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Olá a todos,
Vou concorrer novamente este ano a BPD e estive a ler o guião de avaliação. Na parte do mérito do planos de trabahos, página 15, aparece logo à cabeça uma frase que não me recordo de ver em anos anteriores e que diz o seguinte:

"Os planos de trabalhos que objetivamente não se enquadrem no âmbito de projetos aprovados para financiamento em concursos competitivos (nacionais ou internacionais) serão penalizados com 0,5."


então, mas... é que até fico sem palavras para comentar esta frase...
Primeiro, não estou enganada, certo? Isto não existia noutros anos, pois não?
Depois, as bolsas individuais de pós-doutoramento agora vão servir para se trabalhar no âmbito de projectos aprovados? Não é para isso que existem as bolsas de projecto? Ou estou a fazer uma interpretação errada do que lá está escrito?
Além do mais, um investigador de pós-doutoramento não deveria ser beneficiado, já que querem beneficiar, por trazer uma proposta realmente original e não no âmbito de um projecto já definido por outros?
É que lendo um pouco mais, aparece isto:

"Na avaliação do mérito do programa de trabalhos o painel poderá considerar os seguintes subcritérios gerais:
...
- Relevância e originalidade do projeto proposto (baseado no estado da arte da área científica em que o plano de trabalhos se insere);"

onde está a real originalidade de um plano de trabalhos que é escrito no âmbito de um projecto já aprovado?
Já sem referir que cada vez há menos projectos aprovados, o que nos limita...
A nossa proposta de pós-doutoramento não pode ser realmente original, sob pena de ser penalizada?

Bitter Sweet Girl,

Tenho ideia que no ano passado a regra era ao contrário: quem tinha planos de trabalhos no âmbito de projetos tinha um bónus de 0,5 pontos.

Acho que aqui não tens problemas quanto à "originalidade". Parece-me que a "originalidade" do plano trabalhos é mais relativa ao que já está feito. Se este é feito ou não no âmbito num projeto é indiferente, desde que traga alguma "inovação".

A questão de fundo desta norma é a filosofia imposta pela nova direção da FCT: "the winner takes it all". Quem ganha projetos Europeus é beneficiado nos projetos nacionais, por sua vez quem ganha projetos nacionais é beneficiado nas bolsas de pós-doutoramento, etc...

Parece-me é que segundo esta filosofia há centros de investigação que estão condenados à partida (pois, não conseguem financiamento de nenhum lado, nem de projetos, nacionais ou internacionais, nem de bolsas, nem de nada...)

Já existia o ano passado.
Isso acontece porque supostamente a BPD só te dá dinheiro para a tua bolsa e é uma forma de assegurar que tens algum suporte financeiro para realizares o teu trabalho

PS:

"Os planos de trabalhos que objetivamente não se enquadrem no âmbito de projetos aprovados para financiamento em concursos competitivos (nacionais ou internacionais) serão penalizados com 0,5."

Tenho ideia que no ano passado a regra era ao contrário: quem tinha planos de trabalhos no âmbito de projetos tinha um bónus de 0,5 pontos.

estas 2 frases são a mesma coisa e não o contrário...

anidras,

"estas 2 frases são a mesma coisa e não o contrário..."

Tens razão... o sentido é o mesmo... Estão é escritas de forma oposta (foi isso que quis dizer com o "contrário")

DC Escreveu: A questão de fundo desta norma é a filosofia imposta pela nova direção da FCT: "the winner takes it all". Quem ganha projetos Europeus é beneficiado nos projetos nacionais, por sua vez quem ganha projetos nacionais é beneficiado nas bolsas de pós-doutoramento, etc...

Parece-me é que segundo esta filosofia há centros de investigação que estão condenados à partida (pois, não conseguem financiamento de nenhum lado, nem de projetos, nacionais ou internacionais, nem de bolsas, nem de nada...)

Já sem mencionar que a atribuição de dinheiro a projectos e as avaliações é, sendo simpática, por vezes muito pouco transparente, assim como no caso da avaliação das propostas a bolsas individuais.

Não só centros de investigação condenados à partida, como próprias linhas de investigação, o que me parece muito pouco razoável, mas eu não sou a FCT...

anidras Escreveu: Isso acontece porque supostamente a BPD só te dá dinheiro para a tua bolsa e é uma forma de assegurar que tens algum suporte financeiro para realizares o teu trabalho

Até certo ponto, posso perceber isso, mas por outro lado, nem toda a investigação precisa de reagentes, equipamento novo, etc. Há muita investigação importante que se pode fazer tendo apenas acesso a um pc e a literatura especializada, online ou numa biblioteca.
Podes dizer que precisas de dinheiro para conferências agora que a FCT passou a dar apenas subsidio para uma participação (e muitas vezes nem chega!), pois aí sim, mas aí o projecto também pode nem ter hipótese de ajudar, porque só pode ser dado a pessoas incluídas nele.

DC Escreveu:anidras,

"estas 2 frases são a mesma coisa e não o contrário..."

Tens razão... o sentido é o mesmo... Estão é escritas de forma oposta (foi isso que quis dizer com o "contrário")

O sentido é mais ou menos o mesmo, mas tomadas estritamente não são necessariamente a mesma coisa. Com um bónus de 0,5 valores, podes obter uma classificação máxima (5) mesmo sem esse bónus, através por ex. de mais ou melhores artigos. Com uma penalização de 0,5 valores, a classificação máxima que podes obter, na minha interpretação, é de 4,5 valores.

Boa sorte a todos.

precisamente, spca!
passar de um máximo de 5 para um máximo de 4.5 pode muito facilmente inviabilizar a atribuição da bolsa.

Verdade, mas todos os que não tiverem planos de trabalhos inseridos em projetos vão ter nota máxima de 4,5 (vão ser todos tratados por igual). E será que todos os que o ano passado tiveram nota máxima, não a tiveram por terem os 0,5 de bónus do plano em projeto?

Não se esqueçam que as bolsas são atribuídas por comparações de candidatos, não por nota mínima... Ou seja, se numa área os candidatos não passarem os 4,5 pontos, não é por isso que vão deixar de ter bolsa....

Estás a assumir que é tudo avaliado por igual, e que a avaliação se resume a um ponto...
Nada disso é verdade, como bem sabes.

Echuu Escreveu:Estás a assumir que é tudo avaliado por igual, e que a avaliação se resume a um ponto...
Nada disso é verdade, como bem sabes.

Eu não estou assumir isso... Estou a falar de pontuação máxima possível...


A questão é: será que no ano passado um bom CV foi na realidade capaz de compensar os 0,5 de bónus em questão?

Eu não concordo com a regra, não sei é se de um modo ou de outro vai dar tudo ao mesmo... Por mim era uma regra a eliminar... (Sem algum trabalho de base financiando por BD's, BPD's e projetos nacionais parece-me complicado conseguir financiamento internacional. Acho importante separar umas coisas das outras, de modo a garantir oportunidades iguais para todas áreas e para todos os centro de investigação)

Dear Bitter Sweet Girl and SPCA:

I agree that this thwarts novelty. It is like the Matthew Effect (the rich become richer, and the poor become poorer) but for projects instead of for universities.