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Apoio à Carta Aberta ao Ministro de Educação e Ciência
Enviado: terça mai 22, 2012 10:19 pm
por Cristie
Car@s,
divulgo o texto de um email recebido no sentido de recolher apoio e assinaturas para uma carta aberta a enviar ao Ministro de Educação e Ciência e anexo o texto da carta: CARTA_ABERTA_final.doc
Cito:
************
Boa tarde,
Gostaríamos de contar com o seu apoio a esta iniciativa e por isso queríamos dar-lhe a conhecer o texto da carta aberta dirigida ao ministro de Educação e Ciência, Professor Doutor Nuno Crato, preparada pela Comissão de Bolseiros da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, os Precários Inflexíveis, a Associação de Bolseiros de Investigação Cientifica (ABIC), e outras organizações de bolseiros de várias instituições do país. A carta visa a tomada urgente de algumas medidas essenciais à sobrevivência da Ciência e dos Bolseiros, em Portugal.
Enviamos a carta em anexo, esta será tornada pública às 00h da próxima sexta-feira, dia 24 de Maio, sob a forma de petição online e divulgada pela imprensa, previamente informada, no mesmo dia.
Até ao momento contamos com o apoio de Bolseiros de Investigação de projetos FCT e de Doutoramento, bem como alguns Investigadores Principais de projetos FCT, que tb assinaram esta carta.
Caso concorde em nos apoiar e estiver disponível para assinar esta carta, envie-nos por favor uma resposta até ao final de Quarta-feira, dia 23 de Maio, indicando o nome completo, função (bolseiro, investigador, etc) e a instituição a que pertence.
Gostaríamos muito de poder contar com o seu apoio.
Com os nossos melhores cumprimentos,
Ana Bastos (bolseira de Doutoramento FCUL)
Pela Comissão de Bolseiros da FCUL
comissaobolseirosfcul@gmail.com
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Nota: Não dá para anexar o ficheiro. Podem ver a carta a partir deste link:
https://docs.google.com/document/d/1Ju_ ... m4Uxw/edit
Re: Apoio à Carta Aberta ao Ministro de Educação e Ciência
Enviado: quarta mai 23, 2012 5:40 pm
por DC
Não posso deixar de concordar com o conteúdo da carta, só me parece que no momento particularmente dificil que se vive em Portugal "estes apelos vão cair saco roto".
Eu já me dava por contente com uma definição quanto à abertura ou não de um eventual concurso de bd e bpd e uma data "certa" para este....
Re: Apoio à Carta Aberta ao Ministro de Educação e Ciência
Enviado: quinta mai 24, 2012 1:57 am
por Joana@UB
Eu concordo com a carta, mas quando dizem que apenas bolseiros e investigadores da FCT assinam está a ficar de fora uma grande porção de interessados...
Re: Apoio à Carta Aberta ao Ministro de Educação e Ciência
Enviado: quinta mai 24, 2012 8:38 am
por ricardo.figueiredo
DC Escreveu:Não posso deixar de concordar com o conteúdo da carta, só me parece que no momento particularmente dificil que se vive em Portugal "estes apelos vão cair saco roto".
De uma forma geral, parece-me difícil que alguém não concorde com o conteúdo da carta. Contudo, tendo em conta as circunstâncias actuais que se vivem no país, parece-me um mau momento para exigir novos direitos ou regalias. O foco deve estar, a meu ver, em exigir o cumprimento dos actuais regulamentos, que deixa muito a desejar em muitas situações. A estipulação de prazos legais mais curtos para oficialização de contrato e início dos pagamentos também me parece urgente, mas como estou actualmente nessa situação corro o risco de não ser imparcial nesta questão.
DC Escreveu:
Eu já me dava por contente com uma definição quanto à abertura ou não de um eventual concurso de bd e bpd e uma data "certa" para este....
Não só as datas, mas também os regulamentos. Tanta demora deve implicar algum tipo de mudança (para melhor ou para pior; infelizmente, costuma ser para pior).
Re: Apoio à Carta Aberta ao Ministro de Educação e Ciência
Enviado: quinta mai 24, 2012 9:30 am
por schutz
Pode ser um problema de interpretação da minha parte mas ao ler a carta não vi em lado algum a exigência de novos direitos ou regalias.
Atenção!
O que a carta exige é que cumpram a parte deles em relação aos direitos actuais dos bolseiros, ou seja: paguem a horas as bolsas e reembolsos do SSV (como sempre fizeram na anterior presidência da FCT e anterior Governo, não sei qual dos factos levou a estes atrasos); que regularizem o fluxo de verbas para os centros de I&D; que executem os concursos já orçamentados de BD, BPD e de projectos; que melhorem o serviço de atendimento (que é de uma qualidade surreal, actualmente); e que criem uma politica de incentivo à criação de emprego para esta mão-de-obra qualificada.
Os pontos iniciais é simplesmente cumprirem o que lhes compete dos contratos de bolsas/projectos.
O ponto referente ao atendimento pode ser visto como um "novo direito", e este é capaz de não ser fácil de satisfazer porque implica contratação de pessoal para uma entidade pública (algo que julgo estar, de momento, congelado).
