Sobre os concursos, as suas avaliações e seus prazos....

Discussão das prioridades para a melhoria das condições enquanto jovens investigadores e as estratégias a seguir para as atingir.
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"Prioridades e estratégias"; cujo objectivo é a discussão daquilo que os bolseiros consideram ser as prioridades para a melhoria das suas condições enquanto jovens investigadores e as estratégias a seguir para atingir os objectivos propostos.
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Aragao
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Sobre os concursos, as suas avaliações e seus prazos....

Mensagem por Aragao »

Nos últimos tempos, e também devido aos acontecimentos recentes, tenho pensado com regularidade nas questões das avaliações e dos prazos (dos concursos, da saida dos resutados). Sei que muitos de nós pensamos mais na situação particular que estamos a concorrer ou a passar, mas como gostariamos que tivesse sido ou que deveria passar a ser no futuro?

deixo aqui umas ideias pessoais e soltas talvez para reflectir mais seriamente após a saída dos resultados deste ano.
Prazo e periódos de candidatura
  1. Períodos de candidatura
    1. Tendencialmente consistente com o períodos do final do ano lectivo (1 ou 2 semestres) e não no meio de um semestre.
    2. Definido desde o inicio do ano e sem alterações de última hora antecipando-o ou extendendo-o como aconteceu no último ano.
  2. .Publicação das avaliações
    1. Tornar públicas a ordenação dos candidatos e sua classificação logo após as avaliações como medida de tornar o processo o mais transparente possível, tal como acontece com as provas nacionais de acesso ao ensino superior em que os resultados saem antes de se saber quem vai ter vaga na universidade.
  3. Recursos
    1. Recursos deveriam ser entre o período de divulgação da seriação dos candidatos e os resultados finais da atribuição de bolsa. Isto porquê:
      1. Imaginemos uma pessoa que não ganhou, após divulgação dos resultados finais vê sua avaliação, não concorda e recorre. E eventualmente tem após reavaliação do processo. Vai começar 3/4 meses depois, e o processo na FCT vai ser mais lento pois eles já estão preocupados com as bolsas que foram atribuídas.
      2. Se o recurso fosse entre a divulgação da seriação dos candidatos e a divulgação oficial da atribuição, o resultado do recurso já entraria para a posição final.
      3. Os recursos passariam a ser por questões processuais (má avaliação do centro, ou pontos descontados indevidamente por má avaliação da mobilidade, etc.) e não apenas porque não se teve bolsa e se tenta mais uns pózinhos
      4. Seria claro quem teve recurso positivo, coisa que não acontece hoje. Sabe-se quem teve bolsa inicialmente mas depois não há lista dos recursos.
  4. Resultados das candidaturas
    1. Claramemetne definido (60dias?90dias) e que não termine numa altura em que o pais está parado e em que o efectivar de um recurso é manifestamente mais difícil pela disponibílidade de orientadores e outros.
  5. Início das bolsas
    1. Menos restrição no inicio das bolsas. É compreensível o inicio das bolsas no inicio do ano fiscal mas esse facto em conjunto com apenas um concurso anual a com muitos meses de distancia afasta muitos jovens investigadores de qualidade de uma carreira científica.
    2. O inicio das bolsas ser consistente com a atribuição de dinheiro em projectos de investigação para não cair no que tem acontecido no passado que é existir mão de obra mas o centro ou grupo de investigação estar ainda há espera de resultados ou dinheiro de projectos que concorreu.
  6. Bolsas de Pós-Doc
    1. O último concurso foi anunciada a abertura com 15 dias de antecedencia, estão abertas em permanencia ou não? Se sim não faz sentido que uma candidatura submetida depois de 31 de Março ficasse à partida mais de 12 meses sem avaliação.
Estou certo que não pensei em tudo e existem contras para algumas das ideias mas ... comentários? :-)

David
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rui mesquita
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Mensagem por rui mesquita »

Sobre o ponto 4: sinceramente não percebo porque é que a FCT divulga os resultados do concurso em Agosto; só se é pelo hábito português de deixar tudo para a última hora. Conheço pessoas que interromperam as férias para saber o resultado ou que tiveram dificuldades em cumprir todos os procedimentos burocráticos pós-atribuição por causa de "empregos de Verão" ou da ausência dos orientadores. É certo que "prioridades primeiro", mas outro bom princípio é o de facilitar a vida às pessoas tanto quanto desejável...

