Olá, Nika.
É um pouco complicado estimar concursos futuros com base nos passados, e em particular quando, com a mudança de governo, mudaram o ministro e o presidente da FCT, podendo vir a haver alterações profundas nos critérios de avaliação das candidaturas. Creio que seria melhor que repetisses esta pergunta quando sair o regulamento e guião de avaliação (se sair) do próximo concurso.
Olhando apenas para o passado, à luz das orientações gerais oficiais do concurso de 2011 (que podiam ser mudadas pelo painel de cada área de avaliação):
http://www.fct.pt/apoios/bolsas/concurs ... 1.phtml.pt
Secção "Procedimento Específico para Bolsas de Doutoramento (BD)"
Todas as candidaturas devem ser pontuadas de 1 (mínimo) a 5 (máximo) nos três critérios de avaliação considerados: mérito do candidato, mérito do programa de trabalhos, mérito das condições de acolhimento. Para efeitos de decisão ulterior sobre a concessão de bolsas, os candidatos serão ordenados de acordo com a média ponderada de classificação nos três critérios. Os factores de ponderação são, respectivamente, 5, 3 e 2.
Olhando para a parte do mérito do candidato (que conforme está escrito, tem peso 5), e no que diz respeito às médias, pelo que está na tabela indicada nesta secção, estarias na situação:
(Lic + Mestrado) = (14 + ≥ 14): Classificação base = 2,5
A esta classificação base adicionar-se-ia uma pontuação pelos artigos e eventualmente pelas comunicações e restante currículo. Esta classificação dependia do painel de cada área de avaliação e não era igual para todas as áreas. Pelos artigos creio que o mais normal é contarem entre 0,25 e 0,5 cada. Dependendo do painel,
podem ou não contar com factores como se a revista é indexada ou não no ISI, qual o factor de impacto da revista, ou qual a posição na lista de autores.
O resto em geral contava muito pouco ou nada.
Assim, se contasse 0,5 cada artigo e o resto não contasse nada, ficarias com uma classificação final do candidato de 2,5+0,5+0,5+0 = 3,5. O que poderia eventualmente permitir teres bolsa se tudo o resto - projecto (peso 3), e condições de acolhimento = orientadores e instituições (peso 2) for bom. Por exemplo, se o teu projecto e condições de acolhimento tivessem ambos classificação 4,5 e conseguisses a nota do candidato de 3,5 anteriormente indicada daria classificação final de ( (5x3,5 + 3x4,5 + 2x4,5) / (5+3+2) ) = 4,0. Se o teu projecto e condições de acolhimento tivessem ambos classificação 5 e tivesses 3,5 no mérito do candidato daria ( (5x3,5 + 3x5 + 2x5) / (5+3+2) ) = 4,25
As linhas de corte não são as mesmas para todas as áreas. Podes ver as do concurso anterior em
http://forum.bolseiros.org/viewtopic.php?f=1&t=4435
Assim, pelos critérios passados, não estarias numa posição muito segura, mas seria possível teres bolsa.
Mas como te digo, os critérios podem mudar. Se mudassem para algo onde, por exemplo, os artigos científicos ou a média do mestrado passassem a contar mais, poderia ser mais fácil teres bolsa.
Mas seja como for, a concorreres, aconselho a que tentes obter orientadores com bom currículo e instituições de acolhimento tão bem cotadas quanto possível, e se for possível entretanto obteres mais algum artigo, tanto melhor.
Boa sorte.