Parece-me oportuno. Conhecem situações em que o estado esteja a atrasar em 6 meses pagamentos ou reembolsos?
Se fosse um problema geral ainda se poderia argumentar que não somos mais que os outros para exigir a regularização dos pagamentos. Mas, tanto quanto sei, não é esse o caso.
Por último, ainda se pode assinar a carta? Só vi este post hoje e o limite era à 9h30m atrás.
Re: Apoio à Carta Aberta ao Ministro de Educação e Ciência
Enviado: quinta mai 24, 2012 9:53 am
por FACT
Eu também acho que é muito oportuno esta carta aberta. O que andam a fazer já se tornou inadmissível.
Eu também gostava de poder assinar a carta mas só hoje é que vi. Ainda dá para assinar.
Re: Apoio à Carta Aberta ao Ministro de Educação e Ciência
Enviado: quinta mai 24, 2012 10:01 am
por DC
schutz Escreveu:Pode ser um problema de interpretação da minha parte mas ao ler a carta não vi em lado algum a exigência de novos direitos ou regalias.
Atenção!
O que a carta exige é que cumpram a parte deles em relação aos direitos actuais dos bolseiros, ou seja: paguem a horas as bolsas e reembolsos do SSV (como sempre fizeram na anterior presidência da FCT e anterior Governo, não sei qual dos factos levou a estes atrasos); que regularizem o fluxo de verbas para os centros de I&D; que executem os concursos já orçamentados de BD, BPD e de projectos; que melhorem o serviço de atendimento (que é de uma qualidade surreal, actualmente); e que criem uma politica de incentivo à criação de emprego para esta mão-de-obra qualificada.
Os pontos iniciais é simplesmente cumprirem o que lhes compete dos contratos de bolsas/projectos.
O ponto referente ao atendimento pode ser visto como um "novo direito", e este é capaz de não ser fácil de satisfazer porque implica contratação de pessoal para uma entidade pública (algo que julgo estar, de momento, congelado).
Parece-me oportuno. Conhecem situações em que o estado esteja a atrasar em 6 meses pagamentos ou reembolsos?
Se fosse um problema geral ainda se poderia argumentar que não somos mais que os outros para exigir a regularização dos pagamentos. Mas, tanto quanto sei, não é esse o caso.
Por último, ainda se pode assinar a carta? Só vi este post hoje e o limite era à 9h30m atrás.
Depois de ter relido a carta, parece-me que a parte que diz respeito a questões de atrasados, representa uma pequena percentagem do conteúdo...
Falar em questões como "incentivar mão de obra qualificada", "falta de rercursos humanos na FCT" (se eles foram reduzidos por alguma razão foi...) ou "bolsas de projecto de 3 meses em vez de 12" não me parece a melhor argumentação neste período...
Re: Apoio à Carta Aberta ao Ministro de Educação e Ciência
Enviado: quinta mai 24, 2012 10:44 am
por Echuu
Peço desculpa pelo off-topic, mas não há paciência... O que se ouve mais por estes dias é "não é boa altura para exigir", "na situação difícil do país não se deve exigir isto ou aquilo"...
Eh pa, mas a dita "crise" começou ontem? Acaba amanhã?
Só porque uns incompetentes não souberam gerir o país, ainda para mais não tendo eu votado neles, tenho que me calar e não posso expressar a minha vontade de ver melhoradas as condições da minha brincadeira? Peço desculpa, brincadeira não, profissão - às vezes deixo-me levar pela visão que a população em geral tem dos bolseiros...
É que se formos pela lógica do "não é a melhor altura", então só lá para o ano 3415 é que poderemos começar a exigir melhorias, não?
E, não sendo eu economista ou gestor, continuo a achar que não é com pobreza que se dá a volta. Não é a cortar nos salários e no consumo que se estimula a economia.
on-topic:
Se queremos Ciência em Portugal, temos de exigir mais e melhor. Mas não é exigir de quem a faz, sem dar nada em troca, ou mesmo tirando. Isso só leva a desmotivação, redução da produtividade e decréscimo na qualidade da Ciência - e a inevitável "fuga de cérebros".
Qualquer candidato a PhD, tendo obtido bolsa mas que ao fim de 5-6 meses ainda não vem um tostão, fica obviamente desmotivado. A promessa de retroactivos é muito gira, mas os bancos não a aceitam, os senhorios não a aceitam, os hipermercados não a aceitam... Por que havemos nós de a aceitar? E isto é apenas uma gota num oceano...
Concordo totalmente com esta carta, acho que ela não exige nada por aí além e se calhar até devia ser mais exigente, e foi com toda a vontade que a assinei.
Re: Apoio à Carta Aberta ao Ministro de Educação e Ciência
Enviado: quinta mai 24, 2012 10:54 am
por ricardo.figueiredo
schutz Escreveu:Pode ser um problema de interpretação da minha parte mas ao ler a carta não vi em lado algum a exigência de novos direitos ou regalias.
