Bolsas e e o investimento do estado ?

Emprego científico ou emprego para cientistas? Porquê? Para quê? Que futuro?
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investix
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Bolsas e e o investimento do estado ?

Mensagem por investix »

[MODERADOR]
Uma mensagem no tópico - http://forum.bolseiros.org/viewtopic.php?p=6447#6447 - gerou uma nova discussão. Para um melhor fluir da mesma foram movidas algumas mensagens para este tópico.
[/MODERADOR]


"Desejo que recebam o dinheiro brevemente para deixarem de criticar o investimento que está a ser feito em todos nós com bolsas..."

Ninguém, acho eu, critica o investimento que está a ser feito... como pode ser entendido após a leitura desta frase.
Relativamente à morosidade do mesmo, acho que é bastante criticável.
Ainda bem que existem aqueles que nao se preocupam quando vao receber a primeira prestaçao da bolsa... mas cada um sabe de si! E acredito que existam situaçoes complicadas. Como tal, acho perfeitamente normais todas as críticas formuladas.

Luisa Semedo
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Mensagem por Luisa Semedo »

NCortes Escreveu:Num processo de avaliacao tao moroso, com tantos recursos e mais recursos... e diria ainda mais recursos, é normal que as coisas tomem o seu tempo. Tenho vindo a acompanhar o forum e às vezes fico estupefacto com certos comentários aqui colocados. Sou bolseiro, ainda não recebi nenhum dinheiro, não vivo à conta de ninguém e não estou preocupado quando a FCT me irá fazer o primeiro pagamento. Comecei o programa de estudos sabendo que podia ou nao receber a bolsa mas que teria outras formas de me sustentar. Um dos problemas que continua a acontecer neste País, é que achamos que o Estado é o Pai de todos nós e que nos deve tudo. Acredito que o Estado nos deva promover para se promover a si próprio, mas não que tenha qualquer culpa nas nossas decisões. Acho que quem comeca um qualquer programa de estudos, sem capacidades financeiras e sem saber se ganha a bolsa ou não, tem uma atitude um tanto ou quanto esquisita na minha opinião e depois vêm para aqui criticar a morosidade de um processo complicado só porque o planeamento não decorreu da forma esperada. Sei que as aplicações para os programas têm prazos diferentes dos da bolsa, mas o adiamento após aceitação da entidade acolhedora por um semestre é sempre possívelMas cada um sabe de si.
Desejo que recebam o dinheiro brevemente para deixarem de criticar o investimento que está a ser feito em todos nós com bolsas...
Cumprimentos e boa investigação
Ncortes ainda bem que tens "maneiras de te sustentar", mas parece-me a mim que quando se é bolseiro tem-se direito a receber a tempo e a horas, se seguir-mos o teu raciocinio então nada devia mudar, deviamos de partir do principio que prazos nao existem, e que porque é dado so temos é de nos mostrar gratos e calarmo-nos.
Deviamos ja agora também partir do principio de que quem não tem recursos nao deve fazer um doutoramento.

Mas se as bolsas são so para aqueles que têem outras "maneiras de se sustentar" então para que servem as bolsas?

As "capacidades académicas" e não somente "financeiras" deviam poder ser consideradas no planeamento de um progama de estudos.

Em contrapartida acho que as "poucas capacidades financeiras" deveriam ser tomadas em conta na atribuição das bolsas. A mérito igual parece-me justo que tenha bolsa aquele que tenha menos possibilidades economicas.
A unica coisa em que poderia concordar contigo é o facto de haver por vezes, no forum, criticas severas em relação aos montantes das bolsas, acho que até alguém chegou a chamar-lhe de "migalhas". As bolsas podem e devem aumentar, mas os montantes actuais não sao "migalhas". Uma reforma de pouco mais de 200 euros para alguém que trabalhou décadas isso sim são migalhas!!