Quanto aos pontos 2 e 3, lembro-me que, no ano em que concorri (2004), a avaliação já havia sido concluída em princípios de Junho, embora os resultados só tenham sido comunicados dois meses depois. Não sei se a avaliação foi nos dois últimos anos tão pronta (3/4 semanas depois do fim do concurso), mas mesmo um intervalo de 4 semanas deve ser suficiente para que os eventuais recursos possam também ser avaliados. Mesmo com o calendário actual, não vejo que problemas possam existir se as seriações forem publicadas até final de Junho e as listas finais forem concluídas até final de Julho.

Quanto aos pontos 5 e 6, creio que todos nós conhecemos casos de pessoas (sobretudo quando se passa do doutoramento para o pós-doc) que desistem pura e simplesmente da carreira académica porque não têm meios para suportar o hiato entre o fim de uma bolsa e a atribuição de outra...é certo que esta situação está também associada com a indiferença que existe nas universidades portuguesas em relação aos seus pós-graduados (ao contrário do que normalmente acontece nas universidades estrangeiras, onde existe um cuidado mínimo em acompanhar a reintegração profissional dos pós-graduados...nem que seja a tirar fotocópias na faculdade!), mas os prazos de avaliação definidos pela FCT também não ajudam em nada. :roll:

rui mesquita
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Mensagem por rui mesquita »

...isto é um pouco lateral à discussão, mas uma outra coisa sobre as bolsas de pós-doc.

Tal como o vejo, o pós-doutoramento deve servir como um auxílio superqualificado aos projectos desenvolvidos pelos centros de investigação. Ora, o que acontece com os concursos actuais é que os projectos apresentados estão muitas vezes (é que acontece pelo menos nas Humanidades) completamente desligados das linhas de investigação definidas pelo centro de acolhimento, o que depois resulta no habitual "depois vemos como é que coordenamos o teu trabalho com o nosso projecto". :?

Pergunto-me se não seria melhor se as bolsas de pós-doc fossem maioritariamente geridas pelos centros de investigação, uma vez que estes devem saber melhor do que a FCT quais os projectos que de facto podem acrescentar alguma coisa. Correríamos o risco de favorecer o inbreeding (embora eu já não tenha grandes esperanças de acabar com o inbreeding num meio universitário pequeno como o português...), mas penso que os concursos actuais têm uma desvantagem muito maior, a de favorecer projectos isolados, com um interesse científico muito relativo, unicamente aceites porque são a única saída profissional dos bolseiros. :!:

João Ferreira
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Mensagem por João Ferreira »

Parece-me útil e necessária esta discussão levantada pelo David.

E porque não definir à partida quantas bolsas atribuir de cada tipo e em cada área? Ao invés de estar a avaliar e ordenar os candidatos e só depois ir contar os tostões para ver afinal quantas damos a cada área?

Exigiria, é certo, programação, estudo, planeamento prévio - algo que os nossos governantes não estão muito habituados a fazer - e uma efectiva (e não virtual) dotação orçamental atempada para a Ciência. Exigiria também, seguramente, discussão sobre prioridades na alocação de recursos, que poderia e deveria ser pública e participada. Mas não seria mais lógico...? (nos concursos para emprego também se determinam primeiro que e quantas vagas abrem, de acordo com as necessidades - e o mesmo acontece de resto com o acesso ao Ensino Superior - só depois se abre o concurso e avaliam e ordenam os candidatos...)

Naturalmente que poderia e deveria haver alguma flexibilidade (como há de resto em situações semelhantes...). Por exemplo, se numa dada área não se apresentasse a concurso um número de candidaturas com mérito suficiente para justificar a atribuição das bolsas que à partida se tinham programado, essas bolsas poderiam ficar por atribuir ou ser re-alocadas a outras áreas...

JF

Aragao
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Mensagem por Aragao »

e porque não saber um número médio das bolsas que se vão atribuir por área antes mesmo da candidatura? Realmente também traria transparência. Concordo totalmente contigo.

