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funções do doutorando na instituição de acolhimento
Posted: Thu Jun 30, 2011 11:44 am
by mgcmartins
car@s colegas,
tenho passado por uma situação um bocado estranha. minha relação com o meu orientador é a pior possível. isto porque, desde sempre, ele quer que eu esteja a trabalhar duplamente: tanto na minha tese, como em outras coisas do grupo de investigação que ele coordena (um dos grupos da minha instituição de acolhimento) e nego-me, por vezes. o que ele quer que eu faça relaciona-se a uma panóplia de coisas (tudo política, delimitação de território!), que vão desde estar a realizar workshops no seu quadro teórico (que eu ainda não domino!), até coisas como organizar congressos, participar doutros projectos de investigação. é óbvio que isso não me tem sido fácil e, por vezes, como já disse, tenho de lhe dizer não. digo não, porque são pequenas coisas que se vão acumulando e acabam por virar obrigações, além disso atrapalham-me imenso nos meus estudos.
insatisfeito, o meu orientador deu-me um ultimato: ou eu fazia o que ele queria, ou eu deixaria de fazer parte do seu grupo de investigação. depois de ponderar, achei melhor desistir do grupo, já que meu compromisso é com a minha tese (e com a fct!).
o absurdo põe-se porque o meu orientador estendeu essa decisão à minha relação com a instituição de acolhimento, de modo que, a partir de então, a minha relação com a instituição seria apenas pró-forma, e eu deixaria de ter um espaço para trabalhar (uma secretária, um computador, etc.). enfim, eu NÃO frequentaria mais a instituição de acolhimento (fui excluído: sociopata? leproso? o que sou?).
mandei um email à instituição, a pedir que me seja atribuído novo espaço de trabalho. entretanto, a direcção da instituição permanece em silêncio, como se nada fosse com ela. e o meu orientador é explícito em dizer que eu só posso ter aquela instituição de acolhimento se eu trabalhar para ela (repito: trabalhos que nada têm a ver com o meu doutoramento!).
penso que já há bastantes informações sobre a minha situação (posso referir mais, se caso for), o suficiente para perguntar aos colegas mais experientes o que pensam sobre isso. estou a seer razoável em dizer não ao meu orientador? ou será que devo estar a fazer o que ele quer, mesmo que isso coloque em risco o meu trabalho? devo trabalhar para a instituição de acolhimento noutras funções que não a minha principal? essa é uma condição sine qua non para que eu tenha uma instituição de acolhimento?
toda essa situação muito me assusta.
a quem me puder dar uma luz agradeço muito,
Re: funções do doutorando na instituição de acolhimento
Posted: Thu Jun 30, 2011 1:32 pm
by The Blues
Uma pergunta, esse teu não refere-se a tudo o que o teu orientador quer que tu faças ou apenas que disseste que não podias fazer uma ou outra coisa que ele queria?
EDIT: Li mal, já que respondeste a essa pergunta no teu texto. Desculpa que te diga, mas fazes muito mal. POr muito que o objectivo final seja obter o grau, o que é um objectivo pessoal, tu estás integrado num grupo de investigação nesse período de tempo. Como tal tens deveres e direitos, direito de conseguir trabalhar para tese e dever de te integrar nesse grupo e também ires trabalhando com o teu orientador e fazer o que ele te diz, desde que ele não abuse. O que pelo que dizes ele não tem feito, tu é que não estás a gostar de não trabalhar só para a tua tese. Para além de que não percebo o que queres fazer agora. Tu para teres bolsa precisas de orientador, és avaliado anualmente pelo teu orientador pelo que sei. O que é que achas que ele vai dizer nessa avaliação?!
Re: funções do doutorando na instituição de acolhimento
Posted: Thu Jun 30, 2011 6:13 pm
by nowikissyou
mgcmartins,
Denuncia o caso à FCT. Está bem claro na regulamentação que as instituições não podem usar os bolseiros como "mão-de-obra", e não me parece que organizar congressos contribua para a tua tese.
Além disso, tu tiveste de apresentar um documento da inst. de acolhimento em como ela te daria condições para efetuar o teu trabalho, pelo que deve ser fácil alegares incumprimento.
