Programas eleitorais

Emprego científico ou emprego para cientistas? Porquê? Para quê? Que futuro?
Responder
Paulo J. N. Silva
Sócios
Sócios
Mensagens: 362
Registado: segunda mai 17, 2004 11:57 am
University/ Institute: Ansiao
Localização: Ansiao

Programas eleitorais

Mensagem por Paulo J. N. Silva »

Caros Colegas

Vamos ver o que o programa eleitoral das diferentes forças políticas nos reserva, no entanto esperemos que não sejam vagos e mostrem soluções para o emprego científico, e contemham políticas relativas ao desenvolvimento Científico e Tecnológico de Portugal para o futuro.
O programa do BE já está on-line www.bloco.org e a única referência que encontrei foi a que transcrevo abaixo.
Página 25
• Um programa específico para criar emprego para licenciados e investigadores, contratualizando
a sua integração em empresas e universidades. O aumento da qualificação do emprego e do número de
investigadores é o melhor investimento que se pode fazer no país.

Paulo J. N. Silva
Sócios
Sócios
Mensagens: 362
Registado: segunda mai 17, 2004 11:57 am
University/ Institute: Ansiao
Localização: Ansiao

Programa eleitoral PCP CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Mensagem por Paulo J. N. Silva »

Páginas 92-94

http://www.pcp.pt/ar/legislativas05/pro ... itoral.pdf
http://ultimahora.publico.pt/fichas/pol ... 05_CDU.pdf
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Deve ser objectivo da acção governativa no domínio da C&T, promover a aplicação do
conhecimento científico e técnico e do método científico, na procura e concretização de soluções eficazes e socialmente adequadas à resolução dos problemas que se colocam aos cidadãos e à comunidade, tendo como preocupação metas de desenvolvimento económico sustentável, que conduzam à melhoria das condições de vida da população e à preservação do meio ambiente. Para tanto é indispensável consolidar e desenvolver os recursos – humanos, financeiros, institucionais – afectos às actividades de investigação científica e tecnológica, garantir o apoio público e incentivar a participação do sector produtivo no desenvolvimento dessas actividades,
promover a generalização e o sucesso da aprendizagem das ciências e das técnicas e a difusão da cultura científica.
A despesa nacional com actividades de investigação e desenvolvimento (I&D) anda à volta de 0,8% do PIB contra cerca de 1,9%, em média, para a UE a 15. A consideração destes números indica que o investimento nacional nestas actividades carece de ser muito aumentado. Entretanto, o défice de financiamento das actividades de I&D só aparece claramente quando se tem em conta o montante da despesa per capita de investigador e este é para o nosso País cerca de três vezes inferior à média da UE a 15: cerca de 60 mil euros/ano contra cerca de 195 mil euros/ano, respectivamente. Isto significa que seria preciso passar a despesa de I&D, referida ao PIB, de cerca de 0,8% para 2,4%, sem variação do número dos investigadores, para que cada um destes tivesse, em média, ao seu dispor os mesmos recursos financeiros que os seus colegas da UE. Se, além disso, se pretendesse fazer crescer o número de investigadores em Portugal até igualar o seu número, referido à população activa, à média da UE a 15, ou seja, passar de cerca de 4 por mil activos para 6 por mil activos, teríamos de aumentar ainda mais a despesa de I&D – 50% mais – passando daquele valor de 2,4% do PIB para 3,6%!
A componente da despesa mais facilmente regulável é a que corresponde ao financiamento público inscrito no Orçamento do Estado. Este financiamento situa-se presentemente num valor à volta de 0,5 a 0,6 % do PIB, sendo razoável, do ponto de vista da capacidade de absorção do sistema público de I&D, programar a sua duplicação no prazo de uma legislatura. Entretanto, 0,5% do PIB, representa hoje cerca de 700 milhões de euros.
Uma política e um orçamento de C&T à medida das necessidades do país
-Elaborar, de forma participada, uma política de C&T, a submeter ao Parlamento, contendo orientações, prioridades e metas plurianuais, criando ou reactivando estruturas consultivas e de participação da comunidade científica e da sociedade em geral.
-Reforçar significativamente o orçamento de C&T, aproximando-o da média europeia, e pôr em prática mecanismos de financiamento eficazes, garantindo a transparência dos critérios de atribuição de fundos e a adequação dos montantes às reais necessidades de execução das actividades de I&D.
-Garantir uma repartição adequada dos recursos entre orçamentos base, financiamentos por contrato e financiamentos por concurso.
-Assumir programas de I&D em cada área de tutela ministerial, incluindo-os no Orçamento do Estado de C&T, e contratando-os com laboratórios e unidades públicas de investigação, sem excluir a adjudicação de projectos de interesse público a empresas e a parcerias destas com centros universitários ou laboratórios do Estado.
-Criar um fundo de emergência para a recuperação de instalações degradadas e a renovação e actualização de equipamentos de base ou de utilização partilhada.
Valorização dos recursos humanos de C&T
-Revisão do Estatuto da Carreira de Investigação Científica, procedendo à criação, nas instituições universitárias e laboratórios do Estado, das carreiras técnicas de investigação, incluindo a de técnico superior de investigação e de operário prototipista.
-Revisão do quadro normativo definido no estatuto do Bolseiro, contemplando a equiparação progressiva dos seus direitos em matéria de segurança social, assistência e serviços sociais, férias e remunerações, à generalidade dos trabalhadores da função pública com habilitações equiparadas, ao mesmo tempo garantindo que a aplicação da condição de bolseiro se confina a situações de formação pós-graduada e especializada, e não à satisfação em regime precário de necessidades permanentes das unidades em que trabalham, caso em que devem ser
criadas ou preenchidas posições de carreira.
-Rejuvenescimento dos quadros de investigação dos organismos de investigação e
preenchimento das vagas neles acumuladas.
-Criação de quadros de pessoal investigador naqueles organismos de investigação que ainda os não possuem.
-Criação e consolidação de emprego científico, na Administração Pública e nas empresas privadas, tirando partido das qualificações acumuladas com o apoio dos Quadros Comunitários de Apoio, que agora correm o risco dramático de se dispersarem sem benefício público.
Dinamização das instituições de investigação
-Garantir a existência no sector público de uma rede de laboratórios de investigação científica e tecnológica e de prestação de serviços especializados, em áreas de importância estratégica para o desenvolvimento do país e o bem estar e a segurança das populações, com organização e regras de gestão adequadas, não excluindo a criação de novas unidades em domínios a descoberto.
-Flexibilizar as regras de gestão financeira e patrimonial a que os laboratórios e outras unidades de investigação têm sido sujeitos, de acordo com as suas exigências de funcionamento, garantindo dotações orçamentais suficientes, obviando o recurso à criação de instituições virtuais, «fundações» e outras, com custos invisíveis e efeitos perversos.
-Cumprir e, quando necessário, clarificar as missões de interesse público dos laboratórios.
-Adoptar modalidades de financiamento por contrato plurianual com o Estado para a
prossecução dos respectivos fins de interesse público.
-Rever, actualizar e rejuvenescer os respectivos quadros de pessoal, mediante o estabelecimento de prioridades de recrutamento.
-Alterar a legislação de forma a que os lugares de direcção máxima dos organismos de investigação do Estado passem a ser providos por concurso público.
-Institucionalizar o «orçamento base de I&D» nas universidades e garantir em todas as instituições públicas de investigação a cobertura integral das despesas com o pessoal permanente com dotações do Orçamento do Estado.
Reforço da inserção e cooperação internacionais
-Acompanhar e participar na proporção das suas forças em projectos internacionais do interesse do povo português e cooperar activamente com outros países europeus, da CPLP, da América Latina, em projectos de interesse comum.
-Garantir apoios em meios humanos, financeiros e logísticos, e facultá-los às suas instituições de investigação, entendendo que a Ciência e a Tecnologia são um empreendimento internacional, através do qual se defende a autonomia e soberania bem como a cooperação e solidariedade.
Difusão da cultura científica
-Promoção da cultura científica, condição essencial a uma participação efectiva, informada e esclarecida, das populações nas opções e tomadas de decisão que, crescentemente, na esfera da C&T, influenciam o nosso destino colectivo.
-Fomento entre as camadas mais jovens da população do interesse e da procura da C&T como percurso de estudos e perspectiva de futuro profissional.
-Reforço do papel da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica – a «Ciência Viva», alargando a sua rede de centros e privilegiando a sua acção junto dos estabelecimentos de ensino básico e secundário.
-Revitalização da rede pública de museus de ciência (afectos na sua maioria a instituições universitárias).

