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Boa noite,

Sou nova nestas andanças e tenho algumas dúvidas. Recentemente fiquei desempregada depois de 5 anos a trabalhar na minha área de licenciatura. E com isso decidi procurar concretizar o sonho que me acompanha desde que terminei a faculdade, que é fazer o Doutoramento. Tenho tentado obter informações sobre bolsas /faculdades. Entretanto já marquei reunião com um possível orientador na minha faculdade de origem e já tenho algumas linhas de investigação que precisam de ser consolidadas, pq ainda tá tudo muito confuso.

Das pessoas com quem falei, todas me dizem que é uma missão quase impossível conseguir bolsa, sobretudo se for da FCT, porque dizem que a maioria dos projetos que são aprovados, estão ligados aos centros de formação das faculdades. Qual é a vossa opinião sobre isto? Sou completamente leiga na matéria, com bolsa ou sem bolsa vou seguir para a frente ... mas gostava de ouvir algumas palavras de aleito e incentivo e quais as vossas experiências.
Cumprimentos,
sandra ferreira

Olá

As candidaturas a bolsas de doutoramento têm sido avalidadas em termos de mérito do candidato (peso 5 em 10, ou seja, 50%), do plano de trabalhos (3 em 10, ou seja, 30%) e das condições de acolhimento (orientador e universidade - peso 2 em 10, ou seja, 20%, 10% para cada um). Não se sabe até que ponto continuará a ser assim, pois ainda não saiu o regulamento deste ano, e o ministro e presidente da FCT mudaram, pelo que poderá haver alterações. Mas creio que, independentemente do peso ser o mesmo, continuará a depender de alguma forma desses factores.
O factor com mais peso tem sido o mérito do candidato, que tem dependido acima de tudo da média de curso e eventualmente de publicações científicas que já tenha produzido. O facto de ter mestrado, mesmo de Bolonha, tem também sido factor de benefício - ou seja, nos últimos anos, quem tiver licenciatura pré-Bolonha sem mestrado tem sido prejudicado em relação a quem tiver licenciatura pós-Bolonha e mestrado pós-Bolonha. Pelos critérios antigos, se tiveres uma média de 14 ou inferior sem mestrado, possivelmente a classificação do mérito do candidato será baixa e, sendo o factor com mais peso, as tuas hipóteses serão reduzidas.
Para maximizar as tuas hipóteses, um bom projecto e orientadores bem graduados (quer em currículo científico quer em posição académica) e instituições de acolhimento bem cotadas ajudarão a que tenhas bolsa - ou podem-te prejudicar se não forem bons.

Os critérios (Guião de Avaliação) do ano anterior podem ser encontrados em: http://www.fct.pt/apoios/bolsas/concurs ... 1.phtml.pt

Olá!

Muito Obrigada pela sua resposta atempada, fiquei esclarecida. Eu tenho Licenciatura Pré-bolonha sem mestrado, o que significa que terei muito menos hipóteses e provavelmente isso não terá tendencia para mudar este ano. Vou tentar apostar nos outros factores. Já agora acha que vale a pena investir e tentar na mesma?
Alguém no fórum tem conhecimento de outras bolsas e como funciona a abertura de candidaturas?

Mais uma vez, obrigada pela ajuda

Cumprimentos,
Sandra Ferreira

Atenção, se calhar não fui muito claro... A ausência de mestrado não invalidou a candidatura, ainda que quem o tivesse tenha sido bonificado. Mas o mais importante foi a média final da candidatura. O mestrado foi como se de certa forma somasse um valor à média de licenciatura - veja o Guião de Avaliação: http://www.fct.pt/apoios/bolsas/concurs ... 1.phtml.pt
por exemplo:
16 Mestrado Integrado = 16 + ≥ 16 Licenciatura + Mestrado = 17 Só Licenciatura: Classificação base (mérito do candidato) 4 (em 5)
E de qualquer modo, como referi, isto pode mudar. Não tire já conclusões. É preciso ver como serão as regras no futuro
A grande injustiça foi os pré-Bolonha, uma vez que (pelo menos no guião de avaliação, ainda que os painéis de avaliação possam não o seguir) não havia distinção entre licenciaturas pré e pós-Bolonha.