Bolsa de doutoramento apenas no estrangeiro

[Fernando Rebelo]

Ola a todos,
Tenho uma pergunta a respeito de algo que ainda nao vi publicado no forum. No entanto, se for uma pergunta repetida, peco desculpas.
A minha duvida e‘ em relacao as Bolsas de Doutoramento no Estrangeiro.
Neste momento estou a trabalhar na Rep. Checa como investigador numa empresa na area da consultoria ambiental e recentemente surgiu a oportunidade de utilizar os meus resultados da investigacao que ja faco aqui na empresa como tese de doutoramento (ja tenho universidade para me auferir o grau de doutor aqui em Praga e tambem tenho um orientador). No entanto tenho duvidas a respeito das candidaturas para bolsas de doutoramento no estrangeiro:
1. E‘ mais dificil de receber bolsa de doutoramento se os planos de trabalho (e a investigacao em si) forem feitas completamente no estrangeiro? Ha alguma discriminacao por parte do painel de avaliacao se o aluno decidir fazer a bolsa por completo fora de Portugal?

2. Como funciona a atribuicao das bolsas? Por exemplo, a FCT disponibiliza 6000 bolsas para 2012. 50% estao reservadas para doutoramento em Portugal, 30% estao reservada para doutoramentos misto e apenas 20% para doutoramentos no estrangeiro? Quando olho para o grafico de atribuicao de bolsas, vejo que menos de 10% sao de doutoramentos feitos completamente no estrangeiro... nao sei se isso deve-se ao facto de a FCT disponibilizar menos bolsas para este fim, porque e‘ mais dificil de obter a bolsa ou simplesmente porque a maioria das pessoas prefere ficar em Portugal (ou pelos menos passa parte do tempo em Portugal).

3. Ha alguem por ca que esteja, esteve, ou vai estar a fazer doutoramento apenas no estrangeiro que possa contar a experiencia?

Obrigado a todos e desculpem a falta de pontuacao... este teclados squi da empresa nao tem acentos e etc.

[spca]

Ola
Foi recentemente publicada no forum uma entrevista do actual presidente da FCT que parece mostrar que, com a mudanca de governo e presidente da FCT, havera' mudancas de fundo na atribuicao das bolsas
http://forum.bolseiros.org/viewtopic.ph ... 975#p25975
Como tal, parece-me que especular o futuro com base no que aconteceu no passado é bastante perigoso, e é melhor aguardar pelo regulamento de 2012 e outras eventuais novidades.
Em relacao ao que perguntas, tem havido um discurso de as bolsas apenas no estrangeiro serem apenas atribuidas em casos excepcionais, mas aparentemente nao tem havido discriminacao nas candidaturas, tendo sido a atribuicao aparentemente apenas por merito (ou seja, nas listas distribuidas nao houve quotas de bolsas nacionais, mistas e no estrangeiro, pelo menos aparentemente).
No caso das bolsas de pos-doc apenas no estrangeiro, apesar de aparentemente nao haver discriminacao na atribuicao, foi evidente uma discriminacao na duracao maxima (apenas 6 meses para quem tivesse feito doutoramento apenas no estrangeiro e 1 ano para quem tenha feito em Portugal, comparando com 3 anos se fosse em Portugal ou mista)

[amavel]

Ha alguem por ca que esteja, esteve, ou vai estar a fazer doutoramento apenas no estrangeiro que possa contar a experiencia?

Eu estou a fazer o doutoramento precisamente na ČVUT v Praze através de uma bolsa de investigação da FCT e não me pareceu haver qualquer tipo de discriminação quanto à distribuição de bolsas a meu ver. Nem sequer traduzi para português o meu programa de estudos. A única discriminação evidente quanto à distribuição de bolsas é relativamente aos candidatos estrangeiros a fazer doutoramento em Portugal. Não me parece que existam quantias de bolsas a distribuir por tipo de bolsa.

Mas falo apenas pela experiência deste ano, já que como foi dito as regras poderão mudar bastante.

Para acrescentar, a inscrição na Faculdade aqui foi bastante mais complicada do que a bolsa a meu ver. Se quiseres mais pormenores relativos à realização do PhD em Praga ou sobre a candidatura à bolsa não hesites em perguntar (PM ou aqui).

[mikex]

Dando a minha opinião, pelo menos no meu ano (2009, as coisas entretanto podem ter mudado) na listagem dos resultados das bolsas apareceu tudo a eito por ranking de classificação final, sem qualquer tipo de discriminação por tipo de bolsa (no top 10 da minha área havia pelo menos 3 bolsas para o estrangeiro - podia haver mais, esses eram as pessoas que eu conhecia), por isso para fazerem discriminação só se fossem na nota que dão ao teu plano de trabalhos e à instituição de acolhimento\orientador (nesta última, no meu caso, foi beneficiado por ser no estrangeiro porque a instituição e o currículo do orientador era muito melhores do que qualquer coisa que arranjasse em Portugal e por isso tive nota máxima - 5.0 - nesse parâmetro).