Infelizmente, o caldo já foi entornado por ti, pelo que vai ser extremamente difícil continuar a tua investigação sem um orientador. A não ser que arranjes outro (e possivelmente outra instituição), não estou a ver a FCT a aceitar continuar a pagar-te enquanto "órfão". Por outro lado, acho que tens justificação para suspender ou mesmo cancelar a bolsa, pelo que espero que a FCT seja compreensiva.
Qualquer pessoa num grupo de investigação está de algum modo subordinada ao orientador, mas se não tens nenhum contrato (escrito ou verbal) onde te comprometes a trabalhar em áreas fora do teu programa doutoral, tal não te pode ser exigido.
Quanto mais depressa pessoas e instituições como as que descreves forem removidas da teta da FCT, melhor para os demais bolseiros.
Re: funções do doutorando na instituição de acolhimento
Posted: Thu Jun 30, 2011 11:39 pm
by DC
Na generalidade concordo com a nowikissyou. e com o The Blues. Acho que tudo depende das situações.
Repara, se organizas um workshop isso dá trabalho, mas também pode dar CV e networking. Cabe-te a ti optar se achas que isso pode ser realmente uma mais valia para ti e não prejudica muito o teu trabalho, ou antes pelo contrário, é pura perda de tempo. E até que ponto estão a ultrapassar limites.... Ninguém te deve obrigar!
Parece-me que alguns orientadores ainda vivem consoante modelos passados em que os alunos de doutoramento eram assistentes por mais de 8/10 anos. Com as bolsas FCT isso acabou e tudo tem que estar concluído ao fim de 4 anos. É preciso ter isso em conta!
Acho que deves expor o caso à FCT para ver qual a posição deles e o que eles te recomendam fazer.
Re: funções do doutorando na instituição de acolhimento
Posted: Fri Jul 01, 2011 1:01 am
by spca
Antes de tomares atitudes mais extremas e de levares o caso à FCT, creio que era melhor expores o caso ao Núcleo de Apoio ao Bolseiro da ABIC,
apoio@abic-online.org Ainda que eles possam, se tiveres sorte, ver a mensagem no fórum, isso não é certo.
À partida concordo genericamente com os colegas (ainda que possa compreender parte da situação, por exemplo, provavelmente a instituição não quer entrar em conflito com o teu orientador. Também concordo que os tais "trabalhos extra" também podiam ser benéficos para o teu currículo, permitindo como já foi dito networking, organização de eventos, ou artigos científicos nos outros projectos para além dos da tese, ... Mas claro que com peso, conta e medida, não seria bom só fazeres actividades paralelas.)
Tenho dúvidas de que o orientador se possa desvincular oficialmente de ti e possas ficar oficialmente "orfão", ainda que com certeza possa não te querer dar orientações, e ficas prejudicado/a com isso. E é certamente livre de te dar pareceres negativos.
Boa sorte.
Re: funções do doutorando na instituição de acolhimento
Posted: Fri Jul 01, 2011 10:03 am
by Rotiv
Fizeste muito mem em te desvincular do teu orientador, ela estava-te a usar, e a explorar-te ! Deves apenas ocupar-te da tese. Procura outro orientador.
Re: funções do doutorando na instituição de acolhimento
Posted: Fri Jul 01, 2011 5:52 pm
by Echuu
The Blues wrote:Uma pergunta, esse teu não refere-se a tudo o que o teu orientador quer que tu faças ou apenas que disseste que não podias fazer uma ou outra coisa que ele queria?
EDIT: Li mal, já que respondeste a essa pergunta no teu texto. Desculpa que te diga, mas fazes muito mal. POr muito que o objectivo final seja obter o grau, o que é um objectivo pessoal, tu estás integrado num grupo de investigação nesse período de tempo. Como tal tens deveres e direitos, direito de conseguir trabalhar para tese e dever de te integrar nesse grupo e também ires trabalhando com o teu orientador e fazer o que ele te diz, desde que ele não abuse. O que pelo que dizes ele não tem feito, tu é que não estás a gostar de não trabalhar só para a tua tese. Para além de que não percebo o que queres fazer agora. Tu para teres bolsa precisas de orientador, és avaliado anualmente pelo teu orientador pelo que sei. O que é que achas que ele vai dizer nessa avaliação?!
O que tu dizes não faz qualquer sentido!!!
