Bolsas BD 2007
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- cientista regular
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Eu concorri nas Ciências da Terra e do Espaço, uma vez que sou licenciada em Geologia e como o plano de doutoramento incluia a Terra e a detecção remota, nada mais lógico do que concorrer nesta área, o mais engraçado é que tive o valor de 2,5 no programa de trabalhos com o seguinte comentário "Programa melhor enquadrado nas Ciências da Vida". Eu nem sequer fui bonificada por concorrer na minha área...
Echuu não percebi o ter-te chamado mentiroso.. Se assim entendeste, peço desculpa, não era minha intenção. Quero que saibas que partilho das tuas opiniões, apenas referi a minha situação em particular! Fui penalizada por concorrer a uma área que não a minha, no mérito do candidato. E pelo que me disseram aqueles valores constituem, de facto, referências (não lhes estou a dar razão, ok?)... Claro que se eles querem equidade, não é por este caminho que a conseguem..Echuu Escreveu:Obrigado por basicamente me chamares mentiroso...
Caso não tenhas lido bem, não é uma opinião ou uma suspeita, é a constatação de um facto. Se não acreditas, vai ver processos de candidatos a Bolsa de Doutoramento na área das Ciências Biológicas, encontras lá 2 ou 3 pessoas.
Quanto às avaliações das notas, no ponto 5 do guião de avaliação vem bem escrito que "a FCT definiu a seguinte base de referência", "De forma a procurar reduzir discrepâncias entre as classificações do mérito dos candidatos por diferentes Painéis de Avaliação".
O que eu entendo por base de referência é que qualquer pessoa com média de 16, ou 15 com mestrado, terá, no mínimo, 4 pontos. Não interpreto isso como podendo oscilar para cima ou para baixo.
Pelos vistos, foi um passo inútil por parte da FCT, dado que os painéis desrespeitam a classificação definida.
De qualquer forma, espero que tenhas entendido o meu ponto de vista.
Boa sorte *
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- recém-chegado
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E depois ainda há outro factor a ter em conta que não vem no Guião que é o sítio onde se tira a licenciatura.
Porque, por exemplo, terminar a licenciatura em Bioquímica com média 16 na Universidade de Lisboa, não é a mesma coisa que tirar a licenciatura em Biologia com média de 16 na Universidade de Coimbra. E os avaliadores certamente terão isso em consideração. E ainda bem, diria eu...
Porque, por exemplo, terminar a licenciatura em Bioquímica com média 16 na Universidade de Lisboa, não é a mesma coisa que tirar a licenciatura em Biologia com média de 16 na Universidade de Coimbra. E os avaliadores certamente terão isso em consideração. E ainda bem, diria eu...
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- cientista assíduo
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SarinhaRC: o que eu disse era mais na brincadeira, devido ao teu "Não acredito muito nisso"... Desculpa se pareceu sério demais, ehehe
immortal_coil: não percebo porquê... Do que eu vi, não há tal distinção, 16 no Porto é igual a 16 em Faro. O que gerava alguma confusão eram licenciaturas (ou semelhantes) obtidas no estrangeiro...
immortal_coil: não percebo porquê... Do que eu vi, não há tal distinção, 16 no Porto é igual a 16 em Faro. O que gerava alguma confusão eram licenciaturas (ou semelhantes) obtidas no estrangeiro...
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- recém-chegado
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Não tenho dúvidas sobre o que tenhas visto, mas viste exaustivamente cada um e todos os processos? É que duvido que todos os avaliadores atribuam o mesmo peso a um 16 em Lisboa e a um 16 na UTAD.Echuu Escreveu:
immortal_coil: não percebo porquê... Do que eu vi, não há tal distinção, 16 no Porto é igual a 16 em Faro. O que gerava alguma confusão eram licenciaturas (ou semelhantes) obtidas no estrangeiro...
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- cientista assíduo
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Sim, vi. Especialmente porque o que mais me interessava era mesmo o mérito do candidato, e a discrepância de avaliação desse parâmetro entre candidatos.