Apesar de ser uma questão subjectiva e de interpretação, penso que toda a tónica da carta tende para o habitual choradinho, deixando subentendido o desejo de renovados direitos. O parágrafo seguinte, a que foi dado grande destaque na carta, é, a meu ver, ilustrativo disso mesmo:
Somos, simultaneamente, a população mais qualificada de sempre e, por comparação, a mais precária: nunca houve tantos licenciados e doutorados desempregados. O nosso futuro é incerto e muito abaixo das legítimas expectativas de quem procurou na educação uma ferramenta para se tornar um cidadão e um profissional mais competente, servindo com isso o país. Não fomos nós que falhámos: foram as governações pautadas pela ausência de políticas de incentivo, fiscal ou outro, à criação de empresas que permitisse absorver estas competências, reforçando o nosso tecido empresarial e promovendo o crescimento, que falharam – falhando-nos a nós e ao país.
Esta forma de comunicar parece-me estar gasta, e o seu carácter palavroso acaba por diluir o que creio ser realmente essencial, e que podia ser escrito objectivamente em menos de meia página.
Uma vez mais, repito que isto é uma questão interpretativa e que, de facto, não foram feitas claras exigências de novos direitos nesta carta aberta ao Ministro da Educação e Ciência. Assim, o que disse acima limita-se a reflectir a minha opinião pessoal e... conta o que conta.
Re: Apoio à Carta Aberta ao Ministro de Educação e Ciência
Enviado: quinta mai 24, 2012 11:02 am
por ricardo.figueiredo
Echuu Escreveu:
E, não sendo eu economista ou gestor, continuo a achar que não é com pobreza que se dá a volta. Não é a cortar nos salários e no consumo que se estimula a economia.
Eu também não sou economista ou gestor, mas não me parece difícil de perceber que de pouco adianta exigir uma fatia de bolo se já não há bolo para repartir.
Qualquer candidato a PhD, tendo obtido bolsa mas que ao fim de 5-6 meses ainda não vem um tostão, fica obviamente desmotivado. A promessa de retroactivos é muito gira, mas os bancos não a aceitam, os senhorios não a aceitam, os hipermercados não a aceitam... Por que havemos nós de a aceitar?
A promessa de retroactivos sem juros e sem acordo prévio entre as partes não é muito gira, é asquerosa. E não deve ser aceite por ninguém. Os atrasos são inqualificáveis e nunca deviam verificar-se.
Re: Apoio à Carta Aberta ao Ministro de Educação e Ciência
Enviado: quinta mai 24, 2012 12:04 pm
por Echuu
ricardo.figueiredo Escreveu:
Eu também não sou economista ou gestor, mas não me parece difícil de perceber que de pouco adianta exigir uma fatia de bolo se já não há bolo para repartir.
Bolo há, e haverá sempre. A questão é dividi-lo por 1000 e passarmos todos fome, ou dividir por 100 e vivermos bem.
A promessa de retroactivos sem juros e sem acordo prévio entre as partes não é muito gira, é asquerosa. E não deve ser aceite por ninguém. Os atrasos são inqualificáveis e nunca deviam verificar-se.
O meu comentário continha aquilo a que, normalmente, se chama ironia. Não só nesta parte, mas em muitas outras.
Obviamente, não é giro.
Da mesma forma que o meu comentário relativamente ao bolo, aos 1000 e aos 100 não deve ser levado de forma literal.
Re: Apoio à Carta Aberta ao Ministro de Educação e Ciência
Enviado: domingo mai 27, 2012 11:47 am
por DC
A questão de ser "a melhor altura ou não" está relacionada com o tipo de resposta que se quer ouvir...
Escrever uma carta de 2 páginas com o discurso habitual "é preciso mão obra qualificada" e os bolseiros "deviam ter um contrato de trabalho" está a pedir uma resposta de menos de 5 minutos "pois é mas não há dinheiro"...
Agora, escrever uma carta mencionado os problemas "de agora": de atrasos de SV, de um concurso que não abre e que nem se sabe o regulamento, de maneira a saber quem é que pode concorrrer ou não, acho que poderia ter uma maior probabilidade de uma resposta positiva...
Mas isto é minha opnião pessoal....
Re: Apoio à Carta Aberta ao Ministro de Educação e Ciência
Enviado: domingo mai 27, 2012 5:25 pm
por Cristie
DC Escreveu:
Agora, escrever uma carta mencionado os problemas "de agora": de atrasos de SV, de um concurso que não abre e que nem se sabe o regulamento, de maneira a saber quem é que pode concorrrer ou não, acho que poderia ter uma maior probabilidade de uma resposta positiva...
A carta - que foi entregue e alargada para uma petição pública (
http://www.peticaopublica.com/PeticaoVe ... pi=CienFut) - foca precisamente a situação "de agora" dos atrasos nos pagamentos do SV, dos atrasos nos processos das bolsas do concurso de 2011, dos atrasos nas renovações de bolsas, nos pagamentos aos projectos, etc...
Foi também criado um evento no Facebook -
https://www.facebook.com/events/371189156271116
Os meios e possibilidades de actuação são escassos, de facto. Mas utilizar os que existem é possível e desejável, penso. Melhor do que ficar parado