Quer dizer, o bolseiro submete um projecto de Doutoramento à FCT, para o qual recebe bolsa sob regime de exclusividade. Ou seja, tem uma bolsa para trabalhar naquilo que vem no projecto de Doutoramento. Ponto.
É claro que em termos práticos isto nunca é assim, mas um orientador é um
orientador. Não é chefe, não é patrão. Estou farto de ver confusões e percursos doutorais arruinados porque as pessoas simplesmente não sabem a sua posição.
Se querem mandar, arranjem um técnico. O estudante de Doutoramento está a trabalhar para obter um grau, não está lá com bolsa para servir os caprichos de outros.
E quanto à avaliação, o orientador tem que se singir aos trabalhos relativos ao programa de doutoramento, e mais nada. E se o bolseiro cumpriu, o orientador só tem que dizer isso mesmo.
Re: funções do doutorando na instituição de acolhimento
Posted: Fri Jul 01, 2011 10:33 pm
by The Blues
Echuu wrote:The Blues wrote:Uma pergunta, esse teu não refere-se a tudo o que o teu orientador quer que tu faças ou apenas que disseste que não podias fazer uma ou outra coisa que ele queria?
EDIT: Li mal, já que respondeste a essa pergunta no teu texto. Desculpa que te diga, mas fazes muito mal. POr muito que o objectivo final seja obter o grau, o que é um objectivo pessoal, tu estás integrado num grupo de investigação nesse período de tempo. Como tal tens deveres e direitos, direito de conseguir trabalhar para tese e dever de te integrar nesse grupo e também ires trabalhando com o teu orientador e fazer o que ele te diz, desde que ele não abuse. O que pelo que dizes ele não tem feito, tu é que não estás a gostar de não trabalhar só para a tua tese. Para além de que não percebo o que queres fazer agora. Tu para teres bolsa precisas de orientador, és avaliado anualmente pelo teu orientador pelo que sei. O que é que achas que ele vai dizer nessa avaliação?!
O que tu dizes não faz qualquer sentido!!!
Quer dizer, o bolseiro submete um projecto de Doutoramento à FCT, para o qual recebe bolsa sob regime de exclusividade. Ou seja, tem uma bolsa para trabalhar naquilo que vem no projecto de Doutoramento. Ponto.
É claro que em termos práticos isto nunca é assim, mas um orientador é um
orientador. Não é chefe, não é patrão. Estou farto de ver confusões e percursos doutorais arruinados porque as pessoas simplesmente não sabem a sua posição.
Se querem mandar, arranjem um técnico. O estudante de Doutoramento está a trabalhar para obter um grau, não está lá com bolsa para servir os caprichos de outros.
E quanto à avaliação, o orientador tem que se singir aos trabalhos relativos ao programa de doutoramento, e mais nada. E se o bolseiro cumpriu, o orientador só tem que dizer isso mesmo.
É precisamente por causa de essas atitudes que pessoas como o autor deste tópico se lixam. Quem vos "ouve" parece que ter bolsa e assegurar uma instituição de acolhimento/orientador, é o mesmo que alugar um laboratório ou requisitar um ajudante (o orientador) para estarem lá quando vocês quiserem. Ter bolsa e arranjar orientador é ter a hipótese de desenvolver um projecto integrado num grupo do qual o orientador faz parte/dirige, com tudo o que isso implica. E sinceramente ainda vou perceber qual é o mal de trabalhar fora da tese, desde que não sejamos abusados (o que não parece ser o caso deste nosso colega). Tens hipótese de criar CV, conhecer novas pessoas, obter novos conhecimentos, ter outro nome no meio e poder ter mais hipótese de publicar.
Para além que é muito bonito falares da exclusividade, mas gostava de ver a tua reacção (e a de outros) se quisesses organizar algum evento ou ter a hipótese de criar/entrar nalguma colaboração e serem-te cortadas as pernas com a desculpa da exclusividade.