Haver mais ou menos candidaturas para bolsas no estrangeiro acho que pode é afetar em grande medida a linha de corte de cada área, pois se houver um orçamento para cada área se houver um grande número de bolsas atribuídas para o estrangeiro o orçamento dará para um número menor de bolsas.

[Fernando Rebelo]

OK Pessoal, muito obrigado pela vossa ajuda

Ja entrei em contacto com um professor da FEUP e se houver muitas complicacoes em fazer o doutoramento apenas no estrangeiro, irei concorrer para uma bolsa mista.

Ja agora, mais uma pergunta se alguem souber responder:

Como disse, estou empregado numa empresa a fazer investigacao. Como empregado, tenho contrato e recebo salario.

No entanto ha uma lista de excepcoes ao regime de exclusividade e penso que o meu caso podera ser uma excepcao. A regra diz que:

"Considera-se, ainda, compatível com o regime de dedicação exclusiva a realização de actividades externas à entidade acolhedora, ainda que remuneradas, desde que directamente relacionadas com o plano de actividades subjacente à bolsa e desempenhadas sem carácter de permanência, bem como o exercício de funções docentes"

A entidade acolhedora neste caso seria uma universidade, mas o plano de trabalhos seria tambem realizado nos laboratorios da minha empresa (neste caso, a actividade externa à entidade acolhedora). O problema é que tenho um contrato permanente.

Terei que rescindir o meu contrato enquanto durar o meu doutoramento de depois voltar a ser empregado da empresa? Ou basta passar a ser trabalhador com viculo temporario?

Alguem com experiencias semelhantes?

[spca]

OK Pessoal, muito obrigado pela vossa ajuda

Ja entrei em contacto com um professor da FEUP e se houver muitas complicacoes em fazer o doutoramento apenas no estrangeiro, irei concorrer para uma bolsa mista.

Ja agora, mais uma pergunta se alguem souber responder:

Como disse, estou empregado numa empresa a fazer investigacao. Como empregado, tenho contrato e recebo salario.

No entanto ha uma lista de excepcoes ao regime de exclusividade e penso que o meu caso podera ser uma excepcao. A regra diz que:

"Considera-se, ainda, compatível com o regime de dedicação exclusiva a realização de actividades externas à entidade acolhedora, ainda que remuneradas, desde que directamente relacionadas com o plano de actividades subjacente à bolsa e desempenhadas sem carácter de permanência, bem como o exercício de funções docentes"

A entidade acolhedora neste caso seria uma universidade, mas o plano de trabalhos seria tambem realizado nos laboratorios da minha empresa (neste caso, a actividade externa à entidade acolhedora). O problema é que tenho um contrato permanente.

Terei que rescindir o meu contrato enquanto durar o meu doutoramento de depois voltar a ser empregado da empresa? Ou basta passar a ser trabalhador com viculo temporario?

Alguem com experiencias semelhantes?

Eu não sei se é possível concorreres a Bolsa de Doutoramento em Empresas (BDE) estando numa empresa e universidade estrangeira. Se sim, creio que seria o mais adequado à tua situação.
A informação da BDE na página da FCT pode ser consultada em http://www.fct.pt/apoios/bolsas/concursos/bde.phtml.pt
Na ausência de mais respostas, talvez o melhor seja expores a situação directamente à FCT.

[BrunoCoutinho]

Eu também tive uma bolsa para o estrangeiro em 2011, sem problemas por isso.

Mas o ano passada era outro governo, e este novo governo tem uma politica de cortes.
Não sei efectivamente quando do financiamento destas bolsas vem do governo, mas deve rondar os 30% penso. Mesmo assim penso que vão querer reduzir.

Por outro lado já se em falados dos problemas das bolsas no estrangeiro. Primeiro é muito mais caro, e em segundo muito dos alunos não voltam, sendo um investimento perdido.

Talvez este ano não existam grandes alterações, acho tarde para mudarem, mas nunca se sabe. Mas duvido que isto continue assim por muito mais tempo.

Boa sorte.

Vê este link:
http://www.tvciencia.pt/tvcnot/pagnot/t ... &codnot=30

Fala-se aqui de começarem a dar as bolsa a projectos e depois os alunos candidatam-se. Acho que isto acabaria com as bolsas só no estrangeiro.