Aragao
Sócios
Sócios
Mensagens: 1078
Registado: sábado abr 24, 2004 4:22 pm
University/ Institute: Diamond Light Source
Localização: Oxfordshire, United Kingdom
Contacto:

Mensagem por Aragao »

O programa eleitoral do PS

http://www.ps.pt/bases/bp.htm

http://ultimahora.publico.pt/fichas/pol ... 005_PS.pdf

[snip]
3. Vencer o atraso científico e tecnológico

O desenvolvimento científico dos países é o melhor garante do enraizamento de uma cultura exigente de avaliação e de qualidade, que queremos ver generalizada a todos os sectores da vida nacional. Vencer o atraso científico é hoje condição imprescindível para o nosso progresso económico e social. Mobilizaremos e convocaremos o País, integraremos todas as reservas de competência para uma ética do rigor e do saber, do estudo e do trabalho.



Em percentagem do PIB, Portugal despende em I&D menos de metade da média europeia (0.8% contra 1.9%). O número de investigadores em Portugal representa pouco mais de metade da média europeia, em permilagem da população activa (3, 4 contra 5, 5). Esta desproporção torna-se ainda mais gritante quando posta em confronto com a dinâmica de crescimento noutros países e com as metas europeias para 2010 (3% do PIB em investigação e 8 investigadores por mil activos). O financiamento total da I&D por habitante representa em Portugal apenas 39% da média da Europa a 25: 436 euros de média europeia contra 171 euros por ano em Portugal. Quarenta e sete cêntimos por dia e por habitante!



A meta europeia de atingir 3% do PIB em investimento em I&D visa 2% do PIB a ser executado por empresas e 1% pelo sector público. Muitos países europeus já atingiram ou ultrapassaram esse valor do investimento público. Mas em Portugal, o sector público investe apenas 0, 55% do PIB em I&D. Pior ainda: após seis anos de crescimento dos orçamentos de Estado em Ciência e Tecnologia (entre 1996 e 2002), fazendo com que progredíssemos mais rapidamente na União Europeia, a política dos últimos anos foi de retrocesso, pondo a Ciência nacional em situação de emergência, e encorajando a emigração dos mais novos.



Não admitiremos mais nenhum retrocesso nesta matéria crucial para a nossa modernização. Reformaremos a estrutura da despesa pública e o sistema de incentivos, orientando-os para objectivos de crescimento e especialmente para o reforço do desenvolvimento científico e tecnológico e da inovação. A nossa meta é duplicar a capacidade científica e tecnológica do País, reforçando decisivamente a capacidade da economia e da sociedade portuguesa.



