Boas noites!
Caríssimos,
Eu não sei se o conteúdo do plano de trabalhos é variável por área, calculo que sim. Julgo que é capaz de não fazer sentido pensar que existe apenas um modelo de programa de trabalho aplicável a todas as áreas (por exemplo, o mesmo modelo de programa de trabalhos para Filosofia e Biologia). Especialmente se atendermos à imensa variedade de disciplinas e diferentes abordagens científicas sujeitas a concurso e avaliação. Parece-me, assim, que o melhor é tentar obter informação específica, junto da FCT, sobre o que é que constituí, ou deve constituir, cada uma das rubricas que deve ser a candidatura a uma bolsa de doutoramento. Na página da FCT estão listados os contactos telefónicos directos dos responsáveis por cada uma das áreas científicas (sem ter que passar, julgo, pelas longas listas de espera dos números de atendimento do SFRH) em que vão ser enquadrados os projectos. Talvez a melhor solução seja entrar em contacto directo com os referidos elementos e procurar averiguar sobre as especificidades de cada área em concreto.
Na área em que me candidatei (Psicologia), o que se pretende (ou pretendia em 2005), no plano de trabalhos, é, antes de mais, que exista um planeamento o mais detalhado possível do trajecto do doutoramento. No meu caso, dado a natureza experimental e cognitiva da abordagem, este "detalhe" reflectiu-se na enumeração de um conjunto de possíveis estudos a realizar (4 ou 5 experiências), em que se descrevia com algum detalhe, quer as hipóteses, quer o design experimental, procedimento, resultados esperados e, inclusive, possíveis conclusões.
Claro que o projecto é, apenas um "projecto" e, como tal, não tem qualquer valor vinculativo. Não há qualquer drama em ter algo previsto no projecto e acabar por seguir um rumo diferente (desde que não radicalmente diferente).
Mas, por exemplo, no plano de trabalho de uma bolseira de Linguística de que estive a par, o que existia era uma descrição, o mais detalhada possível, daquilo que virá a ser a tese, em termos de estrutura. Enumerando-se os capítulos que virá a ter, etc. Este plano de trabalhos tem, portanto, maior ênfase no resultado final, a tese, e menos nos estudos necessários para atingir esse resultado final. Acho que há muita variabilidade e, necessariamente, as melhores sugestões poderão vir sempre de colegas, professores, o que quer que seja, que estejam por dentro. Isto é, que por um lado sejam da área em questão e, por outro lado, tenham alguma experiência quanto aos processos de avaliação da FCT.
Não sei se o nome e contacto dos responsáveis pelos paineis de avalição de cada área é uma informação pública, mas uma possibilidade poderá ser a de entrar em contacto com a FCT para pedir o nome (e contacto) do responsável de uma dada área e enviar-lhe um email a perguntar o que se pretende... Se não houver outra forma, visitem páginas de departamentos importantes na vossa área, tomem nota dos emails dos membros com maior destaque e entrem em contacto com eles. A minha experiência é que, mesmo as figuras alegadamente mais distantes, tendem a responder sempre e a ser bastante cordiais e informativos.
rgonzo Escreveu: Sempre pensei que o programa de trabalhos incluiria a descricao de eventuais modulos ou cadeiras a frequentar no primeiro ano, juntamente com o desenvolvimento da tese...
Eu no projecto que submeti em 2005 não referi qualquer componente curricular no programa de trabalhos. O que uma professora me referiu na altura, é que esta secção deve ser usada para mostrares que "tens qualidade" e "tens as ideias arrumadas e estruturadas" para seguir para um nível de investigação avançado. A ideia, segundo entendi na altura, era usar a secção do programa de trabalhos para "brilhar" o mais possível... A ser assim, sugeriria que se desse o mínimo de ênfase possível a questões que não são criativas nem da responsabilidade do bolseiro, como a frequência de componentes curriculares. Mas atenção, não quero estar a induzir ninguém em erro... Esta é, apenas, uma "impressão" que tenho.
Abraços e beijinhos,
rui