Re: funções do doutorando na instituição de acolhimento
Posted: Fri Jul 01, 2011 10:42 pm
by Echuu
The Blues wrote:É precisamente por causa de essas atitudes que pessoas como o autor deste tópico se lixam. Quem vos "ouve" parece que ter bolsa e assegurar uma instituição de acolhimento/orientador, é o mesmo que alugar um laboratório ou requisitar um ajudante (o orientador) para estarem lá quando vocês quiserem. Ter bolsa e arranjar orientador é ter a hipótese de desenvolver um projecto integrado num grupo do qual o orientador faz parte/dirige, com tudo o que isso implica. E sinceramente ainda vou perceber qual é o mal de trabalhar fora da tese, desde que não sejamos abusados (o que não parece ser o caso deste nosso colega). Tens hipótese de criar CV, conhecer novas pessoas, obter novos conhecimentos, ter outro nome no meio e poder ter mais hipótese de publicar.
Para além que é muito bonito falares da exclusividade, mas gostava de ver a tua reacção (e a de outros) se quisesses organizar algum evento ou ter a hipótese de criar/entrar nalguma colaboração e serem-te cortadas as pernas com a desculpa da exclusividade.
Não percebeste nada do que eu disse...
A exclusividade existe, e não concordo com ela. Mas se não podemos fazer umas coisas, então também não podemos fazer outras, não é só quando dá jeito.
Como eu disse, na prática as coisas não são tão lineares quanto em teoria. Muitas vezes, e eu inclusivé, os bolseiros fazem mais do que o que está estritamente no papel.
Ou seja, o bolseiro não é nenhum criado nem nenhum empregado. A não ser que tenha uma bolsa de técnico, como é óbvio, mas neste caso refiro apenas a bolseiros de Doutoramento. E como tal, não serve para andar a servir de escravo do orientador.
Tu podes não achar que o autor deste tópico não está a ser vítima de abuso; eu acho que é exactamente o que se está a passar com ele. E concordo totalmente com o não dele.
Infelizmente, é por causa de pessoas como tu que o orientador dele se safa sem consequências, e que o bolseiro que é quem menos culpas tem nesta situação se lixa. Perante a instituição de acolhimento, e perante a FCT.
Ah, e como já foi dito neste tópico, não é o estudante de doutoramento que tem que assegurar uma instituição de acolhimento. É precisamente o contrário. A instituição de acolhimento comprometeu-se, por escrito, a assegurar as condições necessárias ao bolseiro. Não o fazer sem justificações muito claras, o que não parece ser o caso, é entrar em incumprimento.
Por fim... 4 anos de bolsa, 4 anos para realizar o trabalho e escrever a tese. Se parte desse tempo for gasto a fazer outras coisas, o risco de chegar ao fim da bolsa sem o trabalho estar concluído é maior. A parte mais engraçada disto tudo é que geralmente esses orientadores "fantásticos" que abusam dos orientandos são os primeiros a cagarem para eles quando a bolsa acaba... "Tiveste 4 anos, o que é que andaste a fazer?". Mas não há crise, depois a pessoa paga as despesas com o CV e com os conhecimentos que criou... Ou mesmo em publicações.
Re: funções do doutorando na instituição de acolhimento
Posted: Fri Jul 01, 2011 10:59 pm
by The Blues
Echuu wrote:The Blues wrote:É precisamente por causa de essas atitudes que pessoas como o autor deste tópico se lixam. Quem vos "ouve" parece que ter bolsa e assegurar uma instituição de acolhimento/orientador, é o mesmo que alugar um laboratório ou requisitar um ajudante (o orientador) para estarem lá quando vocês quiserem. Ter bolsa e arranjar orientador é ter a hipótese de desenvolver um projecto integrado num grupo do qual o orientador faz parte/dirige, com tudo o que isso implica. E sinceramente ainda vou perceber qual é o mal de trabalhar fora da tese, desde que não sejamos abusados (o que não parece ser o caso deste nosso colega). Tens hipótese de criar CV, conhecer novas pessoas, obter novos conhecimentos, ter outro nome no meio e poder ter mais hipótese de publicar.
Para além que é muito bonito falares da exclusividade, mas gostava de ver a tua reacção (e a de outros) se quisesses organizar algum evento ou ter a hipótese de criar/entrar nalguma colaboração e serem-te cortadas as pernas com a desculpa da exclusividade.
Não percebeste nada do que eu disse...
A exclusividade existe, e não concordo com ela. Mas se não podemos fazer umas coisas, então também não podemos fazer outras, não é só quando dá jeito.