Assim, assumimos como principais metas para a próxima legislatura:



* Triplicar o esforço privado em I&D empresarial (que hoje não ultrapassa 0, 26% do PIB), criando as condições de estímulo necessárias;
* Triplicar o número de patentes registadas;
* Duplicar o investimento público em I&D, de forma a que atinja 1% do PIB;
* Fazer crescer em 50% os recursos humanos em I&D e a produção científica referenciada internacionalmente. Fazer crescer para 1500 por ano o número de doutoramentos em Portugal e no estrangeiro;
* Estimular o emprego científico no sector público e privado. O Estado promoverá a criação e o preenchimento progressivo, de forma competitiva, de 1000 lugares adicionais para I&D, por contrapartida da extinção do número necessário de lugares menos qualificados noutros sectores da Administração;
* Tornar obrigatória a prática experimental em disciplinas científicas e técnicas no Ensino Básico e Secundário;
* Organizar capacidades científicas e técnicas para a minimização e prevenção de riscos públicos, a segurança do País e o reforço das instituições reguladoras e de vigilância.



Desta forma, as nossas orientações para acelerar o desenvolvimento científico e tecnológico serão as seguintes:



· Cultura científica e tecnológica, educação científica e experimentação. Promoveremos o desenvolvimento da cultura científica e tecnológica e reforçaremos as condições de trabalho e a independência da Agência Ciência Viva. Apoiaremos os centros Ciência Viva e outros centros e museus de ciência e tecnologia, bem como projectos para o reforço das capacidades experimentais nas escolas e para o seu trabalho em rede com laboratórios e empresas. Tornaremos obrigatória a prática experimental em disciplinas científicas e técnicas no Ensino Básico e Secundário, que será valorizada na avaliação dos alunos;



· Investigação científica competitiva e avaliação internacional. Consórcios, redes e programas. Garantiremos pontualidade nos concursos para financiamento, com avaliação e acompanhamento internacional independente, de projectos, redes e instituições em todos os domínios científicos; reforçaremos a investigação em consórcio entre empresas e institutos de investigação, as condições para novas empresas de base tecnológica, a valorização da engenharia nacional. Crescerão os recursos humanos em I&D, a produção científica referenciada internacionalmente e o emprego científico privado e público (onde haverá 1000 lugares adicionais para I&D, por contrapartida da extinção de lugares menos qualificados noutros sectores);



· Ciência, tecnologia e inovação em cooperação internacional. A actividade nas áreas fundamentais da agenda internacional, oceanos e espaço, clima e biodiversidade, ambiente, tecnologias de informação e comunicação, biotecnologia e ciências da saúde, materiais e nanotecnologias, energia, astronomia e física fundamental, modelação, entre outras, será desenvolvida com o objectivo de difusão de conhecimento e tecnologias para o País, produção científica própria e aproveitamento de oportunidades científicas e industriais. Participaremos plenamente nas organizações internacionais e na elaboração da política científica e tecnológica da União Europeia, apoiando o reforço de meios, a desburocratização de procedimentos, o maior acesso das PME, e, ainda, a criação de um Conselho Europeu de Investigação;



· Contratos de serviço público com laboratórios de Estado e laboratórios associados. Retomaremos o rejuvenescimento e a reforma dos Laboratórios de Estado, estabelecendo missões e contratos orientadores, especialmente de apoio à actividade reguladora e fiscalizadora do Estado e à actividade económica, à tomada de decisões e minimização de riscos. Restauraremos a sua autonomia financeira. Também com os Laboratórios Associados, o Estado celebrará contratos de serviço público, designadamente de apoio à decisão e à detecção de riscos e oportunidades;



· Ciência e tecnologia para a prevenção e minimização de grandes riscos públicos. Organizaremos sistematicamente capacidades científicas e técnicas para a minimização e prevenção de grandes riscos públicos, bem como o reforço das instituições reguladoras e de vigilância, designadamente através da sua avaliação internacional periódica;



· Desgovernamentalizar e modernizar o sistema público de administração da ciência. Melhoraremos a gestão e desburocratizaremos o sistema de financiamento, criando condições para a sua desgovernamentalização e para avaliações e decisões mais seguras. O sistema público de apoio à I&D em Portugal deve ser um modelo avançado da Administração Pública responsável e moderna.



· Triplicar o esforço privado de I&D e atingir 1% do PIB de investimento público em I&D. A meta europeia de uma execução pública de 1% do PIB em I&D é tanto mais urgente quanto a experiência internacional nos demonstra como esse investimento é multiplicador do investimento privado em inovação. Entendemos triplicar o esforço privado em I&D que actualmente não ultrapassa 0, 26% do PIB.
Última edição por Aragao em terça fev 08, 2005 7:48 pm, editado 1 vez no total.
Wolf Credo: "Respect the elders, Teach the young, Cooperate with the pack, Play when you can, Hunt when you must, Rest in between, Share your affections, Voice your feelings, Leave your mark."
---
Visita o Guia do Bolseiro

Aragao
Sócios
Sócios
Mensagens: 1078
Registado: sábado abr 24, 2004 4:22 pm
University/ Institute: Diamond Light Source
Localização: Oxfordshire, United Kingdom
Contacto:

Mensagem por Aragao »

programa do PSD
http://83.240.139.5/psdleg/default.asp?s=12396
http://ultimahora.publico.pt/fichas/pol ... 05_PSD.pdf
[snip]

Primeiro, duplicar o volume da participação portuguesa nos programas Europeus de Investigação e Desenvolvimento, para o que será necessário:
· Catalisar a criação de plataformas de inovação envolvendo as empresas e as unidades de I&D de cada sector de forma a possibilitar a criação de massa crítica que lhes permita concorrer aos programas
europeus de Investigação.

· Criar mecanismos que permitam às PME, e entidades de menor dimensão, integrar consórcios nacionais que concorram a programas europeus de I&D, através do estabelecimento de núcleos de apoio à preparação de propostas.

· Apoiar a participação Nacional em Projectos Europeus e Internacionais.

