Concurso bolsas de pós-doc
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Concurso bolsas de pós-doc
Olá,
Alguém sabe para quando está previsto a abertura do próximo concurso de bolsas pós-doc?
É que no comunicado da FCT apenas está referido a abertura do concurso de bolsas de doutoramento no próximo mês de Março.
E de pós-doc, não vai haver? Há tempos ouvi dizer que iam deixar de existir... mas e o que se faz aos recém-doutorados? Manda-se emigrar?
É que ainda assim 400 bolsas sempre são melhores que 0!
Alguém sabe para quando está previsto a abertura do próximo concurso de bolsas pós-doc?
É que no comunicado da FCT apenas está referido a abertura do concurso de bolsas de doutoramento no próximo mês de Março.
E de pós-doc, não vai haver? Há tempos ouvi dizer que iam deixar de existir... mas e o que se faz aos recém-doutorados? Manda-se emigrar?
É que ainda assim 400 bolsas sempre são melhores que 0!
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Re: Concurso bolsas de pós-doc
O objetivo da FCT e do MCES é deixar de ter bolsas individuais para pós-doutorados e estes serem contratados diretamente pelas faculdades e unidades de investigação. Como isso se vai processar ainda está em discussão.
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- investigador em formação
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Re: Concurso bolsas de pós-doc
Obrigado pela informação.sergiodiassilva Escreveu:O objetivo da FCT e do MCES é deixar de ter bolsas individuais para pós-doutorados e estes serem contratados diretamente pelas faculdades e unidades de investigação. Como isso se vai processar ainda está em discussão.
Aguardemos então novidades.
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Re: Concurso bolsas de pós-doc
Ainda podem não ter decidido, mas isso quer dizer que estão a pensar acabar com o juri nacional de avaliação, passando então a juris constituídos localmente (por projecto/instituição) - o que parece ser uma medida assustadora para uma comunidade cientifica que tem níveis elevados de endogamia, devido aos quais a FCT se justifica para ter introduzido a bonificação de 20% a quem apresentou candidatura em mobilidade nacional no que então parecer ser o ultimo concurso pos doc (2016).
É por coisas como esta que se vê a "consistência" da visão do investimento em ciência em Portugal...
É por coisas como esta que se vê a "consistência" da visão do investimento em ciência em Portugal...
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Re: Concurso bolsas de pós-doc
ldistante Escreveu:Ainda podem não ter decidido, mas isso quer dizer que estão a pensar acabar com o juri nacional de avaliação, passando então a juris constituídos localmente (por projecto/instituição) - o que parece ser uma medida assustadora para uma comunidade cientifica que tem níveis elevados de endogamia, devido aos quais a FCT se justifica para ter introduzido a bonificação de 20% a quem apresentou candidatura em mobilidade nacional no que então parecer ser o ultimo concurso pos doc (2016).
É por coisas como esta que se vê a "consistência" da visão do investimento em ciência em Portugal...
Podes dizê-lo mais alto mas não poderias ser mais claro. Este ministério está iniciar um programa de desestruturação da ciência em Portugal que não deixa de ser surpreendente vindo de uma coligação de esquerda.
Este novo decreto-lei para contratação não é mais do que uma flexibilização do emprego científico (desvalorização) para se poder contratar doutorados por tuta e meia. A mentalidade deste ministro não muito diferente da do tipo da padaria portuguesa.
Para que serve aumentar o número de doutorados quando não há saída para estes? Não faria mais sentido aumentar o financiamento de posdoc e investigadores para aliviar um pouco a situação destas pessoas e não afunilar ainda mais?
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Re: Concurso bolsas de pós-doc
Por telefone foi-me transmitido que não há enganos que será mesmo só de doutotamento. Mais, seguindo a política de um concurso/ano, pois a FCT já tem atrasos só com um, não haverá bolsas BPD a concurso indivídual em 2017...
Esperar para ver mas não se adivinham boas notícias.
Esperar para ver mas não se adivinham boas notícias.
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Re: Concurso bolsas de pós-doc
Há aqui duas questões diferentes, a da contratação e a do financiamento.
O princípio que está a ser seguido, na minha opinião, faz sentido: financiar centralmente o arranque dos percursos de investigação (bolsas para elaboração de doutoramentos) e descentralizar a contratação posterior, de forma a dar resposta a necessidades de unidades de investigação e dando início a carreiras de investigação com contratos e respetivas garantias laborais. Até aí, penso eu, tudo bem. Mesmo a questão da endogamia pode ser combatida com a seleção de júris internacionais e independentes para evitar concursos combinados. Não se pode flexibilizar o que não existe, que é o emprego científico. O que há é docentes que arranjam tempo para investigar ou bolseiros, e esta iniciativa tem como objetivo criar a carreira de investigador.
