a maior motivação de quem se mete nisto, ter mesmo GOSTO e fazer isto por paixão.
Em terceiro lugar não percebo porque não avançaste para a tua empresa ligada ao sector agrícola. Leva-me a pensar que ias provavelmente usar o trabalho do projeto da FCT como alavanca, é isso?
Desejo-te muita felicidade, mas tb quis deixar a minha opinião.
Em primeiro lugar eu acho que só os fracos desistem. Até se pode morrer a tentar, mas é esse tipo de atitude com que me identifico.
Em segundo lugar, ninguém vai tirar um doutoramento a pensar na estabilidade financeira, acho eu. Um doutoramento é mais uma das ferramentas para fazer ciência, e isso deve ser a maior motivação de quem se mete nisto, ter mesmo GOSTO e fazer isto por paixão.
Em terceiro lugar não percebo porque não avançaste para a tua empresa ligada ao sector agrícola. Leva-me a pensar que ias provavelmente usar o trabalho do projeto da FCT como alavanca, é isso?
Desejo-te muita felicidade, mas tb quis deixar a minha opinião.
-
- cientista assíduo
- Mensagens: 190
- Registado: segunda jun 14, 2010 11:23 am
- University/ Institute: ISEL
Re: Ser feliz
Eu já tirei o doutoramento e tentei o pos-doc. E tens razão, só os fracos desistem. Eu não desisti, apenas enveredei por algo que também gosto muito (as crianças). Mas sabes, a paixão é uma coisa muito relativa quando se trata de susbsistência e perspectivas de futuro. O meu filho come sopa, não come toda a paixão e amor que tenho por ele! Além disso, o meu projecto tem contemplado, lá mais para a frente e se a coisa correr bem, uma iniciativa para ensinar ciência às crianças e mostrar esse lado da vida que, quanto a mim, está um pouco descurado em Portugal.a3mlord Escreveu:Paula, posso ser sincero?
Em primeiro lugar eu acho que só os fracos desistem. Até se pode morrer a tentar, mas é esse tipo de atitude com que me identifico.
Em segundo lugar, ninguém vai tirar um doutoramento a pensar na estabilidade financeira, acho eu. Um doutoramento é mais uma das ferramentas para fazer ciência, e isso deve ser a maior motivação de quem se mete nisto, ter mesmo GOSTO e fazer isto por paixão.
Em terceiro lugar não percebo porque não avançaste para a tua empresa ligada ao sector agrícola. Leva-me a pensar que ias provavelmente usar o trabalho do projeto da FCT como alavanca, é isso?
Desejo-te muita felicidade, mas tb quis deixar a minha opinião.
Obrigada pelas tuas palavras e espero sinceramente que sigas a tua paixão com dignidade e que consigas fazer disso o teu sustento para o futuro.
-
- recém-chegado
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- Registado: sábado set 17, 2011 2:11 pm
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Re: Ser feliz
Olá a todos,
No que diz respeito à persistência ou desistência de cada um, penso que isso é algo muito pessoal. No entanto, vejo-me obrigado a concordar com o facto de os critérios para a atribuição das bolsas serem um pouco arbitrários. Estou à vontade para o dizer pois sou bolseiro. Não obstante a haver pessoas muito qualificadas e competentes a realizar investigação com o financiamento da FCT, também é verdade que há muito jogo de interesses e disputas pessoais. E mais grave: não há vontade de acabar com isto! Revisão por pares nas bolsas, sim, mas deveria ser com pares estrangeiros (painel de avaliação estrangeiro). Nestes de cá, poucos são os que merecem credibilidade (falo na minha área científica).
Abraço
No que diz respeito à persistência ou desistência de cada um, penso que isso é algo muito pessoal. No entanto, vejo-me obrigado a concordar com o facto de os critérios para a atribuição das bolsas serem um pouco arbitrários. Estou à vontade para o dizer pois sou bolseiro. Não obstante a haver pessoas muito qualificadas e competentes a realizar investigação com o financiamento da FCT, também é verdade que há muito jogo de interesses e disputas pessoais. E mais grave: não há vontade de acabar com isto! Revisão por pares nas bolsas, sim, mas deveria ser com pares estrangeiros (painel de avaliação estrangeiro). Nestes de cá, poucos são os que merecem credibilidade (falo na minha área científica).
Abraço