Segundo, atingir em 2010, 2% do PIB de investimento em I&D, sendo 1/3 investimento público e 2/3 em investimento privado em I&D, para o que será necessário:
· Reafirmar a Ciência como fonte de conhecimento e de criação de novas tecnologias e crescimento.

· Reafirmar a Ciência como instrumento de modernização do Estado e da Sociedade.

· Reforçar a qualificação de Recursos Humanos.

· Aumentar a eficiência do Sistema Científico, Tecnológico e de Inovação Nacional colocando-o ao serviço do sector empresarial.

· Desenvolver mecanismos públicos que sejam catalisadores do interesse privado no investimento em I&D.

· Promover o ambiente facilitador para o investimento privado em I&D (reserva fiscal, mecenato científico).

· Promover a parcerias entre as Universidades e centros de Investigação com as empresas que ajudem a detectar as oportunidades decorrentes da utilização das novas tecnologias e novos conceitos de negócio.

· Reformar os Laboratórios do Estado identificando as unidades que devem ser colocadas ao serviço do mundo empresarial, indexando o financiamento estatal à sua capacidade de gerar receitas através de parcerias com o sector privado.

· Conceder Autonomia Financeira aos Laboratórios de Estado, colocando-os ao serviço do Sistema de Inovação Nacional e responsabilizando a sua gestão pelos resultados obtidos.

Terceiro, atingir 50 000 empregos em I&D em 2010, sendo fundamental:
· Aumentar o investimento em educação e na
investigação.

· Apostar num reforço continuado de acções de divulgação científica, tornando a ciência mais próxima dos cidadãos e promovendo as carreiras científicas.

Quarto, duplicar o investimento em capital de risco
inicial até 2008, para o que será preciso:
· Promover a imagem de Portugal junto dos grandes agentes de capital de risco apresentando todas as potencialidades nacionais no sector da inovação e da investigação.

· Reforçar a internacionalização do sistema de ciência e inovação, em estreita ligação com as restantes iniciativas nacionais no domínio da I&D e do Conhecimento.

Quinto, triplicar o número de pedidos de patente europeia até 2008, sendo necessário:
· Diminuir a burocracia inerente ao processo de registo de patentes.

· Desenvolver mecanismos institucionais eficazes.

Por último, duplicar o número de empregos em alta tecnologia até 2010, para o que será necessário:
· Incentivar as empresas públicas e privadas para a importância estratégica do investimento em capital humano especializado como factor preponderante para o crescimento económico.

· Contribuir para uma maior especialização e modernização do sector privado e para a criação de empresas de alta tecnologia.
Última edição por Aragao em terça fev 08, 2005 7:48 pm, editado 1 vez no total.
Wolf Credo: "Respect the elders, Teach the young, Cooperate with the pack, Play when you can, Hunt when you must, Rest in between, Share your affections, Voice your feelings, Leave your mark."
---
Visita o Guia do Bolseiro

Aragao
Sócios
Sócios
Mensagens: 1078
Registado: sábado abr 24, 2004 4:22 pm
University/ Institute: Diamond Light Source
Localização: Oxfordshire, United Kingdom
Contacto:

Mensagem por Aragao »

programa do CDS-PP
(http://www.partido-popular.pt/ encontra-se em branco temporariamente)


Ciência Tecnologia e Inovação

Ponto de partida Portugal regista um marcado défice de actuação nesta área devido a um investimento insuficiente do sector privado e a uma organização deficiente no que diz respeito às ligações inter-institucionais. O que prejudica a realização concreta em inovação decorrente da qualidade da ciência e das inovações tecnológicas nacionais.

O domínio da Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI) partilha com as áreas de serviços, de valorização dos recursos naturais e com algumas actividades industriais, a capacidade de inverter o afastamento que a economia nacional tem vindo a registar em relação à média europeia.

Os parceiros activos no âmbito da CTI (Universidades, Sector Estatal, Empresas e Instituições Privadas Sem Fins Lucrativos) têm actuado de forma pouco coordenada. O aparente esforço do sector público é insuficiente e extremamente dependente das verbas negociadas em termos do quadro comunitário de apoio (QCA). Quanto ao sector privado, apesar de se registar melhorias, não é ainda o motor indispensável para poder proporcionar o crescimento significativo nesta área.

O próprio Estado não tem desempenhado adequadamente o seu papel, demitindo-se muitas vezes de explicitar concretamente os objectivos e a hierarquização das prioridades em permanente evolução para o Sector da Ciência e Tecnologia (SCT).

No entanto, o XVI Governo definiu determinadas linhas mestras de actuação com contornos extremamente positivos. Foi este executivo que definiu e manteve como objectivo a prioridade ao domínio da CTI, utilizou a reserva de eficiência do 3º QCA exclusivamente para refinanciar a CTI e regularizou a situação perante o FEDER, legada pelo governo PS. Além disso, traçou objectivos programáticos de médio prazo que estão essencialmente correctos e que se encontram em fase de implementação.