Como eu disse, na prática as coisas não são tão lineares quanto em teoria. Muitas vezes, e eu inclusivé, os bolseiros fazem mais do que o que está estritamente no papel.
Ou seja, o bolseiro não é nenhum criado nem nenhum empregado. A não ser que tenha uma bolsa de técnico, como é óbvio, mas neste caso refiro apenas a bolseiros de Doutoramento. E como tal, não serve para andar a servir de escravo do orientador.
Tu podes não achar que o autor deste tópico não está a ser vítima de abuso; eu acho que é exactamente o que se está a passar com ele. E concordo totalmente com o não dele.
Infelizmente, é por causa de pessoas como tu que o orientador dele se safa sem consequências, e que o bolseiro que é quem menos culpas tem nesta situação se lixa. Perante a instituição de acolhimento, e perante a FCT.
A questão é que tu é que não percebeste, pelo menos quanto à parte da exclusividade. O que eu digo é que sim, a exclusividade existe. Agora não acho que se possa usar essa "desculpa" para não fazermos certas coisas assim do nada. Eu tenho exclusividade, tal como tu suponho, mas se quiser trabalhar em colaboração noutro projecto que não o meu eu tenho "liberdade" para tal. E como eu, conheço e sei de bastante mais gente que pode fazer isso, sem bloqueios de orientadores (apesar de lá estarmos em exclusividade). Como tal, se o meu orientador disser que gostava que eu fizesse coisas para além do "suposto", eu não lhe vou dizer que não pelo menos com a desculpa da exclusividade. Especialmente, se for algo que que também me beneficie. Porque lá por ser o meu orientador a falar dessas coisas, não quer dizer que eu não tire benefícios. Se eu não for abusado porque é que eu não vou participar noutros projectos? Porque é que eu vou fazer um escabeche quando o meu orientador de dá uma hipótese de ter mais artigos, fazer conhecidos, aprender mais técnicas e ter experiência noutras áreas? A verdade é que esse tipo de queixas é de mente tacanha e revoltosa por princípio. Quisesse o nosso colega fazer essas pequenas coisas (palavras dele) que o "mauzão" do orientador quer ele faça, e o orientador não o quisesse, em vez de assustado andava ai todo revoltado...
Re: funções do doutorando na instituição de acolhimento
Posted: Fri Jul 01, 2011 11:31 pm
by Echuu
Continuas sem perceber o que eu digo. Não sei se é porque não queres, ou porque... Pronto, fiquemos assim.
Abraço e boa ciência.
Re: funções do doutorando na instituição de acolhimento
Posted: Sat Jul 02, 2011 2:13 am
by Rotiv
O The Blues tem toda a razão ! As actividades a que ó Echuu refere são para um pós-doutoramento, não para o doutoramento. O doutoramento consiste em assistir a uns seminários um ou dois anos, e básicamente em fazer a tese.
Re: funções do doutorando na instituição de acolhimento
Posted: Sat Jul 02, 2011 2:58 am
by Echuu
Rotiv wrote:O The Blues tem toda a razão ! As actividades a que ó Echuu refere são para um pós-doutoramento, não para o doutoramento. O doutoramento consiste em assistir a uns seminários um ou dois anos, e básicamente em fazer a tese.
?!?!
Em lado algum me vês a referir algo que deverá ser para pós-doutoramento...
Re: funções do doutorando na instituição de acolhimento
Posted: Sat Jul 02, 2011 3:02 am
by ssneves
Caro "mgcmartins",
Para além de um local de trabalho na sua instituição, o colega precisa de um (novo) orientador, pois de outra maneira não poderá continuar com uma bolsa da doutoramento da FCT. A FCT permite mudanças de orientador em caso de conflito, mas a FCT não tem obrigação de arranjar um novo orientador para o seu trabalho. Esta obrigação reside na instituição (universidade) onde é estudante de doutoramento. E claro, sendo o colega o primeiro interessado, deve facilitar a resolução da situação, nomeadamente ajudando a que se encontre um orientador para o seu trabalho.
Em casos de conflitos, deve procurar-se um entendimento ou acordo entre as várias pessoas/partes envolvidas, e a universidade tem responsabilidade em ajudar a resolver situações de conflito ou outros problemas que surjam na realização do doutoramento.
