Bolsas de doutoramento 2011

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jpmedeiros
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Bolsas de doutoramento 2011

Mensagem por jpmedeiros »

No ano de 2011 concorri, tal como muitas outras pessoas, a bolsa de Doutoramento aquando a abertura do concurso pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Em Setembro de 2011 saíram os resultados e muitas foram as pessoas que ganharam a respectiva bolsa, e eu fui uma delas. Até então bolseiro de investigação, terminei a mencionada bolsa em Dezembro de 2011 a qual não foi renovada, logicamente, pois em Janeiro de 2012 começaria a bolsa de Doutoramento. Todas estas bolsas, sejam de investigação, de doutoramento ou outras exigem regime de exclusividade, pelo que até se entende, pois um doutorando, a título de exemplo, assume um compromisso de desenvolver um projecto num período equivalente à duração da bolsa, isto é, 4 anos. No meu caso, a bolsa à qual concorri e me foi atribuída é mista, isto é, o trabalho a desenvolver será feito em Portugal e no estrangeiro. Tal como a maioria dos processos deste tipo, há claramente que entregar por parte dos futuros doutorandos, uma série de documentos que validam e comprovam a veracidade do trabalho a desenvolver, da orientação, das instituições de acolhimento, entre outros. Tratar desta documentação leva, em muitos casos, algum tempo; no entanto, um esforço é sempre feito na tentativa de o fazer o quanto antes, pois o objectivo é oficializar o contrato entre o doutorando e a FCT o mais rapidamente possível. Com isto, tenta-se que o pagamento das bolsas seja feito o quanto antes, para que as pessoas possam organizar a sua vida pessoal e profissional e desenvolver convenientemente o seu projecto de doutoramento. Ora tudo isto acontece numa situação ideal. Neste momento, o que está a ocorrer é o seguinte: a bolsa de doutoramento começou oficialmente (para mim e para muitas outras pessoas) no dia 1 de Janeiro de 2012. Não se compreende, mas até se consegue tolerar que o processo burocrático de contratação dos doutorandos pela FCT leve o seu tempo e por isso, tal como aconteceu em anos transactos, hajam atrasos no pagamento das respectivas bolsas. Atrasos esses que normalmente não ultrapassavam, na generalidade os 3 meses. Presentemente, este atraso, estende-se para a maioria dos bolseiros até hoje (ou seja, 5 meses sem receber bolsa). Quando ligamos para a FCT para perceber ou pelo menos tentar perceber o que se está a passar e qual a previsão de pagamento das bolsas (naturalmente com os respectivos retroactivos), as respostas são as mais variadas e nunca uniformes. Ora porque houveram cortes orçamentais, ora porque algo está atrasado, ora não se sabe ainda, porque… E portanto, continuamos sem receber e sem previsões. Sejamos práticos: estamos a falar de vidas de pessoas que ora com família, ora sem ela, ora com mais ou menos responsabilidades, todos nós as temos e não vivemos do ar. Até então têm sido 5 meses de angústia, desespero, instabilidade e desmotivação. Sem previsões, pelo menos por enquanto. Pede-se aos amigos que nos paguem as contas (pois não as pagando, é fácil prever o desfecho), que nos ajudem na alimentação (ou não comemos), que não sejamos postos na rua (ou vamos para onde), porque um dia iremos receber uma bolsa. Não obstante, temos que cumprir com o trabalho, com o plano doutoral e se falharmos, temos que ser responsabilizados por isso. Se alguém tiver que ser penalizado, seremos nós…. Claro!
Por exemplo, para quem tem bolsa mista, há trabalho a desenvolver também no estrangeiro, pelo que temos que nos deslocar, temos que organizar as viagens, temos que tratar da documentação inerente à deslocação… Resumindo temos um doutoramento para fazer, uma vida pessoal e uma situação actualmente insustentável.
Sejam quais forem as razões que apontem para os actuais atrasos no pagamento das bolsas, nada justifica que a situação seja a actual… Cinco meses sem receber e sem previsões concretas. Sim, é desmotivante e revoltante! Assinámos um contrato para…? Não temos uma vida? Não temos responsabilidades? Não temos que comer e vivemos do ar? Pedimos esmolas?
Espero que não se deixem ficar por aqui e que nos unamos e façamos algo para que esta situação seja resolvida de uma vez por todas.

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