Metas

• Condução das negociações de financiamento do próximo Quadro Comunitário de Apoio (perspectivas financeiras 2007-2013) em consonância com o crescimento pretendido para as actividades de Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI).
• Enquadrar e racionalizar a intervenção do Estado em CTI num conjunto de Institutos Públicos com objectivos, quadros, missões e meios bem definidos.
• Aumentar progressivamente o investimento privado em CTI, através do encorajamento da criação de postos de trabalho para indivíduos com qualificações superiores de harmonia com as metas definidas no plano económico.
• Aumentar significativamente a internacionalização do sistema científico, tecnológico e de inovação nacional, incluindo uma participação crescente em projectos e programas comunitários (designadamente no 7º Programa Quadro de IDT e no novo programa estratégico para a competitividade e inovação).
• Aumentar o leque de acções de cooperação bilateral e multilateral, de forma a privilegiar também os países Mediterrânicos, bem como os da América Latina.
• Privilegiar o desenvolvimento regional da CTI, bem como os domínios de CTI conducentes a uma melhoria da qualidade de vida e do ambiente, através de valores acrescentados provenientes da criação e exploração de propriedade industrial.
• Zelar pela qualidade em geral, e pela optimização do desempenho nas actuações de administração pública em CTI.
• Definir o modelo de financiamento do Sistema de Ciência e Tecnologia que contemple o aumento do investimento público em CIT.
• Concluir os processos de reavaliação dos Laboratórios do Estado e dos Institutos Públicos, actuando em conformidade com os resultados destes de modo a assegurar o cumprimento das obrigações do Estado. Evitando duplicações e adequa-los aos novos desafios do desenvolvimento tecnológico e da inovação.
• Criar um Conselho de Coordenação para o conjunto dos Institutos Públicos mencionados nas alíneas b) a e) do artº 5º, bem como dos organismos constantes do artº 7º do Dec-Lei nº 10/2005 de, 6 de Janeiro.
• Dotar as instituições de mecanismos de gestão adequados, proporcionando a um ritmo tão célere quanto possível, a transformação destas entidades em Entidades Públicas Empresariais.
• Colaborar com o sector educativo, proporcionando formação tecnológica de qualidade e participando em iniciativas de permuta temporária de recursos humanos especializados.
• Promover a colaboração entre os diversos membros do SCT nacional.

Tendo em conta a necessidade imperiosa da participação objectiva e interessada do sector privado é preciso:


• Adoptar medidas realmente encorajadoras e facilitadoras, tanto de natureza fiscal como financeira e regulamentar, conducentes ao reforço do investimento privado em CIT. Este conjunto de medidas deverá integrar um programa específico que permita a criação, aquisição ou funcionamento de unidades de I&D lideradas por entidades privadas.
• Aumentar quantitativamente a melhoria da qualificação dos recursos humanos empregues em CTI, através de programas de formação avançada e da promoção da mobilidade do pessoal adstrito, promovendo ainda o emprego científico no âmbito empresarial.
• Tendo em conta o objectivo de aumentar a internacionalização do SCT é essencial adoptar medidas e programas de apoio à participação portuguesa – e designadamente das empresas portuguesas – nos Programas Europeus de CT do 6º e do 7º Programa Quadro e nas actividades das grandes organizações internacionais de que Portugal é membro. Mas também medidas e programas de apoio à participação portuguesa, pública e privada, em acções de cooperação científica e tecnológica conducentes à inovação, em especial visando a cooperação com os PALOP, os países mediterrânicos não europeus, e os países da América Latina e Caraíbas.

aumentar a percentagem do investimento público do PIB em Ciência dos actuais 0.65% para 1%
Também parece ser evidente que é essencial progredir quanto à aposta no internacionalmente chamado I&D – a investigação e desenvolvimento. Nos últimos três anos, Portugal investiu apenas 0,8% do Produto Interno Bruto em I&D, contra 2% de média europeia e 3% nas economias dos Estados Unidos e do Japão.


O sector privado investe neste campo apenas 0,25% do PIB. É fundamental que neste indicador o país dê um salto realmente extraordinário, estimulando a ligação entre a investigação pública e universitária à realidade empresarial. Será por via destes e outros caminhos que alcançaremos a evolução pretendida.

Programa Eleitoral:
http://ultimahora.publico.pt/fichas/pol ... 005_PP.pdf
Última edição por Aragao em terça fev 08, 2005 7:50 pm, editado 4 vezes no total.
Wolf Credo: "Respect the elders, Teach the young, Cooperate with the pack, Play when you can, Hunt when you must, Rest in between, Share your affections, Voice your feelings, Leave your mark."
---
Visita o Guia do Bolseiro

Aragao
Sócios
Sócios
Mensagens: 1078
Registado: sábado abr 24, 2004 4:22 pm
University/ Institute: Diamond Light Source
Localização: Oxfordshire, United Kingdom
Contacto:

Mensagem por Aragao »

BLOCO de ESQUERDA


• Desenvolvimento de uma política activa de inovação, sendo prioritário aumentar o esforço nacional em Investigação e Desenvolvimento, tendo como objectivo alcançar pelo menos 1,8% do PIB em 2010;

página 24: http://ultimahora.publico.pt/fichas/pol ... 005_BE.pdf
Wolf Credo: "Respect the elders, Teach the young, Cooperate with the pack, Play when you can, Hunt when you must, Rest in between, Share your affections, Voice your feelings, Leave your mark."
---
Visita o Guia do Bolseiro

alexandra rosa
cientista assíduo
cientista assíduo
Mensagens: 349
Registado: sábado abr 24, 2004 3:38 pm

Programa do governo

Mensagem por alexandra rosa »

Eis um excerto do programa do governo:
(pare ler o programa completo, consultar (pdf): http://www.portugal.gov.pt/NR/rdonlyres ... noXVII.pdf)
II. UM PLANO TECNOLÓGICO PARA UMA AGENDA DE CRESCIMENTO
A fraca competitividade e a baixa produtividade estão na raiz do baixo crescimento da
economia portuguesa. Em vez de melhorarmos, temos descido nos rankings internacionais.

O problema da falta de competitividade nacional tem de ser atacado em duas frentes simultaneamente:
· Através do aumento da produtividade e da produção de bens e serviços com mais valor, por parte do aparelho produtivo já instalado;
· Através da criação de novas unidades empresariais e da instalação de novas competências de maior valor acrescentado.