Luisa Semedo
Última edição por Luisa Semedo em sexta jan 12, 2007 7:57 pm, editado 1 vez no total.
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Cristiana
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Mensagem por Cristiana »

NCortes Escreveu: Num processo de avaliacao tao moroso, com tantos recursos e mais recursos... e diria ainda mais recursos, é normal que as coisas tomem o seu tempo. Tenho vindo a acompanhar o forum e às vezes fico estupefacto com certos comentários aqui colocados. Sou bolseiro, ainda não recebi nenhum dinheiro, não vivo à conta de ninguém e não estou preocupado quando a FCT me irá fazer o primeiro pagamento. Comecei o programa de estudos sabendo que podia ou nao receber a bolsa mas que teria outras formas de me sustentar. Um dos problemas que continua a acontecer neste País, é que achamos que o Estado é o Pai de todos nós e que nos deve tudo. Acredito que o Estado nos deva promover para se promover a si próprio, mas não que tenha qualquer culpa nas nossas decisões. Acho que quem comeca um qualquer programa de estudos, sem capacidades financeiras e sem saber se ganha a bolsa ou não, tem uma atitude um tanto ou quanto esquisita na minha opinião e depois vêm para aqui criticar a morosidade de um processo complicado só porque o planeamento não decorreu da forma esperada. Sei que as aplicações para os programas têm prazos diferentes dos da bolsa, mas o adiamento após aceitação da entidade acolhedora por um semestre é sempre possívelMas cada um sabe de si.
Desejo que recebam o dinheiro brevemente para deixarem de criticar o investimento que está a ser feito em todos nós com bolsas...
Cumprimentos e boa investigação

:? Bem... realmente vês as coisas de forma diferente. Vês as bolsas de doutoramento como teóricamente o são, bolsas para um estudante de doutoramento. Mas nós vemos as bolsas como na prática elas o são... o ordenado pelo trabalho de investigação que fazemos. E lembra-te que há pessoas que vão para fora contando com essa bolsa...

Muitos de nos recusaram empregos ao saberem que receberam a bolsa. E eu falo por mim... não tenho tempo para um emprego extra. Gostava mas é impossível.

Acho que quem comeca um qualquer programa de estudos, sem capacidades financeiras e sem saber se ganha a bolsa ou não, tem uma atitude um tanto ou quanto esquisita
hm... esquisita parece-me ser a tua maneira de pensar! É óbvio que há mta gente com grandes capacidades sem o mínimo de capacidades financeiras... achas que deveriam desistir???!!!

NCortes
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Mensagem por NCortes »

Luisa Semedo Escreveu: Ncortes ainda bem que tens "maneiras de te sustentar", mas parece-me a mim que quando se é bolseiro tem-se direito a receber a tempo e a horas, se seguir-mos o teu raciocinio então nada devia mudar, deviamos de partir do principio que prazos nao existem, e que porque é dado so temos é de nos mostrar gratos e calarmo-nos.
Deviamos ja agora também partir do principio de que quem não tem recursos nao deve fazer um doutoramento.

Mas se as bolsas são so para aqueles que têem outras "maneiras de se sustentar" então para que servem as bolsas?

As "capacidades académicas" e não somente "financeiras" deviam poder ser consideradas no planeamento de um progama de estudos.

Em contrapartida acho que as "poucas capacidades financeiras" deveriam ser tomadas em conta na atribuição das bolsas. A mérito igual parece-me justo que tenha bolsa aquele que tenha menos possibilidades economicas.
A unica coisa em que poderia concordar contigo é o facto de haver por vezes, no forum, criticas severas em relação aos montantes das bolsas, acho que até alguém chegou a chamar-lhe de "migalhas". As bolsas podem e devem aumentar, mas os montantes actuais não sao "migalhas". Uma reforma de pouco mais de 200 euros para alguém que trabalhou décadas isso sim são migalhas!!

Luisa Semedo
Parece realmente um forum com uma unica perspectiva...
As coisas devem estar num permanente estado de mudanca, pelo menos assim espero. Contudo, ha que focar a atencao e os esforcos no que realmente interessa. Claro esta', que como se ve, o que interessa a uns nao interessa a outros. Por exemplo, pergunto-me varias vezes porque é que a avaliacao anual das bolsas é feita somente numa quantidade de relatorios? Faria mais sentido uma avaliacao por areas cientificas visto que cada uma tem a sua especificidade, e em que se pudesse avaliar meritos (de forma objectiva) ou ate objectivos por ano a alcancar.

As bolsas nao devem ser so' para quem tem formas de sustento... existem diversas formas de financiamento dos estudos que nao estao dependente de bolsas, simplesmente ninguem (e nao critico) quer comecar a carreira com dividas de emprestimo.