Tive lá 3h, e vi os processos de todos os candidatos a bolsas de doutoramento da área das Ciências Biológicas em 2007.
Mas por que é que achas que deve existir tal distinção? Por acaso não concordo com isso. Já viste a confusão que seria se cada curso fosse avaliado de forma diferente? Mantendo-me só na Biologia, devem existir mais de uma dezena de cursos de Biologia no país, como é que isso iria ser classificado? E depois equiparado a outros como, por ex., Bioquímica?
Quero dizer, se calhar estás a pensar mais no prestígio do local onde o curso é tirado, e na qualidade do curso, talvez. Mas como é que se prova que o curso A do local B é melhor que o curso A do local C?
Tive lá 3h, e vi os processos de todos os candidatos a bolsas de doutoramento da área das Ciências Biológicas em 2007.
Mas por que é que achas que deve existir tal distinção? Por acaso não concordo com isso. Já viste a confusão que seria se cada curso fosse avaliado de forma diferente? Mantendo-me só na Biologia, devem existir mais de uma dezena de cursos de Biologia no país, como é que isso iria ser classificado? E depois equiparado a outros como, por ex., Bioquímica?
Quero dizer, se calhar estás a pensar mais no prestígio do local onde o curso é tirado, e na qualidade do curso, talvez. Mas como é que se prova que o curso A do local B é melhor que o curso A do local C?
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- recém-chegado
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Bom, então nesse caso não faço a mínima ideia do que poderá estar na origem das discrepâncias acima mencionadas.
Eu próprio achei estranha a avaliação que tive no mérito do candidato este ano, embora me tenha sido atribuída bolsa. Há 2 anos deram-me 4,2 e nas observações referiam "licenciatura com 16 valores. 2 comunicações".
Deste então já tive mais um poster, fui BI durante 2 anos e este ano deram-me 4 valores, referindo apenas a licenciatura com 16 valores nas observações.
Eu próprio achei estranha a avaliação que tive no mérito do candidato este ano, embora me tenha sido atribuída bolsa. Há 2 anos deram-me 4,2 e nas observações referiam "licenciatura com 16 valores. 2 comunicações".
Deste então já tive mais um poster, fui BI durante 2 anos e este ano deram-me 4 valores, referindo apenas a licenciatura com 16 valores nas observações.
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- cientista assíduo
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Pois, esse tipo de discrepâncias é que é estranho. Por que razão é que um avaliador considera as comunicações, o que está correcto, enquanto que o outro não?immortal_coil Escreveu:Bom, então nesse caso não faço a mínima ideia do que poderá estar na origem das discrepâncias acima mencionadas.
Eu próprio achei estranha a avaliação que tive no mérito do candidato este ano, embora me tenha sido atribuída bolsa. Há 2 anos deram-me 4,2 e nas observações referiam "licenciatura com 16 valores. 2 comunicações".
Deste então já tive mais um poster, fui BI durante 2 anos e este ano deram-me 4 valores, referindo apenas a licenciatura com 16 valores nas observações.
Outra coisa que vi foi, em 4 casos, as pessoas receberem bonificações (0,2 ou 0,3) pela experiência de trabalho. Por ex., num caso a pessoa já trabalhava há 6 meses no lab onde ia fazer o PhD, e portanto o avaliador deu-lhe mais 0,2 no mérito de candidato. Isto é daquele tipo de coisas que origina discrepâncias. Se quiserem posso citar os processos em causa e exactamente o que foi dito pelos avaliadores, apontei isso, pois é um argumento que vou utilizar.
É ridículo, uns receberem 0,2 ou 0,3 pontos, e muitos em igualdade de circunstâncias não.
Assim como acho ridículo alguém com um paper como 1º autor no Journal of Bacteriology, por ex., receber 0,5, enquanto que alguém com um paper como 3º autor na Science receber 1,0... Como 1º autor, o trabalho é, na maioria, teu. Como 3º autor provavelmente ajudaste uma pequena parte... Só por causa da revista...
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A mim poster=0 e artigo em conferência internacional como primeiro autor=0...João Escreveu:Olá a todos!