Eu sei que muito do que escrevi acima não são grande novidades nem descobri qualquer pólvora. Afinal já em 2004 escreveste a posição da ABIC como:
João Ferreira em 2004 Escreveu: Ainda na última reunião que tivémos com o presidente da FCT (em 28/10/04) sugerimos que os resultados dos concursos fossem públicos, como garantia de efectiva transparência de todo o processo de selecção de candidatos.

http://forum.bolseiros.org/viewtopic.php?p=412#412
É um assunto recorrente. A mim parece-me que no posterior de uma situação como a que aconteceu este ano talvez fosse possível voltar à carga. Eu sei que há muitas pessoas preocupadas com avaliações ilegitimas, incompetentes ou desleixadas. Mas não vejo forma de o combater para o futuro sem tentar medidas que tragam transparência a todo o processo. Porque avaliadores que vao entrar em esquemas ou mesmo não avaliar correctamente sabemos bem que sempre vai haver. A utopia que se pode irradicar o mal da terra é isso mesmo uma utupia. O número de bolsas também vai ser sempre limitado. A questão é haver transparência e forma de recorrer de forma limpa quando existirem injustiças.

Vou tentar, com ajuda de 2 ou 3 colegas com alguns anos de investigação, dar uma volta aos tópicos acima a ver se consigo algo claro e consistente. Coisa que ainda não o é.

obrigado pelo teu comentário,

David

P.S: registei a ideia de realocar a outras áreas em casos particulares de determinada área não ter pessoas com qualidade suficiente para as bolsas iniciamente pensadas.
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Luisa Semedo
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Mensagem por Luisa Semedo »

Acho que as sugestões apresentadas são muito importantes, e concordo com todas. Mas acho que faltam alguns pontos, nomeadamente no que diz respeito ao inicio do processo, a saber, a ficha de candidatura on-line, e a avaliação pelo painel.

1- A avaliação é feita por uma ficha de candidatura que é absolutamente decisiva. Ora as instruções de preenchimento são o mais reduzidas possivel. Na verdade so quem tem experiencia por ja ter feito uma candidatura anteriormente, ou um orientador que se calhar até jà foi ou é juri é que sabera como fazer correctamente a candidatura.
Parece-me a mim que neste momento o "mérito" do preenchimento da ficha é tão ao mais importante que os outros méritos juntos!
Seria então importante haver instruções de preenchimento da ficha de candidatura claras e explicativas.

Alias no forum existem muitas dicas em relação a recursos, mas tenho a impressão, se calhar estou enganada, de que não existem em relação a como fazer, à partida, a melhor candidatura possivel.

2- Um outro problema é a equivalência entre as classificações obtidas no estrangeiro e as obtidas em Portugal.
No guia de avaliação esta escrito que "No caso de candidatos com formação académica realizada no estrangeiro o Painel de Avaliação devera procurar estabelecer uma equivalência entre a classificação obtida pelo candidato e o sistema de classificação em vigor em Portugal. Nos casos em que não seja possivel estabelecer essa equivalência, as candidaturas devem ser analisadas de forma condicionada e o Painel deverá indicar à FCT, durante a reunião de avaliação, qual a informação adicional que deverá ser solicitada. "
E portanto, no meu caso, os avaliadores não conseguindo estabeler equivalências deram-me a nota de 2,5 no mérito do candidato sem que a FCT tenha solicitado nehuma informação adicional! :smt102
As equivalências deveriam ser feitas também de forma clara.
Quer dizer, se pelo menos as fizessem ja não era mau! Deixemos o clara para depois!

Enfim havera ainda muito a dizer, mas no momento são estas as sugestões que me ocorrem.

Luisa Semedo
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Aragao
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Mensagem por Aragao »

o meu receio de se entrar pela discussão técnica dos critérios de avaliação (seja em particular de um deles ou de todos em geral) é que seja um poço sem fundo que dilua todo o discurso que se possa fazer e assim ser fácil de nem ser ouvido pela tutela.

Pensei que principalmente numa primeira fase haveria que trazer mais transparência ao processo. Depois quanto mais público, mais transparente e mais claro fosse (conhecendo-se as classificações de todos os que concorreram para comparação pública,etc) os problemas dos critérios seriam mais fáceis de tratar. Por exemplo, no teu caso que descreves, imagina que descobres noutro painel pessoas com licenciatura no mesmo pais que tu (uma universidade parecia, etc) e que tiveram outra classificação? alem de te permitir recorrer de uma forma mais fácil começa a criar jurisprudencia. Neste momento como nada é público o melhor que tens é estas tentativas fraquinhas que foram feitas o ano passado aqui no fórum (e agora este ano também) de saber o número de bolsas por área, etc.

