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Boa noite,

Encontro-me neste momento a terminar a dissertação de Mestrado, mas pretendo candidatar-me a uma bolsa (mista) de doutoramento da FCT.

Pelo que me disseram, nos anos anteriores era possível candidatar-me escrevendo um compromisso de honra em como se acabava o Mestrado até o final do ano. Entretanto, fui avisado de que o regulamento tinha mudado, mas quando fui ler não encontrei nada que me impedisse de me candidatar mesmo não tendo o mestrado concluído aquando do momento de candidatura.

Segundo o que está no edital de 2016 (fazendo referência a dois decretos lei):

Para concorrer a Bolsas de Doutoramento é necessário:

Ter concluído, até à data de submissão da candidatura, o grau académico de mestre ou, em alternativa:
ter o grau de licenciatura e ser detentor de um currículo escolar ou científico especialmente relevante que seja reconhecido, pelo órgão científico legal e estatutariamente competente da universidade onde pretendem ser admitidos, como atestando capacidade para a realização de ciclo de estudos conducente ao grau de doutor;

Além disso, no documento 'o que há de diferente no concurso de 2016' está o seguinte:

Os candidatos que não detenham o grau académico de mestre, terão de apresentar declaração emitida pelo órgão científico legal e estatutariamente competente da universidade onde pretendem ser admitidos/as a doutoramento, atestando capacidade para a realização deste ciclo de estudos.

Parece-me que as alterações legislativas (dec-lei nº 74/2006, de 24 de Março, alterado pelo dec-lei nº 115/2013, de 7 de Agosto) ao que confere, nada vêm alterar.

Ou seja, basta que o órgão científico legal (conselho científico) da universidade onde pretendo ser admitido me escreva uma declaração em como tenho competências para a realização do Doutoramento?

Além disto, gostava de saber se a Universidade para onde me proponho tem autonomia para ingerir/interferir nas regras do artigo 30º dos decretos-lei mencionados acima; ou seja, se a Universidade pode ir contra os decretos-lei em questão, ditando as suas próprias regras.


Desde já agradecido,
Luís Fernandes

Olá Luís,

"basta que o órgão científico legal (conselho científico) da universidade onde pretendo ser admitido me escreva uma declaração em como tenho competências para a realização do Doutoramento? "

Sendo um ponto novo, até agora não tenho informação acerca do mesmo.
Mas este deve ser um processo demorado pelo que deves contactar já a Universidade/Instituição de Acolhimento para emitir o parecer. Calculo que devas ter que apresentar um Curriculum vitae. Aconselho-te a contactares a FCT perguntando exactamente quem tem autoridade para emitir o parecer (por exemplo, tem que ser um documento com assinatura do Reitor, do Conselho Científico, ou pode ser parecer do Director da Instituição de Acolhimento, Orientador na Instituição, etc).

"gostava de saber se a Universidade para onde me proponho tem autonomia para ingerir/interferir nas regras do artigo 30º dos decretos-lei mencionados acima; ou seja, se a Universidade pode ir contra os decretos-lei em questão, ditando as suas próprias regras."

O artigo 38º do decretorefere que quem dita as normas específicas é o órgão legal e estatutariamente competente de cada universidade. Assim, não me parece que tenha autoridade para ir contra, mas terá autoridade para instituir procedimentos ou artigos complementares.

Atenção que algumas Universidades (por exemplo, a Univ. Lisboa) tem regulamentos próprios que regulam as Bolsas financiadas via essa instituição, estabelecendo artigos específicos aplicáveis a todas as bolsas dessa instituição. Mas no Concurso de Bolsas da FCT as Bolsas são directamente financiadas via FCT e não via instituições, pelo que valerão os regulamentos e decretos-lei estabelecidos pela FCT.

Cumprimentos,
inês

Boa tarde, Inês

Desde já agradeço pela resposta.

Falei hoje com a FCT e deverá ser o conselho científico a emitir a declaração, pelo que amanhã o Director do Curso vai tentar ver essa situação. Essa declaração deverá dizer que sou aceite no Doutoramento da instituição.

Uma outra questão: se, de facto, conseguir essa declaração, serei prejudicado na avaliação feita pela FCT por na data da candidatura ainda não ter a defesa feita? Enviar a situação de aluno (com a média atual, sem a dissertação) ajuda?

Obrigado mais uma vez,
Atenciosamente,
Luís Fernandes

Olá Luís,

Agradecemos também essa informação que esclarecerá certamente quem se encontrar na mesma situação.

Quanto à segunda questão, penso que serás prejudicado pois está em causa teres uma licenciatura ou teres um mestrado. Verifica por favor os critérios de avaliação para atribuição de nota base na Tabela 1, página 16, do Guião de Avaliação: https://www.fct.pt/apoios/bolsas/concur ... liacao.pdf .

