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Estimados colegas

Tenho acompanhado com muita atenção o desenvolvimento do processo de avaliações às candidaturas a bolsa individual deste ano.

Parece, pelas muitas situações descritas e aparentemente credíveis, estarem a ocorrer várias irregularidades no que respeita às avaliações efectuadas. Para além da subjectividade inerente a certos critérios de avaliação, outras normativas parecem não ter sido respeitadas uniformemente (exemplo de casos em que o guião não foi totalmente seguido pelo painel na decorrencia do processo avaliativo). Assim, esperam-se muitas reclamações fundamentadas... Para além disso, continua a haver um clima de alguma suspeição, o que me parece de todo entristecedor. Falamos do futuro da investigação científica nacional!!!

Por outro lado, é pouco transparente que continuem a existir conflitos de interesses, a saber, situações (dificieis de controlar) em que no painel de avaliação estão investigadores que acumulam a função de avaliadores e orientadores de candidatos ao mesmo concurso.

Deste modo, gostaria, se me permitem, de propor à ABIC que discutissem esta matéria com a direcção da FCT, de forma a melhorar o actual sistema e formato de avaliação. Por exemplo, porque não incluir nos próximos paineis, uma percentagem significativa (50%) de investigadores estrangeiros?

Deixo, assim, esta proposta a pensar por nós, já que tratamos duma matéria de extrema importancia para a nossa sociedade, o futuro da investigação cientifica e o potencial de recursos humanos nacional.

Um abraço

Hugo

Muito bem Hugo concordo totalmente contigo. o que dizes corresponde há verdade e infelizmente sei de fonte segura que houve gente beneficiada neste concurso e que a unica forma de isso não voltar a acontecer passa por aquilo que acabas-te de propor. Uma boa percentagem se não a totalidade do painel ser constituida por avaliadores estrangeiros. Parabens pelo teu comentário e um abraço a todo o forum.

Estou completamente de acordo.

Sugiro a existência de mais de metade de peritos estrangeiros na constituição do júri, e de uma norma que impeça determinada pessoa que participou no júri de o voltar a ser sem antes terem passado x anos.
Tanto quanto sei, na minha área há umas quantas pessoas que ano sim ano não pertencem ao júri. ou seja, a atribuição de bolsas em determinada área científica para um país de 10 milhões de pessoas está na mão de meia-dúzia de pessoas.

na área da física, por exemplo, o juri deste ano foi igual ao do ano passado, só mudaram uma pessoa.

Isso condiz com a minha experiência no Direito.

Há uma pessoa que é sempre a mesma em pelo menos 3 dos 4 concursos em que me candidatei.

O presidente do júri também foi o mesmo 3 vezes nos últimos 5 anos.

Isto faz-me lembrar o Governo Regional da Madeira, com a excepção de que para o Governo Regional da Madeira... bem, há eleições!

Eu veria com bons olhos que o júri fosse eleito por um colégio de doutores da área, sendo que quem participou uma vez no júri não o poderia voltar a fazer durante os próximos, por exemplo, 5 ou 6 anos.
No fundo, o júri seria eleito, da mesma forma que é eleito um bastonário ou uma direcção autárquica. (Na Ordem dos Advogados quem é eleito bastonário nunca mais o pode vir a ser novamente.)

Já repararam como a Universidade está hoje para a Sociedade como o estava a Igreja no séc. XV? (É uma frase que digo há muito tempo)

Poder, corrupção, iluminati, vingança...

Vale apena ver o que pensam os restantes colegas e investigadores e como responderam ao último inquérito lançado pela ABIC. Sobre os paineis de avaliação as respostas ás perguntas 10 a 19 são interessantes.
Critérios de Avaliação

David