A proposta de ajuda no preenchimento dos documentos de candidatura é muito boa. Nem sei se não poderiamos lançar o mote aqui no fórum. Lembro-me, por exemplo, do truque de juntar no processo documentação que comprove a excelencia de uma instituição não-portuguesa. É a forma mais eficaz de evitar que o jury depois classifique mal o acolhimento. Juntar um conjunto de truques a ter em conta no preenchimento e na forma de construir a candidatura seria certamente bastante interessante :)

David
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Mensagem por Luisa Semedo »

Estou de acordo contigo David, é verdade que cada um deve ter uma questão pessoal que gostaria de ver mudada, e é verdade que é um poço sem fundo como dizes. Mas como ainda estamos numa fase de reflexão no forum, talvez com o multiplicar dos casos particulares se encontrassem constantes.

A reflexão continua... :smt017
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Mensagem por Luisa Semedo »

Ah, esqueci-me da prioridade principal!!!

Que pelo menos, a FCT cumpra o que esta escrito nos seus proprios regulamentos!
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Aragao
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Mensagem por Aragao »

Deixamos a proposta e o texto à discussão......
Prazo e períodos de candidatura

Esta proposta de ajuste aos procedimentos e prazos do processo de atribuição de bolsas de formação avançada pela Fundação para a Ciências e a Tecnologia (FCT) visa minimizar a controvérsia e aumentar a clareza deste processo, adaptando o respectivo calendário às realidades das perspectivas profissionais dos candidatos, tentando tornar o processo mais célere.
  1. Períodos de candidatura para bolsas de doutoramento
    1. A grande maioria dos candidatos a bolsas de doutoramento são recém-licenciados. Sugere-se que os períodos de candidatura e de início do contracto correspondam a períodos do final do ano lectivo (1 ou 2 semestres) e não no meio de um semestre. Pretende-se assim minimizar o intervalo de tempo entre as datas de obtenção de grau de licenciatura e início de pagamento das bolsas.
    2. Consideramos importante manter-se constantes os prazos das candidaturas, divulgação de resultados de concursos e início de bolsas por ciclos de vários anos. Estes ciclos poderiam, por exemplo, corresponder à duração dos programas quadros de financiamento da União Europeia. Pensamos ser de particular importância a divulgação atempada destes prazos sem alterações de última hora, antecipando-o ou extendendo-o, como aconteceu no último ano.
  2. Períodos de candidatura para Bolsas de Pós-Doutoramento (Pós-Doc)
    1. À semelhança do proposto para as bolsas de doutoramento (1.b.), consideramos importante que as datas de candidatura e avaliação destas bolsas seja divulgada atempadamente. No último concurso, a abertura foi anunciada com 15 dias de antecedência. A estratégia de se manter candidaturas abertas em permanência, mas sem definição atempada de prazos para avaliação e inícios de pagamentos de vencimentos, torna difícil aos candidatos a planificação da sua carreira profissional. Por exemplo, não faz sentido que uma candidatura submetida depois de 31 de Março de 2006 ficasse à partida mais de 9/10 meses sem avaliação.
    2. Pensamos que seria importante retomar a existência de duas datas anuais de avaliação para atribuição de bolsas de Pós-Doc. A grande maioria de candidatos a Pós-Doc são recém-doutorados e as data de obtenção do grau de doutoramento é muito variável. A existência de duas datas anuais para atribuição destas bolsas contribui para minimizar os períodos de carreira profissional não remunerada dos jovens investigadores e garantir uma continuidade na sua actividade científica .
  3. Períodos de Publicação das Avaliações
    1. Propõe-se que os prazos de divulgação da ordenação dos candidatos e sua classificação seja anterior à divulgação dos resultados de atribuição de bolsas, como medida de tornar o processo o mais transparente possível. Somente seria divulgado a lista dos candidatos com as suas classificações, sem a indicação da linha de corte. Esta proposta segue o modelo utilizado para os resultados das provas nacionais de acesso ao Ensino Superior, em que as respectivas avaliações são divulgados antes dos resultados de ingresso nas Universidades, de forma a que os candidatos possam recorrer das avaliações obtidas.
    2. Pensamos que o prazo para a divulgação do resultado das candidaturas deveria ser claramente definido e divulgado no edital de abertura do concurso. Consideramos também crucial que os prazos deste processo não coincidam com períodos tradicionalmente correspondentes a férias, em que o efectivar de um recurso é manifestamente mais difícil pela disponibilidade de orientadores e outros participantes no processo.