Cumprimentos.

Obrigado mais uma vez,

Mas antes da tabela está dito: "ou só no primeiro ciclo, quando aplicável". Será que será a mesma coisa? Só não dividem por 2?

Atenciosamente,
Luís Fernandes

Olá Luís,

Da minha interpretação, essa frase entre parêntesis referir-se-á a casos em que apenas a 2a coluna se aplique (referente a licenciatura, i.e. 1º ciclo de estudos). Como não tens o grau de mestrado concluído, a FCT poderá considerar que apenas a nota base referente ao 1º ciclo se aplica. Mas como não estou certa disto e como não quero induzir em erro, aconselho que contactes a FCT acerca do teu caso em particular e lhe perguntes o que poderás fazer para ter o máximo de cotação possível neste ponto.

Cumprimentos.

Bom dia,

Não tinha lido bem o cabeçalho dessa 2ª coluna...

Hoje também confirmei hoje com a FCT duas coisas: a declaração em questão, que deve ser emitida pelo orgão científico legal (e.g., conselho científico), deve dizer que o currículo da pessoa é relevante e que a aceitam para Doutoramento sem o Mestrado concluído.

2º: mesmo conseguindo essa declaração, a nota base (segundo o guia de avaliação) máxima é de 3.5 pontos. Ou seja, mesmo tendo, como no meu caso, tudo concluído à excepção da Dissertação, só a média da licenciatura é que será considerada.

Infelizmente, é assim, mas é melhor do que não conseguir concorrer. Penso que conseguindo um bom plano de trabalhos, a chance de conseguir uma bolsa não é nula.

Obrigado pelos esclarecimentos,
Atenciosamente,
Luís Fernandes

Estou numa situação semelhante. O mestrado que estou a frequentar tem como data de conclusão apenas setembro (não há outra data de conclusão), o que indica que não poderei concorrer com um mestrado já concluído. Há alguns aspectos que considero bastante confusos no que diz respeito às candidaturas, nomeadamente este ponto:

a) Os/As candidatos/as que não detenham o grau académico de mestre, terão de apresentar declaração emitida pelo órgão científico legal e estatutariamente competente
da universidade onde pretendem ser admitidos/as a doutoramento, atestando capacidade para a realização deste ciclo de estudos.

Primeiro, como é natural ainda não conheço ninguém do doutoramento que pretendo tirar apesar de fazer parte do departamento em que estou a tirar o mestrado, não são pessoas com as quais tenha lidado, o que significa que não consigo determinar quem seria mais vantajoso ter como orientador. É suposto contactar alguém que não me conhece e apresentar-me como potencial orientanda e verificar se ele(a) estaria interessado em colaborar comigo?
Em segundo lugar, já tenho algumas ideias do que pretenderia investigar durante o doutoramento já que é uma extensão do que me encontro a fazer agora, no entanto, teria de fazer pesquisas para fundamentar a pertinência dessa investigação. É suposto já ter isso delineado e fornecer tudo isso à FCT?

b) Atualizar o Curriculum Vitae (CV) do/a candidato/a na plataforma
FCT-­‐SIG ou na plataforma DeGóis.
• Assegurar que o/a orientador/a científico/a se associa à candidatura e lacra a junção
do seu CV.

Não entendo a necessidade de actualizar o meu CV em plataformas como estas, porque não enviar apenas um pdf como se faz normalmente? E que significa o segundo parâmetro? Lacrar a junção do seu CV? É suposto que o potencial orientador faça o quê? Nem estou certa de que os investigadores de universidades estrangeiras compreendam a necessidade do segundo parâmetro.

Agradeço desde já a todos e peço desculpa pelas dúvidas, sou amadora neste tipo de burocracias e tenho bastantes dúvidas.

Como orientadores convém ser alguém da área que se pretende investigar (pelo menos o orientador principal). Possivelmente o orientador do próprio mestrado?

A parte do lacrar, pelo que me disseram, é uma maneira de fazer a validação; ao submeter a candidatura são gerados uns códigos que se têm que dar aos orientadores, para eles depois colocarem nos seus perfis de modo a validarem o projecto como sendo orientado por eles.

Atenciosamente,
Luís Fernandes

A minha orientadora de mestrado é excelente mas acho que não seria a pessoa mais adequada para me continuar a acompanhar porque pretendo aprofundar uma área que exige conhecimentos que não estou certa que ela terá dado não ser da sua área de especialização. No entanto, talvez possa ser uma opção de a ter como orientadora e outra pessoa como co-orientador.