Só através destes processos poderemos elevar os rendimentos e criar empregos de qualidade, de forma a aproximarmo-nos dos países mais desenvolvidos da União Europeia. A chave da competitividade da economia portuguesa chama-se inovação. Inovação de processos, inovação de produtos e serviços, inovação tecnológica e inovação na organização e na gestão. A inovação, ao transformar conhecimento em valor acrescentado, permite acelerar a transição para uma economia baseada no conhecimento, processo que tem estado na base dos casos nacionais de rápido crescimento económico. Para isso, é preciso combinar política de inovação, com políticas ambiciosas para a sociedade da informação, a ciência e a tecnologia, e a qualificação das pessoas.

1. Mobilizar Portugal para a Sociedade da Informação
A generalização do acesso à Internet e às tecnologias de informação e comunicação (TIC) é um elemento crítico do projecto do Governo para o desenvolvimento da sociedade portuguesa. Conjuntamente com o apoio à inovação, nas suas diversas vertentes, e com a prioridade dada ao desenvolvimento do capital humano, a aposta nas TIC irá permitir a aproximação à fronteira tecnológica dos países mais avançados. O nosso atraso em termos de utilização de TIC penaliza negativamente o nosso índice de competitividade geral.

Apontamos como principais objectivos para esta legislatura:
· A generalização do uso efectivo da Internet nas actividades educativas;
· A generalização a todo o território do acesso à banda larga, a preços idênticos aos dos países mais desenvolvidos da União Europeia;
· O lançamento do cartão comum do cidadão;
· A introdução progressiva do princípio do balcão único nas relações do Estado com os cidadãos e as empresas: competirá ao serviço público apropriado (e não ao utilizador) obter de outros serviços públicos os documentos e informações eventualmente necessários.

A desarticulação do esforço continuado de promoção do uso da Internet nas escolas e a diluição ou abandono do esforço público de suporte a bibliotecas e associações tiveram um impacto negativo na mobilização social para a sociedade da informação em Portugal.
É necessário, portanto, alargar o âmbito de intervenção, voltar a mobilizar uma base social de apoio alargada, estimular o investimento público e mobilizar o investimento privado nesta área. Importa consolidar iniciativas em curso (e.g. transacções electrónicas, cidades e regiões digitais, conteúdos digitais, campus virtuais), preencher lacunas (e.g. acesso e utilização da Internet em todas as escolas; partilha de conhecimento e adopção de licenças CC creative commons; democracia electrónica; promoção de sistemas operativos não proprietários open source sempre que apropriado; combate à fraude; reforço da privacidade, segurança e fiabilidade; planeamento estratégico dos sistemas de informação na Administração Pública e nas PME) e promover a inovação e a criação de novas actividades em áreas de desenvolvimento estratégico (nomeadamente em computação distribuída Grid, visualização de informação e redes P2P).
Abrir os mercados públicos de telecomunicações e garantir a independência da entidade reguladora do sector são ainda condições prioritárias para estimular a concorrência e permitir um desenvolvimento mais rápido e sustentado neste domínio.

No que respeita à consolidação dos processos em curso, são prioridades:
· O apoio continuado aos projectos cidades e regiões digitais, passando de um agregado de projectos locais e regionais para uma nova dimensão, “Portugal Digital”, sustentada em desafios comuns às cidades e regiões digitais actuais ou em desenvolvimento, nomeadamente em aplicações com fortes economias de rede, como o funcionamento inter-modal dos transportes ou a tele-medicina;
· Regulação e clarificação das transacções electrónicas, cuja generalização será promovida, completando-se ainda, de forma adequada, os dispositivos legais que regulam o comércio electrónico;
· Reforço de projectos de conteúdos digitais, lançamento de iniciativas nacionais em domínios emergentes e estímulo ao desenvolvimento de campus virtuais;
· Desenvolvimento e difusão de ferramentas de tratamento computacional da língua portuguesa, designadamente em parcerias público-privado;
· Reforço da divulgação de boas práticas e do sistema de monitorização dos progressos realizados no domínio do uso social das tecnologias de informação e comunicação em Portugal, designadamente no âmbito do benchmarking internacional requerido pela Estratégia de Lisboa;
· Avaliação independente, regular e transparente dos sistemas de informação da Administração e dos serviços públicos;
· Promoção do desenvolvimento e uso de TIC por cidadãos com necessidades especiais.

2. Imprimir um novo impulso à inovação
Apesar de termos conseguido, entre 1995 e 2001, o maior crescimento da União Europeia em Investigação e Desenvolvimento (I&D), o atraso português é ainda enorme.

Apontamos como principais metas para esta legislatura:
· Viabilizar a criação de 200 novas empresas de base tecnológica e potenciar o crescimento desse tipo de empresas em mercados emergentes;
· Duplicar os fundos de capital de risco para apoiar o lançamento de projectos inovadores;
· Criar um programa que disponibilize às PME jovens quadros no campo da gestão e da inovação;
· Repor um sistema de incentivos fiscais à I&D empresarial;
· Introduzir o empreendorismo como matéria obrigatória do ensino, à semelhança do que sucede nos países mais avançados;
· Ao nível da gestão de topo, criar condições para que pelo menos um curso pósgraduado de gestão (MBA) venha a estar entre os 100 melhores do mundo;
· Apoiar mais activamente a captação de Investimento Directo Estrangeiro (IDE) de base tecnológica e reduzir drasticamente os entraves burocráticos.