Em relacao 'as outras maneiras de sustentar, como sabes bem no contrato que assinas devera's estar em exclusividade, consequentemente aquando do recebimento da bolsa deixei as outras formas para me dedicar ao programa.

Nao estou aqui para que concordes ou discordes, acho que um forum é um espaco para debate de ideias na internet, mas se é susposto seguirmos uma logica de pensamento acho que estou aqui a mais e peco de desculpa pela intromissao no vosso espaco.
Com os melhores cumprimentos,
NCortes
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Luisa Semedo
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Mensagem por Luisa Semedo »

Concordo absolutamente contigo, o forum é também um espaço de DEBATE, e assim sendo nao vejo razao para falares de intromissao ou de "nosso"
espaço". O espaço é de todos. E até acho as tuas intervençoes interessantes, mas nao sou obrigada a concordar com tudo o que dizes nao achas? Nomeadamente quando falas de empréstimos, porque nao sei se sabes mas mesmo para te emprestarem dinheiro precisas de dar garantias, precisas de demonstrar uma certa "capacidade financeira" que faz defeito a quem precisamente precisa mais ou de bolsas ou de empréstimos.

Estou também de acordo contigo quando dizes que o que interessa a uns nao interessa a outros, mas completava essa ideia dizendo que a vivencia de uns nao é a vivencia de outros, quando por exemplo num outro topico alguém diz que não conhece ninguém que nao tenha começado estudos ou parado por causas de motivos economicos é natural que essa mesma pessoa tenha uma visao das prioridades diferente de quem conhece esse tipos de casos ou de quem vive essa realidade. E é por isso que o debate é interessante, também para nos dar-mos conta das vivências dos outros e eventualmente enriquecer a nossa maneira de ver as coisas.

Em todo o caso o meu objectivo não era de todo o de te agredir, se tal foi o caso peço desculpa :cry:

Com os melhores cumprimentos,
Luisa Semedo
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Bitter Sweet Girl
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Mensagem por Bitter Sweet Girl »

Luisa Semedo Escreveu: Nomeadamente quando falas de empréstimos, porque nao sei se sabes mas mesmo para te emprestarem dinheiro precisas de dar garantias, precisas de demonstrar uma certa "capacidade financeira" que faz defeito a quem precisamente precisa mais ou de bolsas ou de empréstimos.
e não só! uma pessoa que faça um empréstimo para estudos vai ter de o pagar mais tarde. já lá vai o tempo em que ter um doutoramento era significado de emprego. hoje em dia o doutoramento concluído já não dá garantias nenhumas, pelo que uma pessoa meter-se num empréstimo tão nova sem sequer ter alguma perspectiva de depois o poder pagar não me parece ser muito boa escolha.

não creio que quem actualmente decide fazer doutoramento o faça por dinheiro, faz, isso sim, por amor à camisola, porque as condições e perspectivas futuras não são cor de rosa. no entanto, uma pessoa precisa de se sustentar enquanto o faz...
se não tiver bolsa, a pessoa sustenta-se como? a dar explicações? com um emprego part time? qualquer emprego a part time paga pouco e não chega, nem de perto nem de longe, para uma pessoa ser economicamente independente.

não estamos a falar de bolsas de estudo para estudantes que acabaram de sair do 12º ano, estamos a falar de bolsas para adultos que têm a sua vida e precisam de se manter ou pretendem construí-la e não sair de casa dos pais, vivendo às custas deles, aos 40 anos por falta de dinheiro.

a partir do momento em que as bolsas são atribuídas (o que já de si demora), não faz sentido demorar-se mais 6 meses até começar o pagamento. mais valia dizerem logo à partida que só pagam um ano depois de se ter iniciado o concurso, assim as pessoas não estavam em stand by e até podiam manter um emprego até lá.

NCortes
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Mensagem por NCortes »

Luisa Semedo Escreveu:Concordo absolutamente contigo, o forum é também um espaço de DEBATE, e assim sendo nao vejo razao para falares de intromissao ou de "nosso"
espaço". O espaço é de todos. E até acho as tuas intervençoes interessantes, mas nao sou obrigada a concordar com tudo o que dizes nao achas? Nomeadamente quando falas de empréstimos, porque nao sei se sabes mas mesmo para te emprestarem dinheiro precisas de dar garantias, precisas de demonstrar uma certa "capacidade financeira" que faz defeito a quem precisamente precisa mais ou de bolsas ou de empréstimos.