Considero que todo o processo é demasiado moroso e complicado para algo que devia ser de acesso mais fácil. Até porque provavelmente será um esforço que em nada dará pois não estou certa de que a minha nota de licenciatura seja suficiente para possibilitar o acesso a uma bolsa.

O perfil na tal plataforma terá de ser público? A minha orientadora não usa qualquer uma dessas plataformas por isso não estou a ver como é que ela lacrará a sua junção ao meu CV.

Obrigada pela sua resposta.

Também não tenho certeza... mas penso que o processo de lacrar é feito na plataforma da própria FCT.

Infelizmente, parece-me que o objectivo da mudança de regulamento é mesmo diminuir o número de candidaturas este ano, contribuindo assim para as estatísticas que apresentam no final, porque, tal como mencionado acima, não ter o mestrado concluído implica que a nota base máxima seja 3.5 em vez de 5.

Atenciosamente,
Luís Fernandes

luisfernandes Escreveu:Como orientadores convém ser alguém da área que se pretende investigar (pelo menos o orientador principal). Possivelmente o orientador do próprio mestrado?

A parte do lacrar, pelo que me disseram, é uma maneira de fazer a validação; ao submeter a candidatura são gerados uns códigos que se têm que dar aos orientadores, para eles depois colocarem nos seus perfis de modo a validarem o projecto como sendo orientado por eles.

Atenciosamente,
Luís Fernandes

Olá, Luís, embora não tenha lido o regulamento deste ano penso que o processo de candidatura não terá sido alterado, mas não deixes de verificar as informações que te vou dar aqui:

1. Registo na plataforma FCT-SIG: tanto tu como todos os teus orientadores têm, se ainda não estiverem registados, que registar-se na plataforma da FCT (no fundo criar um perfil);
2. Registo na Plataforma ORCID: tal como acima, tanto tu como todos os orientadores terão que estar registado na plataforma ORCID e indicar no FCT-SIG o respetivo nº ORCID;

[estas são as primeiras fases]

Depois:
3. Crias tu uma candidatura através do link específico para o mesmo (o que te leva ao formulário de candidatura). A tua candidatura vai ter uma identificação específica (SFRH/BD/....). Aqui ser-te-á também fornecida uma chave de associação para que a dês aos teus orientadores.
4. Com essa chave, cada um dos orientadores deve associar-se à tua candidatura através do mesmo site (formulário, fazendo login com as credenciais do seu perfil na FCT), entram como Orientador e seguem as instruções para associar-se à tua candidatura (até é bastante intuitivo, por isso penso que não terão dificuldade).

Não te esqueças que para que consigas lacrar a candidatura TODOS têm que ter fornecido o nº ORCID. Além disso todos têm que lacrar a associação até final do prazo de candidaturas.

Também te aconselho a fazer o upload de todos os documentos que pedem nesta fase o mais cedo que possas porque, pela minha experiência, tem havido sempre "stresses" com o upload de documentos, e ao ver aproximar-se o fim do prazo andamos todos enervados!

E não deixes de seguir o fórum da ABIC, é uma ajuda preciosa (muita partilha e entreajuda)!

Desejo-te a ti e a todos os que se candidatam este ano muita sorte! Sera ideal qe todos conseguissem! Força!



Sandra

Sandra,

Esse processo de lacrar implica de alguma forma que todas as relações estejam já planeadas, isto é, quem serão os orientadores. Por exemplo, no meu caso, ainda não falei com nenhum dos potenciais envolvidos no processo. Sei que já devo estar um pouco atrasada, mas tenho estado a tentar compreender como funciona e se existe alguma probabilidade de ganhar a bolsa caso contrário valerá a pena candidatar-me e submeter outras pessoas a todos os encargos exigidos pela FCT? De qualquer das formas a minha dúvida é a seguinte: este processo força a que eu tenha de determinar quem terão de ser os orientadores e como se processará essa orientação, certo? É que nesta fase ainda não estou certa de quem será a melhor ajuda para o doutoramento. Digamos que mantenho a minha orientadora deste ano porque ela tem muitos conhecimentos na área, mas mesmo assim tenho de associar alguém do doutoramento que pretendo fazer porque ela não é exactamente dessa área, como estabeleço agora esse processo? Se calhar o melhor é contactar a minha orientadora deste ano e pedir-lhe uma sugestão relativamente a quem seria mais benéfico para o meu projecto de doutoramento.

Considero mesmo complicado ter tudo decidido neste momento quando ainda estou atolhada de trabalho de mestrado.

