forum.bolseiros.org

jgaspar wrote:O artigo do The Economist é sinistro, mas absolutamente real. No que toca às Ciências Humanas, sobretudo em determinadas áreas consideradas sem interesse prático (como a minha), é um reflexo exacto do que acontece em Portugal. Não há mercado para um doutorado nem nas universidades nem no tecido empresarial. O Pos-Doc surge como o único caminho.
Eu sei do que falo - é esta a minha situação actual! Tenho estado todos estes meses ansiosa à espera dos resultados. Quero prosseguir com o meu trabalho e com o que gosto de fazer. Mas não consigo deixar de pensar se este não será o momento de escolher outro caminho. Daqui a 6 anos, quando estiver perto dos quarenta, e acabar o Pós-Doc. quem dará emprego a alguém que não tem experiência prática de nada? Será que daqui a 6 anos terei possibilidade de ser contratada por uma universidade?

Nos últimos dias, têm-se falado aqui de bolseiros "emocionais" e houve alguém que considerou que não fica bem a um cientista ter emoções. A esse alguém só posso dizer: aqui não estão em causa apenas "bolsas", estão vidas, família, sobrevivência, sonhos e projectos. E um bom cientista precisa de ter tudo isto!

Rutegard wrote:acabei de ver um homem a levar um pontapé correspondente a uma força de embate de 500 kilos nos tintins e ficou normalíssimo

edbrito wrote:

Rutegard wrote:acabei de ver um homem a levar um pontapé correspondente a uma força de embate de 500 kilos nos tintins e ficou normalíssimo

Conheço o vídeo! Não pensei que tal coisa fosse possível!

Mas o gajo treinou para isso durante anos...! Que idiota!
Já agora, esse programa é só pseudo ciência... Irrita-me profundamente algumas das coisas que eles fazem. Num programa estiveram a ver qual seria a arte marcial que tinha o soco mais potente e meteram um chinês de 50kg do kung fu a ser comparado com um boxer que aparentava ter uns 100kg, entre outros tipos. Não faz sentido comparar com esses parâmetros...

margarida oliveira wrote:mais um dia passou.... ao menos estamos mais perto de conhecer os resultados...

Rutegard wrote:

margarida oliveira wrote:mais um dia passou.... ao menos estamos mais perto de conhecer os resultados...

é o lado positivo da coisa....

jgaspar wrote:O artigo do The Economist é sinistro, mas absolutamente real. No que toca às Ciências Humanas, sobretudo em determinadas áreas consideradas sem interesse prático (como a minha), é um reflexo exacto do que acontece em Portugal. Não há mercado para um doutorado nem nas universidades nem no tecido empresarial. O Pos-Doc surge como o único caminho.
Eu sei do que falo - é esta a minha situação actual! Tenho estado todos estes meses ansiosa à espera dos resultados. Quero prosseguir com o meu trabalho e com o que gosto de fazer. Mas não consigo deixar de pensar se este não será o momento de escolher outro caminho. Daqui a 6 anos, quando estiver perto dos quarenta, e acabar o Pós-Doc. quem dará emprego a alguém que não tem experiência prática de nada? Será que daqui a 6 anos terei possibilidade de ser contratada por uma universidade?

Nos últimos dias, têm-se falado aqui de bolseiros "emocionais" e houve alguém que considerou que não fica bem a um cientista ter emoções. A esse alguém só posso dizer: aqui não estão em causa apenas "bolsas", estão vidas, família, sobrevivência, sonhos e projectos. E um bom cientista precisa de ter tudo isto!

DC wrote:

jgaspar wrote:O artigo do The Economist é sinistro, mas absolutamente real. No que toca às Ciências Humanas, sobretudo em determinadas áreas consideradas sem interesse prático (como a minha), é um reflexo exacto do que acontece em Portugal. Não há mercado para um doutorado nem nas universidades nem no tecido empresarial. O Pos-Doc surge como o único caminho.
Eu sei do que falo - é esta a minha situação actual! Tenho estado todos estes meses ansiosa à espera dos resultados. Quero prosseguir com o meu trabalho e com o que gosto de fazer. Mas não consigo deixar de pensar se este não será o momento de escolher outro caminho. Daqui a 6 anos, quando estiver perto dos quarenta, e acabar o Pós-Doc. quem dará emprego a alguém que não tem experiência prática de nada? Será que daqui a 6 anos terei possibilidade de ser contratada por uma universidade?

Nos últimos dias, têm-se falado aqui de bolseiros "emocionais" e houve alguém que considerou que não fica bem a um cientista ter emoções. A esse alguém só posso dizer: aqui não estão em causa apenas "bolsas", estão vidas, família, sobrevivência, sonhos e projectos. E um bom cientista precisa de ter tudo isto!

É verdade que o artigo é um "pouco" pessimista e de certa maneira realista... No entanto, é preciso olhar para a realidade de cada país.
É verdade que em determinados locais o doutoramento poucas mais valias trás a quem já tem um mestrado... No entanto, quando comparamos os mestrados existentes em Portugal com os de outros países Europeus ou dos EUA, chegamos à conclusão que mestrados interessantes e verdadeiramente específicos numa área é coisa que não existe no nosso país. Por isso resta ao estudantes ir para fora (e muitas vezes só mesmo nos EUA) durante o período do mestrado e na grande maioria dos casos com todos os encargos da parte do estudante, ou fazer doutoramento no nosso país (ou fora) e ainda com possibilidade de conseguir uma bolsa para financiar os estudos.

Echuu wrote:Não sei de que área és, ou se te referes a alguma área específica naquilo que dizes, ou se te referes apenas a mestrados de Bolonha, mas a minha experiência não está de acordo com o que dizes.
O meu mestrado (pré-Bolonha) foi tão específico quanto um doutoramento poderia ser em 2 anos. Que é como quem diz, foi numa área específica.
Se é por causa do título do mesmo (Mestrado em Biologia Molecular e Genética), então um Doutoramento também não é específico (por ex., Doutoramento em Genética Molecular).
Mas lá está, pode ter a ver com a área, não sei...

Echuu wrote:Pois, acredito.

Rutegard wrote:pois foi...quase uma vida a preparar-se para bater o record caso para dizer "get a life "


mas por isso é que é giro ver, para apanharmos estas falhas todas, tb encontro mtas mas aquilo é feito para ter audiências, não para ser 100% cientificamente correcto. infelizmente!

ltrfilipe wrote:Por aquilo que tive oportunidade de observar entre a exigência pedida de acordo com o tempo que os alunos tinham para fazer Mestrado pré-bolonha e Mestrado de Bolonha... os Pré-Bolonha eram muito mais exigentes e específicos e trabalhosos.

Eu sou pré-bolonha, e o meu trabalho final de licenciatura estava mais elaborado e trabalhoso do que uma tese de mestrado de bolonha na mesma área, a que tive oportunidade de acompanhar o trabalho prático e assistir à defesa

edbrito wrote:SAÍRAM!!!!!!!!!

Marinho wrote:Onde se vê a linha de corte???

edbrito wrote:

Marinho wrote:Onde se vê a linha de corte???

Bem, eu vi pela tabela de resultados. O último a ter bolsa teve 3.900