A outra questão, para a qual não vejo resolução fácil, é a questão do financiamento. Esta solução passa para as unidades de investigação, que já têm dificuldades de financiamento suficientes, a despesa da contratação, manutenção e progressão na carreira, mas não explica de onde vem o dinheiro. O financiamento é curto e temporalmente muito limitado, a avaliação é estranha, e não se vê como é que as unidades poderão suportar esta despesa, pelo que o que parece que vai acontecer é um buraco no sistema, em que já não há bolseiros pós-doc mas ainda não há investigadores doutorados contratados.
O princípio que está a ser seguido, na minha opinião, faz sentido: financiar centralmente o arranque dos percursos de investigação (bolsas para elaboração de doutoramentos) e descentralizar a contratação posterior, de forma a dar resposta a necessidades de unidades de investigação e dando início a carreiras de investigação com contratos e respetivas garantias laborais. Até aí, penso eu, tudo bem. Mesmo a questão da endogamia pode ser combatida com a seleção de júris internacionais e independentes para evitar concursos combinados. Não se pode flexibilizar o que não existe, que é o emprego científico. O que há é docentes que arranjam tempo para investigar ou bolseiros, e esta iniciativa tem como objetivo criar a carreira de investigador.
A outra questão, para a qual não vejo resolução fácil, é a questão do financiamento. Esta solução passa para as unidades de investigação, que já têm dificuldades de financiamento suficientes, a despesa da contratação, manutenção e progressão na carreira, mas não explica de onde vem o dinheiro. O financiamento é curto e temporalmente muito limitado, a avaliação é estranha, e não se vê como é que as unidades poderão suportar esta despesa, pelo que o que parece que vai acontecer é um buraco no sistema, em que já não há bolseiros pós-doc mas ainda não há investigadores doutorados contratados.
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Re: Concurso bolsas de pós-doc
sergiodiassilva Escreveu:Há aqui duas questões diferentes, a da contratação e a do financiamento.
O princípio que está a ser seguido, na minha opinião, faz sentido: financiar centralmente o arranque dos percursos de investigação (bolsas para elaboração de doutoramentos) e descentralizar a contratação posterior, de forma a dar resposta a necessidades de unidades de investigação e dando início a carreiras de investigação com contratos e respetivas garantias laborais. Até aí, penso eu, tudo bem. Mesmo a questão da endogamia pode ser combatida com a seleção de júris internacionais e independentes para evitar concursos combinados. Não se pode flexibilizar o que não existe, que é o emprego científico. O que há é docentes que arranjam tempo para investigar ou bolseiros, e esta iniciativa tem como objetivo criar a carreira de investigador.
A outra questão, para a qual não vejo resolução fácil, é a questão do financiamento. Esta solução passa para as unidades de investigação, que já têm dificuldades de financiamento suficientes, a despesa da contratação, manutenção e progressão na carreira, mas não explica de onde vem o dinheiro. O financiamento é curto e temporalmente muito limitado, a avaliação é estranha, e não se vê como é que as unidades poderão suportar esta despesa, pelo que o que parece que vai acontecer é um buraco no sistema, em que já não há bolseiros pós-doc mas ainda não há investigadores doutorados contratados.
A mim por acaso não me chocava nada que existissem um concurso de bolsas de pós-doc para os primeiros anos após o doutoramento (p.e., no máx 3 anos). Depois desse periodo, sim, concordo que fossem criadas condições para a passagem para uma situação mais estável, ou seja, um contrato.
Isso permitiria:
1) um maior n.º de candidatos financiados (pois o financiamento correspondente a um ano de bolsa é muito inferior ao valor de um ano de contrato);
2) a possibilidade de fazer pós-doc antes de embarcar na indústria/empresa (já há muitas empresas que exigem 2 anos de pós-doc).
Eu também não vejo com bons olhos o facto dos eventuais concursos de contrato serem 'locais'. A nível nacional já se vê o que se vê, agora imaginem em cada 'quintinha'!
Acho que seria mais claro se fosse um concurso a nível nacional e, de preferência, com um júri internacional...
E por último, e que me põe seriamente a pensar em emigrar, é que este DL que foi agora aprovado para a passagem de bolsas a contrato só terá efeito enquanto a FCT financiar o contrato. Porque muito sincera e realisticamente falando, após o financiamento do contrato acabar por parte da FCT as instituições não vão acolher esses candidatos.
Nessa altura haverá novos a entrar e vamos entrar num círculo vicioso de 'investigadores estagiários'.
Tem havido também um aproveitamento descarado por parte das instituições de acolhimento que têm assim recursos humanos baratos (e até muitas vezes grátis) sem se comprometerem com qualquer tipo de financiamento próprio. Julgo que estas também não estão a ser ética e moralmente correctas.