Estou também de acordo contigo quando dizes que o que interessa a uns nao interessa a outros, mas completava essa ideia dizendo que a vivencia de uns nao é a vivencia de outros, quando por exemplo num outro topico alguém diz que não conhece ninguém que nao tenha começado estudos ou parado por causas de motivos economicos é natural que essa mesma pessoa tenha uma visao das prioridades diferente de quem conhece esse tipos de casos ou de quem vive essa realidade. E é por isso que o debate é interessante, também para nos dar-mos conta das vivências dos outros e eventualmente enriquecer a nossa maneira de ver as coisas.

Em todo o caso o meu objectivo não era de todo o de te agredir, se tal foi o caso peço desculpa :cry:

Com os melhores cumprimentos,
Luisa Semedo
Cara Luisa,
Ainda bem que concordamos num ou outro aspecto. Infelizmente em determinados paises, incluindo Portugal, tens que dar garantias 'as entidades de credito e essas garantias tem que ser "fisicas". Contudo, podes tambem ter alguem familiar, amigo, ou conhecido que é a tua garantia. Bastando (?!) para isso que essa pessoa tenha um IRS que mostre que possa pagar o empretismo caso tu nao o facas. Um dos processos que ouvi que o Governo estava a tentar fazer era a faciliticao de emprestimos para estudantes em que nao se pagaria enquanto se tivesse a estudar, se assim for é de aplaudir. Nao como a Bitter Sweet Girl diz aqui "um emprestimo vai ter de o pagar mais tarde", pois isso é normal. Mas acho que educacao é sempre um investimento que vale a pena fazer e ha'-de ter sempre o seu retorno. Claro esta' que se quisermos ficar na nossa "pequenina concha" provavelment as perspectivas de emprego sao reduzidas, mas diariamente recebo uma newsletter na minha area de estudos com bastantes ofertas de emprego em diversas partes do globo. é tudo uma questao de opcoes mais uma vez.

Uma coisa que sempre me intrigou neste forum (e noutros foruns tambem), é o facto de para criticar, de forma por vezes rude, as atitudes da FCT existe sempre gente disponivel. Mas quando a ABIC pos um documento a discussao para apresentar ao Governo, sobre preocupacoes dos Bolseiros e propostas de situacoes a mudar, pouca foi a participacao. Acho que por vezes meramente criticamos e nao propomos alternativas, apresentando solucoes e diferentes vias... no fundo somos como os partidos da oposicao... falamos falamos falamos mas nao dizemos nada nem apresentamos nada - Sem ofensa, claro esta'!

Com os melhores cumprimentos,
NCortes
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Bitter Sweet Girl
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Mensagem por Bitter Sweet Girl »

NCortes Escreveu:Claro esta' que se quisermos ficar na nossa "pequenina concha" provavelment as perspectivas de emprego sao reduzidas, mas diariamente recebo uma newsletter na minha area de estudos com bastantes ofertas de emprego em diversas partes do globo. é tudo uma questao de opcoes mais uma vez.
se formos ver a quantidade de gente que há para cada uma dessas ofertas de que falas, se calhar não são assim tantas...
quando falei em poucas perspectivas não me resumi ao que se vê no nosso pequeno Portugal.

quando disse que depois tinhas de pagar o empréstimo mais tarde, referia-me a ser depois dos estudos concluídos. neste momento nem isso se tem como minimamente seguro. eu falo por mim quando digo que não estaria descansada sabendo que estava a contrair um empréstimo que não sabia se ia conseguir pagar... :|

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Mensagem por NCortes »

Bitter Sweet Girl Escreveu:
NCortes Escreveu:Claro esta' que se quisermos ficar na nossa "pequenina concha" provavelment as perspectivas de emprego sao reduzidas, mas diariamente recebo uma newsletter na minha area de estudos com bastantes ofertas de emprego em diversas partes do globo. é tudo uma questao de opcoes mais uma vez.
se formos ver a quantidade de gente que há para cada uma dessas ofertas de que falas, se calhar não são assim tantas...
quando falei em poucas perspectivas não me resumi ao que se vê no nosso pequeno Portugal.

quando disse que depois tinhas de pagar o empréstimo mais tarde, referia-me a ser depois dos estudos concluídos. neste momento nem isso se tem como minimamente seguro. eu falo por mim quando digo que não estaria descansada sabendo que estava a contrair um empréstimo que não sabia se ia conseguir pagar... :|
No nosso pequeno, mas bonito Portugal. Devera' ser dito!
Continuando, nao tenho aqui os dados neste preciso momento (nem lembro de cor), mas se me lembrar durante a semana envio o ratio de oferta/procura na minha area so' relacionado com o ensino. Sem contar com o sector privado.