A situação que descreve é bastante complexa, e penso que é urgente que peça ajuda a um "mediador" de conflitos.
Não sei em que universidade está inscrito como estudante de doutoramento, mas é obrigatório (por lei) que todas as universidades tenham um "provedor do estudante" (Artigo 25 do RJIES - Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior - Lei nº 62-2007).
Exemplos de provedores do estudante em algumas universidades:
Universidade Nova de Lisboa:
http://www.unl.pt/estudante/provedor-do-estudante
Universidade de Lisboa:
http://www.ul.pt/portal/page?_pageid=17 ... ema=PORTAL
Universidade de Coimbra:
http://www.uc.pt/provedor
Universidade de Aveiro:
http://www.ua.pt/provedordoestudante/
Universidade do Porto:
http://sigarra.up.pt/up/web_base.gera_p ... gina=18360
Universidade do Minho:
http://www.uminho.pt/estudar/provedor-do-estudante
Universidade do Algarve:
http://www.ualg.pt/index.php?option=com ... 79&lang=pt
Universidade da Madeira:
http://provedor.uma.pt/
etc.
Por favor, contacte o provedor do estudante na universidade onde está inscrito, e tente marcar com ele/ela uma reunião o mais brevemente possível. Nesta reunião poderá expor o seu caso, e o provedor deverá tentar ajudá-lo a resolver o problema que existe na orientação/realização do seu trabalho de doutoramento.
Com os melhores cumprimentos,
Susana
----------------
Susana Neves
Grupo de Apoio ao Bolseiro da ABIC
mgcmartins wrote:car@s colegas,
tenho passado por uma situação um bocado estranha. minha relação com o meu orientador é a pior possível. isto porque, desde sempre, ele quer que eu esteja a trabalhar duplamente: tanto na minha tese, como em outras coisas do grupo de investigação que ele coordena (um dos grupos da minha instituição de acolhimento) e nego-me, por vezes. o que ele quer que eu faça relaciona-se a uma panóplia de coisas (tudo política, delimitação de território!), que vão desde estar a realizar workshops no seu quadro teórico (que eu ainda não domino!), até coisas como organizar congressos, participar doutros projectos de investigação. é óbvio que isso não me tem sido fácil e, por vezes, como já disse, tenho de lhe dizer não. digo não, porque são pequenas coisas que se vão acumulando e acabam por virar obrigações, além disso atrapalham-me imenso nos meus estudos.
insatisfeito, o meu orientador deu-me um ultimato: ou eu fazia o que ele queria, ou eu deixaria de fazer parte do seu grupo de investigação. depois de ponderar, achei melhor desistir do grupo, já que meu compromisso é com a minha tese (e com a fct!).
o absurdo põe-se porque o meu orientador estendeu essa decisão à minha relação com a instituição de acolhimento, de modo que, a partir de então, a minha relação com a instituição seria apenas pró-forma, e eu deixaria de ter um espaço para trabalhar (uma secretária, um computador, etc.). enfim, eu NÃO frequentaria mais a instituição de acolhimento (fui excluído: sociopata? leproso? o que sou?).
mandei um email à instituição, a pedir que me seja atribuído novo espaço de trabalho. entretanto, a direcção da instituição permanece em silêncio, como se nada fosse com ela. e o meu orientador é explícito em dizer que eu só posso ter aquela instituição de acolhimento se eu trabalhar para ela (repito: trabalhos que nada têm a ver com o meu doutoramento!).
penso que já há bastantes informações sobre a minha situação (posso referir mais, se caso for), o suficiente para perguntar aos colegas mais experientes o que pensam sobre isso. estou a seer razoável em dizer não ao meu orientador? ou será que devo estar a fazer o que ele quer, mesmo que isso coloque em risco o meu trabalho? devo trabalhar para a instituição de acolhimento noutras funções que não a minha principal? essa é uma condição sine qua non para que eu tenha uma instituição de acolhimento?
toda essa situação muito me assusta.
a quem me puder dar uma luz agradeço muito,
Re: funções do doutorando na instituição de acolhimento
Posted: Sat Jul 02, 2011 11:01 am
by Rotiv
Ó Echuu, dizes que não falas em pós-doutoramento. Pois não. e é essa a frqueza do teu argumento, pois se falasses, não haveria que reclamar, pois um pós doutoramento é que é para essas actividades extra (pois já não é uma tese).
