Estou actualmente a concorrer para uma BD no estrangeiro. Reparei segundo os dados da FCT, que apenas ~10% do número total de bolsas atribuídas se destinam a bolseiros fora do país.
A minha primeira explicação - ou pelo menos na que desejo acreditar - é que muito simplesmente existem menos candidatos a BDs no estrangeiro, logo menos bolsas atribuídas. No entanto, estou longe de ter certezas.
Então pergunto, algum de vós tem alguma ideia ou experiência sobre este assunto? Pensam que a FCT em si poderá ter directivas para atribuir um "x" interna e externamente, ou tal como eu acreditam que apenas se deve ao número de candidatos?
Não me recordo de haver documentação oficial que indicasse numerus clausus para bolsas no estrangeiro, mas obviamente há limites orçamentais. Tanto quanto sei, cada ano a FCT recebe um valor para (por exemplo) BDs, e atribui bolsas por ordem decrescente de mérito das candidaturas até esgotar o tal valor. Obviamente tem de haver alguma margem de manobra por causa de subsídios, etc..
A única incerteza que tenho prende-se com a distribuição de bolsas pelas diferentes áreas, mas suponho que isso seja feito com base em pareceres (emitidos por quem?) relativos à procura/oferta de doutorados em PT e em orientações políticas (novas tecnologias, etc.) que também são implicitamente motivadas pela procura/oferta.
Dito isto, e porque em média, uma BD no estrangeiro dever ficar mais cara à FCT que uma em PT, não acho descabido que haja uma orientação mais ou menos oficial que previna uma atribuição "excessiva" de BDs no estrangeiro, mas não me parece que alguma vez tenho sido posta em prática, pois tal como dizes, não é grande a procura de BDs totalmente no estrangeiro, a ver pelos posts aqui no fórum e por contactos que tenho com outros bolseiros.
Um último comentário: para concorrer à BD da FCT, é necessária a aceitação por parte da univ. de acolhimento, e pelo menos para os EUA, esse processo de selecção é bem mais exclusivo que o da FCT...
Obrigado pela resposta. Na realidade até acho exagerada a discrepância entre os valores das bolsas BD concedidas interna e externamente mas enfim. Portugal não é assim tão mais barato em comparação.
Mas tens razão, regularem-se apenas pelas linhas de corte implica que poderá chegar um dia onde o número de BDs no estrangeiro aumente incompativelmente com os orçamentos. Aí ou terão de criar duas linhas de corte diferentes (interna e externamente) ou simplesmente "ajeitam" ali uns quantos candidatos "estrangeiros" com umas décimas a menos (o que simplesmente me recuso a acreditar).
1) O número de candidatos para o estrangeiro deve ser menor.
2) Uma questão de política. Em geral, uma bolsa para o estrangeiro implica que o Estado Português, está a gastar dinheiro para alguém estudar fora do país, escrever artigos por universidades estrangeiras, obter um diploma por uma universidade estrangeira e depois ficar por lá. Deste ponto de vista, o País parece ganhar muito pouco com bolsas nos estrangeiro. Para além disso, se reparares foram atríbuidas mais bolsas mistas que bolsas no estrangeiro. Concluindo: não me admira que internamente exista um limite ao número de bolsas no estrangeiro.