Posso estar a ter uma visão muito decandente do futuro da ciência em Portugal, mas com os dados de que agora disponho, é o único cenário que consigo pintar!
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Re: Concurso bolsas de pós-doc
A visão só pode ser decadente. O que se espera quando a proposta que existe é contratar pessoas com experiência posdoc com redução de salário e sem perspectivas de carreira nos próximos 6 anos? Esta é a altura em que o investigador se deve afirmar e tentar iniciar uma carreira independente. Castrar a ambição dos investigadores não me parece ser uma medida muito inteligente.Igas Escreveu:sergiodiassilva Escreveu:Há aqui duas questões diferentes, a da contratação e a do financiamento.
O princípio que está a ser seguido, na minha opinião, faz sentido: financiar centralmente o arranque dos percursos de investigação (bolsas para elaboração de doutoramentos) e descentralizar a contratação posterior, de forma a dar resposta a necessidades de unidades de investigação e dando início a carreiras de investigação com contratos e respetivas garantias laborais. Até aí, penso eu, tudo bem. Mesmo a questão da endogamia pode ser combatida com a seleção de júris internacionais e independentes para evitar concursos combinados. Não se pode flexibilizar o que não existe, que é o emprego científico. O que há é docentes que arranjam tempo para investigar ou bolseiros, e esta iniciativa tem como objetivo criar a carreira de investigador.
A outra questão, para a qual não vejo resolução fácil, é a questão do financiamento. Esta solução passa para as unidades de investigação, que já têm dificuldades de financiamento suficientes, a despesa da contratação, manutenção e progressão na carreira, mas não explica de onde vem o dinheiro. O financiamento é curto e temporalmente muito limitado, a avaliação é estranha, e não se vê como é que as unidades poderão suportar esta despesa, pelo que o que parece que vai acontecer é um buraco no sistema, em que já não há bolseiros pós-doc mas ainda não há investigadores doutorados contratados.
A mim por acaso não me chocava nada que existissem um concurso de bolsas de pós-doc para os primeiros anos após o doutoramento (p.e., no máx 3 anos). Depois desse periodo, sim, concordo que fossem criadas condições para a passagem para uma situação mais estável, ou seja, um contrato.
Isso permitiria:
1) um maior n.º de candidatos financiados (pois o financiamento correspondente a um ano de bolsa é muito inferior ao valor de um ano de contrato);
2) a possibilidade de fazer pós-doc antes de embarcar na indústria/empresa (já há muitas empresas que exigem 2 anos de pós-doc).
Eu também não vejo com bons olhos o facto dos eventuais concursos de contrato serem 'locais'. A nível nacional já se vê o que se vê, agora imaginem em cada 'quintinha'!
Acho que seria mais claro se fosse um concurso a nível nacional e, de preferência, com um júri internacional...
E por último, e que me põe seriamente a pensar em emigrar, é que este DL que foi agora aprovado para a passagem de bolsas a contrato só terá efeito enquanto a FCT financiar o contrato. Porque muito sincera e realisticamente falando, após o financiamento do contrato acabar por parte da FCT as instituições não vão acolher esses candidatos.
Nessa altura haverá novos a entrar e vamos entrar num círculo vicioso de 'investigadores estagiários'.
Tem havido também um aproveitamento descarado por parte das instituições de acolhimento que têm assim recursos humanos baratos (e até muitas vezes grátis) sem se comprometerem com qualquer tipo de financiamento próprio. Julgo que estas também não estão a ser ética e moralmente correctas.
Posso estar a ter uma visão muito decandente do futuro da ciência em Portugal, mas com os dados de que agora disponho, é o único cenário que consigo pintar!
Outra questão que me parece pertinente é a de saber se este ritmo de contratação se irá manter. Ou esta vai ser uma versão Z do programa ciência em que se contratou muita gente em dois anos e nos anos seguintes foi aquilo que todos sabemos. Não é ético, nem moral e muito menos recomendável. Este tipo de selecção geracional é simplesmente estúpido.
O que os investigadores e o sistema necessitam é de planos a longo prazo que não mudem consoante os ministros. Os programas de contratação, de financiamento e de avaliação devem ser estáveis. As pessoas que estão a fazer os doutoramentos ou posdoc e que ambicionam continuar trabalhar na academia precisam de saber se têm que trabalhar para publicar muito ou em revistas de alto factor de impacto, se têm que fazer formação no estrangeiro ou lamber a bota do director, etc.
O mínimo que se deveria fazer, na minha opinião, era passar todas as bolsas posdoc a contrato e manter os programas de contratação de investigadores. Verdade seja dita que com o novo decreto-lei a passagem de bolsa a contrato não tem impacto no orçamento do estado.