Eu compreendo que este forum funcione, também, como um desabafo. Mesmo assim, há dois coisas que me parecem importantes:
1.
Há uma diferença entre atacar ideias e argumentos e atacar os autores dessas ideias ou argumentos. Na minha opinião uma é admissivel e normal num espaço destes, a outra não.
2.
Raras vezes as coisas se conseguem à base de força bruta, radicalismos e rupturas. Ter razão (como obviamente me parecem as reivindicações dos jovens investigadores em Portugal, numa perspectiva de potênciar o desenvolvimento com base na inovação) não é garantia suficiente de ver atendidas as expectativas.
Ciência no Parlamento ?
Regras do Fórum
"Prioridades e estratégias"; cujo objectivo é a discussão daquilo que os bolseiros consideram ser as prioridades para a melhoria das suas condições enquanto jovens investigadores e as estratégias a seguir para atingir os objectivos propostos.
"Prioridades e estratégias"; cujo objectivo é a discussão daquilo que os bolseiros consideram ser as prioridades para a melhoria das suas condições enquanto jovens investigadores e as estratégias a seguir para atingir os objectivos propostos.
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Caro Alfredo,
Eu entendi que tinha sátira mas a sua mistura, que usas com regularidade, neste contexto pode cair mal. Principalmente se as bolsas vierem atrasadas como aconteceu, etc. E bem sabemos que o dinheiro não vem dos mesmos lugares.
parece-me que iniciativas destas tem lugar até porque hoje em dia tudo se faz com operações de charme e não apenas de estudos e de achar que os outros deveriam saber muito bem isto ou aquilo....
Moon
Esclarecida então se "nem foi argumentação, nem demagogia"Alfredo Baptista Escreveu:
Nem foi argumentação, nem demagogia, foi ironia e sátira; lamento que tenhas tinho dificuldade em perceber o aqui digo (pensei que tivesse sido claro), mas fica o esclarecimento. Não havia de ser 30 euros de salgadinhos que te iam impedir de receber a tua bolsa, descansa. Lá por falar a sério muitas vezes, também gosto de brincar... e é a brincar que se dizem as maiores verdades.
Eu entendi que tinha sátira mas a sua mistura, que usas com regularidade, neste contexto pode cair mal. Principalmente se as bolsas vierem atrasadas como aconteceu, etc. E bem sabemos que o dinheiro não vem dos mesmos lugares.
parece-me que iniciativas destas tem lugar até porque hoje em dia tudo se faz com operações de charme e não apenas de estudos e de achar que os outros deveriam saber muito bem isto ou aquilo....
Moon
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- cientista assíduo
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Para quem acha que este tipo de iniciativas não serve para nada, convido a ler as comunicações à conferência "Ciência e decisão política", organizada pela associação Viver a Ciência (http://www.viveraciencia.org), em http://forum.bolseiros.org/viewtopic.php?p=2779#2779
Alexandra
Alexandra
Alexandra Rosa
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Alexandra
Eu li as intervenções (principalmente e do Toss Gascoigne, da Austrália) e continuo a achar que há aqui um grande equívoco. Os moldes em como este Café da Ciência foi organizado é claramente um flop à partida. Comparado com os encontros promovidos pelos australianos, segundo relato de Toss Gascoigne, o nosso é completamente desorganizado, sem haver definição do período da conversa, temática e elementos políticos e da área da ciência. A avaliar pelo convite português, apareceria quem quisesse. Se aparecessem 250 cientista e um político, eu gostaria de saber como se faria a seriação das mensagens a trocar. Enquanto que a inciativa australiana tem um propósito definido (os temas foram propostos à partida), no Café de Ciência fala-se de aproximação entre decisores (os parlamentares) e os cientistas, sobre qualquer tema e durante 2 horas e meia!!!! A isso chama-se uma tertúlia. Isto é absolutamente ridículo, e nestes moldes não serve para nada. Pelo contrário, a iniciativa australiana decorre durante vários dias, em que as audiência são entre 40 a 90 minutos, e entre UM cientista e UM parlamentar. Chega-se ao cúmulo de ser dada formação aos cientistas de como fazer a apresentação da temática científica aos parlamentares. E que é que isso tem a ver com o Café de Ciência? Não confundamos as águas, as criticas aqui colocadas são perfeitamente justas e só não vê quem não quer ver.