Na última metade da década de noventa duplicou em Portugal o número de empresas com actividades de I&D. Estas empresas já não competem internacionalmente com base em salários baixos, mas com recursos humanos qualificados, I&D e inovação, marketing, design, formação e qualidade, cooperando com instituições de C&T. A nossa aposta é tornar possível que este modelo económico emergente, este novo Portugal Inovador, se torne o modelo dominante, a partir do qual se sustente um novo ciclo de crescimento económico.
A crise dos últimos anos dificultou a valorização dos resultados de muitos projectos de I&D empresarial. O relançamento do crescimento económico será potenciado por políticas que ajudem o sucesso no mercado de produtos e serviços inovadores:
· “Via Verde” para produtos inovadores - canal de decisão rápida na Administração Pública para licenciamentos ou apoios aos investimentos;
· Etiqueta “Inovação XXI”, atribuída anualmente aos produtos inovadores lançados no mercado, para visibilidade e apoio de marketing;
· Revisão da presente legislação, quando dificulte o desenvolvimento de novas indústrias em Portugal e o acesso aos mercados públicos de novos produtos;
· Aprovação de normativos que dinamizem o crescimento da procura de produtos inovadores, sem aumento da despesa pública;
· Apoio à participação dos produtos inovadores em feiras tecnológicas internacionais de referência;
· Relançamento da política de cooperação internacional com outros continentes, nomeadamente ao encontro da Ásia;
· Simplificação dos mecanismos de apoio à criação de empresas de base tecnológica e criação de uma oferta de “capital semente”, a ser gerido pela Agência de Inovação.

Com uma dotação inicial de 30 milhões de euros, será viabilizada a criação de 200 novas empresas de base tecnológica, as quais contarão com apoio especializado à gestão na fase de arranque.
O IDE continuará a ser um dos principais veículos de difusão da tecnologia. O alargamento da União Europeia aos países do Leste europeu veio aumentar a concorrência na captação do investimento estrangeiro. Todavia, o desenvolvimento da capacidade de Ciência e Tecnologia (C&T) do nosso País e uma nova geração de empresas inovadoras, possibilitam uma estratégia mais activa baseada nestas novas vantagens. Será organizada uma rede de vigilância tecnológica e de detecção de oportunidades de investimento, coordenada e dinamizada pela Agência Portuguesa para o Investimento e pela Agência de Inovação. Uma nova política de cooperação irá dar prioridade à abordagem de empresas ainda não presentes no mercado europeu, para quem o País possa ser uma plataforma de penetração competitiva.

Muitas das empresas que tiverem sucesso na comercialização dos produtos que desenvolveram irão juntar-se às que já integram a I&D e a Inovação como dimensão central das suas estratégias e intensificarão os seus investimentos em I&D. Para tanto, o Estado disponibilizará apoios apropriados:
· Reposição de um sistema de incentivos fiscais à I&D empresarial;
· Reorientação dos incentivos financeiros às empresas, focalizando-os no apoio à inovação;
· Estímulo ao desenvolvimento de fundos sectoriais para financiamento da I&D, constituídos por contributos das empresas dos sectores da economia com mais elevado grau de concentração, de forma a que a intensidade de investimento em I&D possa convergir com a dos congéneres europeus mais avançados;
· Criação de um fundo para o desenvolvimento C&T, dirigido a todo o sistema científico e tecnológico, englobando fundos sectoriais, retorno de empréstimos reembolsáveis e eventualmente reforçado pelo Banco Europeu de Investimento;
· Apoio à profissionalização da gestão da inovação nas empresas, sensibilizando gestores e quadros para o lugar da I&D e da inovação na estratégia das empresas;
· Introduzir mecanismos nas Universidades e Laboratórios que premeiem a participação dos investigadores nos resultados e melhorem a sua mobilidade;
· Nas contrapartidas das grandes compras públicas, afectar pelo menos 20% do valor das contrapartidas a projectos de I&D e inovação;
· Promover projectos orientados para o desenvolvimento e endogeneização de novas tecnologias emergentes. Estas iniciativas de grupos de empresas poderão levar à criação de laboratórios e de redes de investigação cooperativos e ao reforço da nossa participação no Programa Quadro de I&D da União Europeia;
· Estimular programas orientados para a resolução de problemas de interesse público. O Estado encomendará serviços de investigação e desenvolvimento, com vista a encontrar soluções mais económicas e eficientes para problemas relevantes para a sociedade e a melhoria da qualidade de vida. A articulação das linhas de investigação no âmbito de cada Ministério num plano tecnológico coerente terá expressão nas Grandes Opções do Plano, que indicarão ainda as principais missões dos Laboratórios de Estado e outras instituições;
· Racionalizar e reforçar a rede nacional de apoio à inovação e promover a emergência de centros de recursos em conhecimento por áreas de especialidade.

Propomo-nos continuar a alargar o número de empresas com actividades de I&D. Os programas de apoio à investigação em consórcio e à colocação de mestres e doutores nas empresas continuarão a desempenhar um papel-chave. Será reintroduzida a prática do acompanhamento sistemático dos projectos. Os centros de valorização de resultados da I&D, já existentes junto da maioria das instituições de investigação, serão articulados em rede para promover a formação especializada de uma forma que venha a desenvolver novas competências que facilitem o acesso a novos mercados.

3. Vencer o atraso científico e tecnológico
O desenvolvimento científico dos países é o melhor garante do enraizamento de uma cultura exigente de avaliação e de qualidade, que queremos ver generalizada a todos os sectores da vida nacional. Vencer o atraso científico é hoje condição imprescindível para o nosso progresso económico e social. Mobilizaremos e convocaremos o País, integraremos todas as reservas de competência para uma ética do rigor e do saber, do estudo e do trabalho.

Em percentagem do PIB, Portugal despende em I&D menos de metade da média europeia (0.8% contra 1.9%). O número de investigadores em Portugal representa pouco mais de metade da média europeia, em permilagem da população activa (3, 4 contra 5, 5). Esta desproporção torna-se ainda mais gritante quando posta em confronto com a dinâmica de crescimento noutros países e com as metas europeias para 2010 (3% do PIB em investigação e 8 investigadores por mil activos). O financiamento total da I&D por habitante representa em Portugal apenas 39% da média da Europa a 25: 436 euros de média europeia contra 171 euros por ano em Portugal. Quarenta e sete cêntimos por dia e por habitante! A meta europeia de atingir 3% do PIB em investimento em I&D visa 2% do PIB a ser executado por empresas e 1% pelo sector público. Muitos países europeus já atingiram ou ultrapassaram esse valor do investimento público. Mas em Portugal, o sector público investe apenas 0, 55% do PIB em I&D. Pior ainda: após seis anos de crescimento dos orçamentos de Estado em Ciência e Tecnologia (entre 1996 e 2002), fazendo com que progredíssemos mais rapidamente na União Europeia, a política dos últimos anos foi de retrocesso, pondo a Ciência nacional em situação de emergência, e encorajando a emigração dos mais novos.