Estive a ler as opiniões do fórum e gostaria de saber, em média, já que é relativo, quanto atribuem por comunicação em poster e por artigo científico publicado em 1º autor.
Cumprimentos,
João
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Provavelmente porque nenhum dos dois passou por peer-review...Sportinguista Escreveu:A mim poster=0 e artigo em conferência internacional como primeiro autor=0...João Escreveu:Olá a todos!
Estive a ler as opiniões do fórum e gostaria de saber, em média, já que é relativo, quanto atribuem por comunicação em poster e por artigo científico publicado em 1º autor.
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Idem, idem, aspas aspas....Sportinguista Escreveu:A mim poster=0 e artigo em conferência internacional como primeiro autor=0...João Escreveu:Olá a todos!
Estive a ler as opiniões do fórum e gostaria de saber, em média, já que é relativo, quanto atribuem por comunicação em poster e por artigo científico publicado em 1º autor.
Cumprimentos,
João
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Na sequência da dica do Echuu, fui ver ontem os processos de candidatura.
Como a bolsa a que me candidatava era de Pós Doc, não existia guião para o mérito do candidato. Por essa razão é mais díficil ver se houve ou não garandes injustiças na avaliação desse item. Depois de ver todas as candidaturas, conclui que os critérios eram algo variados, embora não tenha ficado com a ideia de se verificaram grandes injustiças nessa componente da avaliação. Mas como disse, falta-me um referencial.
O engraçado foi constatar, que pelo menos 2 candidatos com bolsa atribuída, apresentaram um plano de trabalhos cuja temática e os objectivos, conforme foi constatado pelos próprios avaliadores, não se enquadravam minimamente no dominio científico das Ciências Agrárias e Florestais, domínio do meu concurso. Os dois tinham um plano de trabalho claramente da área da saúde, cuja única relação com o domínio do concurso, e apenas num dos candidatos, é o título do trabalho, conforme é aliás referido na ficha de avaliação. Em face disto, os avaliadores dão nota 3 neste item, aos 2 candidatos, mas como os candidatos têm 5 valores nos outros 2 items têm nota para bolsa, ficando mesmo à frente de outros candidatos com plano de trabalhos perfeitamente inserido no dominio do concurso (NOTA 5), igualmente com bolsa atribuída.
Verifiquei também o recurso a centros de investigação doutros domínios científicos, em que o número de centros de excelência é maior, logo com nota 5 neste item. O que é questionável, é o recurso a responsáveis de formação, que embora com excelente cv científico, dificilmente serão enquadráveis no domínio das ciências agrárias e florestais, pelo que terão evidentes dificuldades em fazer a ligação a este domínio. Mais concretamente, parece-me que a investigação poderá correr o risco de ficar restrita à bioquimica, à genética, etc, ou seja à perspectiva da área em questão, sem haver depois a preocupação de se fazer a ligação ao domínio do concurso.
Houve mesmo um caso, dum candidato excluído (era o mínimo), cujo responsável tinha cv relevante, mas sobre o planeta Marte.
Estamos portanto, a assistir à migração de candidatos das áreas da saúde e não só, onde a concorrência é mais "feroz", para a das ciências agrárias e florestais, sem haver sequer cuidado de aí se enquadrarem minimamente.
Resumindo, a área das ciências agrárias e florestais, para além de já estar a sofrer um garrote por não ser considerada área prioritária na investigação, o que até se compreende dum ponto de vista político, é sujeita à concorrencia desleal de candidatos com cv de excelência, mas com planos de trabalho que de agricultura (no sentido mais amplo do termo) e floresta nem sequer têm o nome.
Bem, vamos lá ver como é que consigo fazer um recurso com base nesta informação.
Como a bolsa a que me candidatava era de Pós Doc, não existia guião para o mérito do candidato. Por essa razão é mais díficil ver se houve ou não garandes injustiças na avaliação desse item. Depois de ver todas as candidaturas, conclui que os critérios eram algo variados, embora não tenha ficado com a ideia de se verificaram grandes injustiças nessa componente da avaliação. Mas como disse, falta-me um referencial.