Moongirl
Não vejo porque a minha ironia possa cair mal em alguns círculos. Mas se caiu, paciência, é o resultado de uma leitura errada das minhas palavras. É pela grandeza daquilo de que nos conseguimos rir que definimos a nossa própria grandeza.
Em relação às operações de charme, só acho que enquanto andarmos a lamber botas uns aos outros, não estamos a ensinar a a produzir conhecimento. E depois, em vez de haver verdadeiros cientistas, os mais bem-sucedidos são os "charmosos" políticos da ciência, que arranjam todos os subterfúgios para se rodearem de apaniguados e assim se eternizarem nos cargos que ocupam. Em relação aos outros saberem tudo sobre isto ou aquilo, vamos lá ver se nos entendemos... Os deputados são eleitos em representação dos eleitores, e têm obrigações para com eles. Se estão no Parlamento, estão lá para legislar conhecendo a realidade do que legislam. O EBIC foi aprovado por quem? Para desconhecerem, é melhor irem embora. E para fazerem figuras tristes, como esta do café da Ciência, mais vale estarem quietos, porque já se viu que isto não serve para nada. Ou serão eleitos para tomarem café com os cientistas? É essa tolerância em relação à nossa classe política que nos conduziu a este abismo, essa falta de exigência e esse laxismo em relação às necessidades dos outros.
Eu li as intervenções (principalmente e do Toss Gascoigne, da Austrália) e continuo a achar que há aqui um grande equívoco. Os moldes em como este Café da Ciência foi organizado é claramente um flop à partida. Comparado com os encontros promovidos pelos australianos, segundo relato de Toss Gascoigne, o nosso é completamente desorganizado, sem haver definição do período da conversa, temática e elementos políticos e da área da ciência. A avaliar pelo convite português, apareceria quem quisesse. Se aparecessem 250 cientista e um político, eu gostaria de saber como se faria a seriação das mensagens a trocar. Enquanto que a inciativa australiana tem um propósito definido (os temas foram propostos à partida), no Café de Ciência fala-se de aproximação entre decisores (os parlamentares) e os cientistas, sobre qualquer tema e durante 2 horas e meia!!!! A isso chama-se uma tertúlia. Isto é absolutamente ridículo, e nestes moldes não serve para nada. Pelo contrário, a iniciativa australiana decorre durante vários dias, em que as audiência são entre 40 a 90 minutos, e entre UM cientista e UM parlamentar. Chega-se ao cúmulo de ser dada formação aos cientistas de como fazer a apresentação da temática científica aos parlamentares. E que é que isso tem a ver com o Café de Ciência? Não confundamos as águas, as criticas aqui colocadas são perfeitamente justas e só não vê quem não quer ver.
Moongirl
Não vejo porque a minha ironia possa cair mal em alguns círculos. Mas se caiu, paciência, é o resultado de uma leitura errada das minhas palavras. É pela grandeza daquilo de que nos conseguimos rir que definimos a nossa própria grandeza.
Em relação às operações de charme, só acho que enquanto andarmos a lamber botas uns aos outros, não estamos a ensinar a a produzir conhecimento. E depois, em vez de haver verdadeiros cientistas, os mais bem-sucedidos são os "charmosos" políticos da ciência, que arranjam todos os subterfúgios para se rodearem de apaniguados e assim se eternizarem nos cargos que ocupam. Em relação aos outros saberem tudo sobre isto ou aquilo, vamos lá ver se nos entendemos... Os deputados são eleitos em representação dos eleitores, e têm obrigações para com eles. Se estão no Parlamento, estão lá para legislar conhecendo a realidade do que legislam. O EBIC foi aprovado por quem? Para desconhecerem, é melhor irem embora. E para fazerem figuras tristes, como esta do café da Ciência, mais vale estarem quietos, porque já se viu que isto não serve para nada. Ou serão eleitos para tomarem café com os cientistas? É essa tolerância em relação à nossa classe política que nos conduziu a este abismo, essa falta de exigência e esse laxismo em relação às necessidades dos outros.