Olá
Vou responder-te no teu texto:

blossom Escreveu:Sandra,

Esse processo de lacrar [tem atenção que quando se referem a lacrar, neste caso é literalmente fazer a submissão, uma vez lacrada a candidatura já não podes altera-la (coloquei aqui esta nota porque não sabia bem se te referias a isso especificamente ou à realização da candidatura em si com o preenchimento de todos os campos do formulário]implica de alguma forma que todas as relações estejam já planeadas, isto é, quem serão os orientadores. Por exemplo, no meu caso, ainda não falei com nenhum dos potenciais envolvidos no processo.

Sim, tens que já indicar todas as informações: quem serão os orientadores, instituição de acolhimento e instituição que confere o grau e deves falar com essas pessoas rapidamente, ou pelo menos a tempo de tratarem de todos os procedimentos (criar/atualizar conta no FCT-SIG, criar o ORCID (isto caso ainda não tenham ambos) e Associar-se depois à tua candidatura. Lembra-te, que tanto o orientador com a instituição de acolhimento vão contar para a avaliação da tua candidatura tanto a nível de CV/área de especialidade como ao nível do número de orientandos que têm (não sei se se mantém, mas nos dois últimos anos as candidaturas cujo orientador principal tinha mais de 5 orientandos foram muito penalizadas, por exemplo

Sei que já devo estar um pouco atrasada, mas tenho estado a tentar compreender como funciona e se existe alguma probabilidade de ganhar a bolsa caso contrário valerá a pena candidatar-me e submeter outras pessoas a todos os encargos exigidos pela FCT?

Pois... sei bem como é, acredita... no primeiro que me candidatei foi o primeiro ano dos enormes cortes... não consegui... depois candidatei-me de novo no ano seguinte e consegui, mesmo com os cortes se mantendo... é tudo uma incógnita, mesmo! mas se queres candidatar-te não há mesmo volta a dar a isso e terás que falar com as pessoas... Os resultados são sempre uma incógnita... sinceramente acho que ninguém se candidata hoje em dia tendo certeza de que vai conseguir a bolsa, mas para te candidatares terás mesmo que fazer todo esse processo...

De qualquer das formas a minha dúvida é a seguinte: este processo força a que eu tenha de determinar quem terão de ser os orientadores e como se processará essa orientação, certo?

Os orientadores (pode ser apenas o principal, ou também co-orientadores), sim, terão que ser indicados (como te disse atrás... podendo haver, no entanto, alterações depois de conseguires a bolsa (dentro do razoável e, desde que devidamente justificado, penso... a orientação em si não terá que ser descriminada (apenas a indicação do orientador principal e co-orientadores (caso existam) e a associação dos mesmos à tua candidatura - tem em atenção que a própria associação tem que ser lacrada!

É que nesta fase ainda não estou certa de quem será a melhor ajuda para o doutoramento. Digamos que mantenho a minha orientadora deste ano porque ela tem muitos conhecimentos na área, mas mesmo assim tenho de associar alguém do doutoramento que pretendo fazer porque ela não é exactamente dessa área, como estabeleço agora esse processo?

Bem, o orientador principal tem que ser um membro integrado da Unidade de investigação/instituto/ Faculdade onde estás/estarás a fazer doutoramento... isto leva a que muitas vezes o que acontece é teres, por essa questão, um orientador principal que não será exatamente daquela área específica mas que tem esse elo à faculdade e depois salvaguardares o teu acompanhamento escolhendo um co-orientador mais especificamente ligado à tua área de investigação. Não sei se no formulário deste ano se mantém, mas no ano passado foi introduzido um campo em que teríamos que justificar as razões da escolha dos orientadores e instituições e as respetivas condições para uma boa prossecução dos trabalhos de investigação...

Se calhar o melhor é contactar a minha orientadora deste ano e pedir-lhe uma sugestão relativamente a quem seria mais benéfico para o meu projecto de doutoramento.

Sim, acho uma excelente ideia, de certeza será a melhor pessoa a aconselhar-te... ou mesmo o/a coordenador(a) do próprio doutoramento

Considero mesmo complicado ter tudo decidido neste momento quando ainda estou atolhada de trabalho de mestrado.

Sim... é muita coisa em muito pouco tempo... aconselho-te a pedires à tua orientadora se te consegue arranjar a candidatura de alguém do ano passado ou te indique a melhor forma de estruturares a candidatura...

Um conselho mesmo muito básico mas que pode ser útil: escreve tudo (o texto referente aos campos da candidatura) num documento word para poderes ir contando as palavras e depois não teres que andar a editar o texto e a perder tempo...

ESpero ter ajudado, qualquer coisa coloca aqui que esta é uma comunidade onde existe uma enorme entreajuda!

Espero que consigas! Boa sorte!
Sandra