    3. Consideramos que a divulgação de várias componentes das avaliações aos vários candidatos tornaria o processo mais claro, aumentando a confiança dos candidatos e da comunidade científica Portuguesa na avaliação. Assim sugerimos a divulgação de:
      • ficha de avaliação completa de todos os candidatos.
      • Instituições de acolhimento das várias candidaturas, bem como centros de investigação, com respectiva avaliação de acordo com a Avaliação de Unidades de Investigação realizada pela FCT em cada três anos às Unidades de Investigação (http://www.fct.mctes.pt/unidades/).
      • Certos campos estandardizados dos curricula dos candidatos (percurso académico, média de licenciatura, actividade científica, produção científica) e respectiva avaliação.
      • Orientadores associados à candidatura, bem como certos campos estandardizados dos respectivos curricula. Tendo em conta a possível sensibilidade desta sugestão e o facto de se aplicar a profissionais não bolseiros propomos que o conteúdo a divulgar seria apenas de campos específicos conhecidos à partida (lista de artigos, percurso académico, conferências proferidas), e que na maior parte já se encontram dessiminados na internet nas páginas das faculdades ou pessoais.
    4. .Parece-nos que uma baliza máxima de 4 meses entre a candidatura e o início efectivo da bolsa deve ser um objectivo. Neste sentido o período de candidatura, avaliação e homologação final devem ter isso em conta. Idealmente, a partir do momento que a bolsa é atribuída deverá ser possível iniciar os respectivos pagamentos. Candidaturas e atribuições de bolsa calendarizadas, por exemplo em Março, com nove meses de intervalo entre a finalização da licenciatura e o início de pagamento da bolsa inevitavelmente levam a uma impossibilidade financeira do candidato a bolseiro de se sustentar, afastando muitos jovens investigadores de qualidade de uma carreira científica.
  4. Recursos
    Pensamos que o período mais adequado para a apresentação de recursos seria entre a data de divulgação da seriação dos candidatos e os resultados finais da atribuição de bolsa. A implementação desta proposta traz uma série de vantagens:
    1. Coloca o período de avaliação das candidaturas iniciais e de recurso, mais próximos, tornando mais fácil o trabalho dos avaliadores e reduzindo o tempo destes processos na FCT, tornando-o mais célere. Actualmente observam-se prazos de 3/4 meses entre a divulgação dos primeiros resultados de atribuição de bolsas e os resultados de um recurso, com os resultados dos recursos a não serem divulgados publicamente.
    2. Se o recurso fosse entre a divulgação da seriação dos candidatos e a divulgação oficial da atribuição, o resultado do recurso já entraria para a posição final, não sendo necessário à FCT reservar verbas, sendo ainda mais justo para os candidatos.
    3. Torna-se objectivo que o recurso é sobre a classificação da proposta global de bolsa, dissociando a carga emocional associada a um resultado negativo de atribuição de bolsa do processo de recurso em si, que deve assentar em critérios objectivos e de falta de justiça no processo de avaliação. Os recursos passariam a ser colocados pelos candidatos por questões processuais (má avaliação do centro, ou pontos descontados indevidamente por má avaliação da mobilidade, etc.) e não apenas em tentativas de aumento de classificação motivadas pela não atribuição de bolsa.
    4. Seria claro quem teve recurso positivo, coisa que não acontece hoje. Sabe-se quem teve bolsa inicialmente mas depois não há lista dos recursos.
  5. Exemplo de um calendário sustentado na nossa proposta
    Imagem
Carlos Baleizão (Pós-doc FCT)
Frederico Ferreira (Pós-doc FCT)
David Aragão. (Estudante Doutoramento FCT)
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Mensagem por Aragao »

A Direcção da ABIC decidiu aproveitar algumas das ideias discutidas neste tópico e lançar um documento à discussão geral:

Proposta da ABIC- processo de candidaturas a bolsas da FCT
http://forum.bolseiros.org/viewtopic.php?t=1506

Também vou ler atentamente e juntamente com os colegas que elaboraram um esboço inicial (ver acima) tentaremos voltar a dar uma última contribuição.

Espero que esta iniciativa incentive outros colegas a escreverem as suas ideias e a envia-las à direcção da ABIC (tal como aqui fizemos).

Acho que este tópico pode ser fechado agora....

David
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