Ok! Entao se disseste pagar o emprestimo depois dos estudos estamos em sintonia. Acho que é uma opcao e uma questao de querer aceitar o risco ou nao. Por educacao, acho que vale sempre a pena valorizarmo-nos porque o retorno, mais tarde ou mais cedo, ha'-de vir.

Com os melhores cumprimentos,
NCortes
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Luisa Semedo
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Mensagem por Luisa Semedo »

NCortes Escreveu: Cara Luisa,
Ainda bem que concordamos num ou outro aspecto. Infelizmente em determinados paises, incluindo Portugal, tens que dar garantias 'as entidades de credito e essas garantias tem que ser "fisicas". Contudo, podes tambem ter alguem familiar, amigo, ou conhecido que é a tua garantia. Bastando (?!) para isso que essa pessoa tenha um IRS que mostre que possa pagar o empretismo caso tu nao o facas.
O problema continua pois arranjar familiares ou amigos que possam dar garantias também é dificil. A solução dos empréstimos a pagar apos os estudos, que ja existe em França, é muito interessante, acho que é uma boa pista, apesar das dificuldades futuras em pagar para quem não arranjar trabalho ou para quem tiver um trabalho mal pago.

Quanto à questão do investimento pessoal na educação penso que apesar de tudo ha limites e que a nossa contribuição com os impostos ou as ajudas europeias têem de servir para alguma coisa. Por mais vontade que tenhamos em valorizar-nos existem limites para quem não tem recursos financeiros. Continuo a achar que quem tem mérito deve ser ajudado na progressão dos seus estudos.

Quanto à newsletter que recebes com ofertas da tua area, se puderes partilhar aqui no forum era interessante. Esse tipo de ofertas depende muito também da area em que se esta, em filosofia, infelizmente ha muito pouca coisa.

Quanto às proposições da ABIC, é verdade que a participação poderia ter sido mais importante, mas penso que apesar de tudo a proposta final resulta também das muitas discussoes presentes neste forum. Da minha parte eu tinha feito algumas observaçoes em relação à proposta do David Aragão que influenciou em grande parte a proposta final da ABIC.

Luisa Semedo
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Mensagem por NCortes »

Luisa Semedo Escreveu: O problema continua pois arranjar familiares ou amigos que possam dar garantias também é dificil. A solução dos empréstimos a pagar apos os estudos, que ja existe em França, é muito interessante, acho que é uma boa pista, apesar das dificuldades futuras em pagar para quem não arranjar trabalho ou para quem tiver um trabalho mal pago.

Quanto à questão do investimento pessoal na educação penso que apesar de tudo ha limites e que a nossa contribuição com os impostos ou as ajudas europeias têem de servir para alguma coisa. Por mais vontade que tenhamos em valorizar-nos existem limites para quem não tem recursos financeiros. Continuo a achar que quem tem mérito deve ser ajudado na progressão dos seus estudos.

Quanto à newsletter que recebes com ofertas da tua area, se puderes partilhar aqui no forum era interessante. Esse tipo de ofertas depende muito também da area em que se esta, em filosofia, infelizmente ha muito pouca coisa.

Quanto às proposições da ABIC, é verdade que a participação poderia ter sido mais importante, mas penso que apesar de tudo a proposta final resulta também das muitas discussoes presentes neste forum. Da minha parte eu tinha feito algumas observaçoes em relação à proposta do David Aragão que influenciou em grande parte a proposta final da ABIC.

Luisa Semedo
Luisa-
Os emprestimos sao sempre um risco em qualquer situacao. As coisas podem correr bem e conseguires sempre pagar, ou podem correr mal e nao conseguires pagar. Contudo, acho que UM dos caminhos tem que ser esse, emprestimos com pagamentos apos conclusao dos estudos.

