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DC, da maneira que eu falei realmente parece que eu digo que a diferença está em picar o ponto, quando isso é apenas um detalhe na diferença entre bolsa e trabalho.

Anyways, acho que discutir mais sobre o mesmo fica infrutífero, já que temos visões (e a minha é diferente de 99%) diferentes.

Já agora, só um detalhe. Em Portugal é comum as pessoas caírem no erro de moldar o sistema de modo a aceitar erros. Um sistema tem erros, não se combatem os erros, molda-se o sistema para os tolerar. Por exemplo, dizes que os bolseiros são usados (indevidamente) como trabalhadores então nesse caso podemos olhar para bolseiros como trabalhadores. O erro está nos coordenadores de projectos/centros de R&D, que usam bolseiros como mão de obra barata - esses é que estão errados!

É mais ou menos a mesma história do MSc em Bolonha. Os BSc's têm 3 anos e como tal as pessoas tiram MSc naturalmente (não falo dos integrados!!!) porque acham que competem com mão de obra que tem BSc's de 5 anos. Muitas vezes nem gostam de investigar mas mesmo assim tiram um Master of Science. Os directores de mestrados começaram a perceber que muitos dos alunos que lá estão querem ir para o mercado de trabalho e alteram o programa do MSc para a tese ter uma componente mais reduzida e inserem formação (e.g. engenharia). Daqui a uns anos o MSc, um grau científico, passa a ser tecnológico.

a3mlord wrote:@christianramos: Lamento, mas nenhum licenciado bolseiro tem um ordenado, mas sim uma bolsa. Acho que nem toda a gente aqui tem noção do que é uma bolsa neste contexto - valor mínimo para conseguir continuar a estudar/investigar. Na teoria não deve sobrar qualquer dinheiro, isso não é uma bolsa, são poupanças de um ordenado.

@Bruno: Acabo de responder à sua pergunta em cima.

Eu sou bolseiro e apesar de trabalhar 12-13 horas por dia, tenho colegas que vão ao laboratório 2 horas por dia. Na minha anterior empresa as pessoas picam o ponto ao minuto e ou atingem a produtividade fixada ou então são despedidos. Na investigação não é nem pode ser assim.

Nós sabemos que não temos ordenado. A questão é se isso faz sentido ou não.

a3mlord wrote: Já agora, só um detalhe. Em Portugal é comum as pessoas caírem no erro de moldar o sistema de modo a aceitar erros. Um sistema tem erros, não se combatem os erros, molda-se o sistema para os tolerar. Por exemplo, dizes que os bolseiros são usados (indevidamente) como trabalhadores então nesse caso podemos olhar para bolseiros como trabalhadores. O erro está nos coordenadores de projectos/centros de R&D, que usam bolseiros como mão de obra barata - esses é que estão errados!

Estás enganado... O erro NÃO está nos coordenadores de projectos/centros de R&D. Se a própria FCT quando financia os projectos parte do principio que as pessoas que nele vão trabalhar vão ser bolseiros como podem os coordenadores de projectos agir de outra forma?
Parece-me que partes do conceito tradicional de bolsa, que funciona quase como um prémio de mérito. Isso faz todo o sentido, desde que não implique exclusividade. É interessante como em alguns países é possível acumular várias bolsa pois partem desse mesmo principio. No entanto, a exclusividade imposta pela FCT (que até de certa maneira compreendo para garantir a execução do plano de trabalhos) altera completamente este conceito mais "tradicional"....

Echuu wrote:Já agora, fica a curiosidade:

http://www.abic-online.org/index.php?op ... s&catid=14

Até o próprio Estado não se decide.

Desculpem o off-topic mas fiquei preocupada com essa noticia. Como é que as Finanças sabem se somos ou não bolseiros? Está haver cruzamento de dados com a FCT?

É bom que haja cruzamentos (basta a FCT enviar a lista de bolseiros com respetivo número de contribuinte para as finanças), senão daqui a uns meses toda a gente que não entregou IRS porque é bolseiro era capaz de começar a receber cartas das Finanças a pedir explicações.