O engraçado foi constatar, que pelo menos 2 candidatos com bolsa atribuída, apresentaram um plano de trabalhos cuja temática e os objectivos, conforme foi constatado pelos próprios avaliadores, não se enquadravam minimamente no dominio científico das Ciências Agrárias e Florestais, domínio do meu concurso. Os dois tinham um plano de trabalho claramente da área da saúde, cuja única relação com o domínio do concurso, e apenas num dos candidatos, é o título do trabalho, conforme é aliás referido na ficha de avaliação. Em face disto, os avaliadores dão nota 3 neste item, aos 2 candidatos, mas como os candidatos têm 5 valores nos outros 2 items têm nota para bolsa, ficando mesmo à frente de outros candidatos com plano de trabalhos perfeitamente inserido no dominio do concurso (NOTA 5), igualmente com bolsa atribuída.
Verifiquei também o recurso a centros de investigação doutros domínios científicos, em que o número de centros de excelência é maior, logo com nota 5 neste item. O que é questionável, é o recurso a responsáveis de formação, que embora com excelente cv científico, dificilmente serão enquadráveis no domínio das ciências agrárias e florestais, pelo que terão evidentes dificuldades em fazer a ligação a este domínio. Mais concretamente, parece-me que a investigação poderá correr o risco de ficar restrita à bioquimica, à genética, etc, ou seja à perspectiva da área em questão, sem haver depois a preocupação de se fazer a ligação ao domínio do concurso.
Houve mesmo um caso, dum candidato excluído (era o mínimo), cujo responsável tinha cv relevante, mas sobre o planeta Marte.
Estamos portanto, a assistir à migração de candidatos das áreas da saúde e não só, onde a concorrência é mais "feroz", para a das ciências agrárias e florestais, sem haver sequer cuidado de aí se enquadrarem minimamente.
Resumindo, a área das ciências agrárias e florestais, para além de já estar a sofrer um garrote por não ser considerada área prioritária na investigação, o que até se compreende dum ponto de vista político, é sujeita à concorrencia desleal de candidatos com cv de excelência, mas com planos de trabalho que de agricultura (no sentido mais amplo do termo) e floresta nem sequer têm o nome.
Bem, vamos lá ver como é que consigo fazer um recurso com base nesta informação.
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Assim sendo o meu conselho é muito cuidado a escrever num CV papers que são realmente peer-review mas que são também de uma conferência. Há bastantes áreas em que os papers para uma conferência são o mesmo trabalho que um paper peer-review a construir mas não são peer-review. Há a grande possibilidade de os avaliadores terem pensado que os teus papers não passaram por tal processo.Sportinguista Escreveu:Era peer-review sim senhor:Aragao Escreveu:Provavelmente porque nenhum dos dois passou por peer-review...
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All submitted papers will be under peer review and accepted papers will be published in the conference proceeding (ISBN: XXX-XXX-XXXXX-X-X)
Ainda aqui há tempos havia um colega muito indignado porque não lhe tinham contabilizado um artigo. Veio a entender-se mais tarde que o artigo era no jornal da universidade... e não era peer-review. Claro que um painel não vai contabilizar isto ao lado de um artigo numa revista internacional.
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- recém-chegado
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Assim sendo o meu conselho é muito cuidado a escrever num CV papers que são realmente peer-review mas que são também de uma conferência. Há bastantes áreas em que os papers para uma conferência são o mesmo trabalho que um paper peer-review a construir mas não são peer-review. Há a grande possibilidade de os avaliadores terem pensado que os teus papers não passaram por tal processo.
Desculpa, não percebi.... "O mesmo trabalho que um paper peer-review a construir mas não são peer-review"? Então são ou não são?
Um paper apresentado numa Conferência não conta?...
Desculpa, não percebi.... "O mesmo trabalho que um paper peer-review a construir mas não são peer-review"? Então são ou não são?
Um paper apresentado numa Conferência não conta?...