Quanto ao argumento da exclusividade, se a não exlusividade for paga, não é permitida, mas se a não exclusividade não for paga (como a que exige este orientador), já é permitida ?!
Haja coerência !
Re: funções do doutorando na instituição de acolhimento
Posted: Sat Jul 02, 2011 10:46 pm
by Echuu
Rotiv wrote:Ó Echuu, dizes que não falas em pós-doutoramento. Pois não. e é essa a frqueza do teu argumento, pois se falasses, não haveria que reclamar, pois um pós doutoramento é que é para essas actividades extra (pois já não é uma tese).
Quanto ao argumento da exclusividade, se a não exlusividade for paga, não é permitida, mas se a não exclusividade não for paga (como a que exige este orientador), já é permitida ?!
Haja coerência !
Rotiv: se calhar estás um bocado equivocado, não?
Respira fundo, vai lá ler bem quem disse o quê, e depois voltamos a falar. Acho que estás a trocar as coisas...
Re: funções do doutorando na instituição de acolhimento
Posted: Mon Jul 04, 2011 5:45 pm
by mgcmartins
car@s colegas,
obrigado pelos conselhos. o que me dizem já me ajuda sensivelmente.
abraços a todos,
Re: funções do doutorando na instituição de acolhimento
Posted: Sat Jul 16, 2011 11:01 pm
by akma
Caros colegas,
antes de mais nem sequer tenho uma bolsa de phd (antes acabei de me candidatar a uma) mas tive o prazer de durante os meus últimos 3 anos fazer parte de um grupo de investigação, e sem modéstia a parte, trabalhar e fazer investigação (teórica) ao nível de um phd. Conheço muita boa gente com uma bolsa de phd do meu grupo e de outros grupos no mesmo centro, pelo que acho que posso mandar aqui o meu bitaite.
Primeiro fiquei com uma dúvida e penso que talvez seja esse o problema entre os dois principais intervenientes o Echuu e o The Blues. Será que um estará a tirar um phd mais laboratorial (Echuu) e outro um mais teórico (The Blues)?.
Acredito que um trabalho que envolva trabalho de laboratório seja muito mais time consuming que um teórico, mas mesmo assim
De qualquer forma aquele espírito de que ser aluno de phd exclusivamente dedicado à tese e que ao fim dos primeiros 6 meses já tem o documento LateX pronto para receber a tese; a introdução já rascunhada e o primeiro capítulo
on hold enquanto por acaso vai assistindo a uns seminários é no mínimo Deprimente. Portanto concordo plenamente com a visão do The Blues, o PHD é oportunidade de estarmos envolvidos a fazer investigação e de trabalhar em vários projectos com pessoas diferentes. E sinceramente organizar ou participar num workshop é uma experiência muito boa que nos trás bons contactos para o futuro.
Uma pessoa que passe 4 anos a fazer exclusivamente uma Tese, ou trabalho para a mesma, vai aprender a fazer o quê? Uma tese de doutoramento surge do trabalho que realizas e dos resultados que obtens não ao contrário e raras serão as vezes em que o que propões à FCT corre bem e vai de encontro em 100% com o que acabaste por fazer ...
Não quero estar a especular nem a falar do que não sei até porque eventualmente o orientador do autor do tópico pode ser um abusador (o que pelas palavras do autor não pareceu), mas às vezes o que eles nos pedem são oportunidades que nos dão porque confiam em nós.
abraços
Re: funções do doutorando na instituição de acolhimento
Posted: Sun Jul 17, 2011 1:00 pm
by DC
Acho que esta é daquelas questões em que deve imperar o bom senso e algum pragmatismo.
Eu diria que na maioria dos casos as actividades "extra" tese serão positivas (CV, networking, colaboração, etc...). O ideal é sempre conciliar estas actividades com a própria tese.
Mas também é verdade que (ao contrário do que acontecia no passado) os estudantes com bolsa de doutoramento têm que finalizar os seus estudos no prazo de 4 anos.
Por isso estas questões devem ser doseadas com bom senso e com pragmatismo de maneira a que o estudante/bolseiro não saia prejudicado mas sim beneficiado.