Não admitiremos mais nenhum retrocesso nesta matéria crucial para a nossa modernização. Reformaremos a estrutura da despesa pública e o sistema de incentivos, orientando-os para objectivos de crescimento e especialmente para o reforço do desenvolvimento científico e tecnológico e da inovação. A nossa meta é duplicar a capacidade científica e tecnológica do País, reforçando decisivamente a capacidade da economia e da sociedade portuguesa.

Assim, assumimos como principais metas para esta legislatura:
· Triplicar o esforço privado em I&D empresarial (que hoje não ultrapassa 0, 26% do PIB), criando as condições de estímulo necessárias;
· Triplicar o número de patentes registadas;
· Duplicar o investimento público em I&D, de forma a que atinja 1% do PIB;
· Fazer crescer em 50% os recursos humanos em I&D e a produção científica referenciada internacionalmente. Fazer crescer para 1500 por ano o número de doutoramentos em Portugal e no estrangeiro;
· Estimular o emprego científico no sector público e privado. O Estado promoverá a criação e o preenchimento progressivo, de forma competitiva, de 1000 lugares adicionais para I&D, por contrapartida da extinção do número necessário de lugares menos qualificados noutros sectores da Administração;
· Tornar obrigatória a prática experimental em disciplinas científicas e técnicas no Ensino Básico e Secundário;
· Organizar capacidades científicas e técnicas para a minimização e prevenção de riscos públicos, a segurança do País e o reforço das instituições reguladoras e de vigilância.

Desta forma, as orientações do Governo agora formado, para acelerar o desenvolvimento científico e tecnológico, serão as seguintes:

· Cultura científica e tecnológica, educação científica e experimentação.
Promoveremos o desenvolvimento da cultura científica e tecnológica e reforçaremos as condições de trabalho e a independência da Agência Ciência Viva. Apoiaremos os centros Ciência Viva e outros centros e museus de ciência e tecnologia, bem como projectos para o reforço das capacidades experimentais nas escolas e para o seu trabalho em rede com laboratórios e empresas. Tornaremos obrigatória a prática experimental em disciplinas científicas e técnicas no Ensino Básico e Secundário, que será valorizada na avaliação dos alunos;

· Investigação científica competitiva e avaliação internacional. Consórcios, redes e programas.
Garantiremos pontualidade nos concursos para financiamento, com avaliação e acompanhamento internacional independente, de projectos, redes e instituições em todos os domínios científicos; reforçaremos a investigação em consórcio entre empresas e institutos de investigação, as condições para novas empresas de base tecnológica, a valorização da engenharia nacional. Crescerão os recursos humanos em I&D, a produção científica referenciada internacionalmente e o
emprego científico privado e público (onde haverá 1000 lugares adicionais para I&D, por contrapartida da extinção de lugares menos qualificados noutros sectores);

· Ciência, tecnologia e inovação em cooperação internacional.
A actividade nas áreas fundamentais da agenda internacional, oceanos e espaço, clima e biodiversidade, ambiente, tecnologias de informação e comunicação, biotecnologia e ciências da saúde, materiais e nanotecnologias, energia, astronomia e física fundamental, modelação, entre outras, será desenvolvida com o objectivo de difusão de conhecimento e tecnologias para o País, produção científica própria e aproveitamento de oportunidades científicas e industriais. Participaremos plenamente nas organizações internacionais e na elaboração da política científica e tecnológica da União Europeia, apoiando o reforço de meios, a desburocratização de procedimentos, o maior acesso das PME, e, ainda, a criação de um Conselho Europeu de Investigação;

· Contratos de serviço público com laboratórios de Estado e laboratórios associados.
Retomaremos o rejuvenescimento e a reforma dos Laboratórios de Estado, estabelecendo missões e contratos orientadores, especialmente de apoio à actividade reguladora e fiscalizadora do Estado e à actividade económica, à tomada de decisões e minimização de riscos. Restauraremos a sua autonomia financeira. Também com os Laboratórios Associados, o Estado celebrará contratos de serviço público, designadamente de apoio à decisão e à detecção de riscos e oportunidades;

· Ciência e tecnologia para a prevenção e minimização de grandes riscos públicos.
Organizaremos sistematicamente capacidades científicas e técnicas para a minimização e prevenção de grandes riscos públicos, bem como o reforço das instituições reguladoras e de vigilância, designadamente através da sua avaliação internacional periódica;

· Desgovernamentalizar e modernizar o sistema público de administração da ciência. Melhoraremos a gestão e desburocratizaremos o sistema de financiamento, criando condições para a sua desgovernamentalização e para avaliações e decisões mais seguras. O sistema público de apoio à I&D em Portugal deve ser um modeloavançado da Administração Pública responsável e moderna.

· Triplicar o esforço privado de I&D e atingir 1% do PIB de investimento público em I&D.
A meta europeia de uma execução pública de 1% do PIB em I&D é tanto mais urgente quanto a experiência internacional nos demonstra como esse investimento é multiplicador do investimento privado em inovação. Pretendemos triplicar o esforço privado em I&D que actualmente não ultrapassa 0, 26% do PIB.
Alexandra Rosa
Ex-cientista

Responder