Quem tem merito tem que ser ajudado - sem duvida! Mas continuo a "bater" no mesmo ponto, é preciso instrumentos objectivos para medir esse merito. Nao somente antes da bolsa, mas durante a bolsa tambem. Continuo a achar que a forma de avaliacao anual das bolsas é muito suave. Os bolseiros deveriam ter que criar objectivos anuais (especificos da area) que estejam em concordancia para o alcance do objectivo final - o grau de PhD.

Nao te estou a atacar pessoalmente na questao da posicao da ABIC, estava a comentar algo que me chamou a atencao e achei deveras interessante.

Com os melhores cumprimentos,
NCortes
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Paulo J. N. Silva
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Mensagem por Paulo J. N. Silva »

Os emprestimos sao sempre um risco em qualquer situacao. As coisas podem correr bem e conseguires sempre pagar, ou podem correr mal e nao conseguires pagar. Contudo, acho que UM dos caminhos tem que ser esse, emprestimos com pagamentos apos conclusao dos estudos.
Interessante como em Portugal andamos sempre em contramao, nos EUA estao a passar uma lei (bill) para diminuir a quantidade de emprestimo que tem de ser devolvido, para se fazer uma graduacao para as familias da classe media e baixa. Em Portugal o governo PS atraves do Ministro Mariano Gago quer por TODOS a pagar o ensino superior agora com a sua reestruturacao.

Quem tem merito tem que ser ajudado - sem duvida! Mas continuo a "bater" no mesmo ponto, é preciso instrumentos objectivos para medir esse merito. Nao somente antes da bolsa, mas durante a bolsa tambem. Continuo a achar que a forma de avaliacao anual das bolsas é muito suave. Os bolseiros deveriam ter que criar objectivos anuais (especificos da area) que estejam em concordancia para o alcance do objectivo final - o grau de PhD.
Esta ideia e peregrina, ja agora onde se faz isto?
Nao percebes que as bolsas sao migalhas no todo nacional? Esta uma noticia no publico que diz: quatro empresas publicas (ANA, CGD, CTT e AdP) gastaram 6.100.000 em remunerações com os seus gestores em 2004, no topo disto a CGD pagou em indemnizacoes aos gestores que acabaram antes de tempo, saneamentos politicos, 4.200.000 de euros.

Se fizeres contas veras que 1000 bolseiros de doutoramento "custam" ao Estado (aos impostos de todos nos) mais ou menos a mesma coisa. Ou seja a maior parte deste dinheiro gasto (em indemnizacoes) e um completo desperdicio, enquanto a formacao avancada de recursos e uma mais valia para o pais, se Portugal os souber aproveitar, e claro.

Ja agora em 2004 nao existiram 1000 bolsas de doutoramento mas menos, ainda nao se sabe o numero oficial. Mais uma das particularidades portuguesas, esconder os dados quando nao se quer que a realidade se conheca.

Paulo

NCortes
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Mensagem por NCortes »

Paulo J. N. Silva Escreveu:
Os emprestimos sao sempre um risco em qualquer situacao. As coisas podem correr bem e conseguires sempre pagar, ou podem correr mal e nao conseguires pagar. Contudo, acho que UM dos caminhos tem que ser esse, emprestimos com pagamentos apos conclusao dos estudos.
Interessante como em Portugal andamos sempre em contramao, nos EUA estao a passar uma lei (bill) para diminuir a quantidade de emprestimo que tem de ser devolvido, para se fazer uma graduacao para as familias da classe media e baixa. Em Portugal o governo PS atraves do Ministro Mariano Gago quer por TODOS a pagar o ensino superior agora com a sua reestruturacao.

Quem tem merito tem que ser ajudado - sem duvida! Mas continuo a "bater" no mesmo ponto, é preciso instrumentos objectivos para medir esse merito. Nao somente antes da bolsa, mas durante a bolsa tambem. Continuo a achar que a forma de avaliacao anual das bolsas é muito suave. Os bolseiros deveriam ter que criar objectivos anuais (especificos da area) que estejam em concordancia para o alcance do objectivo final - o grau de PhD.
Esta ideia e peregrina, ja agora onde se faz isto?
Nao percebes que as bolsas sao migalhas no todo nacional? Esta uma noticia no publico que diz: quatro empresas publicas (ANA, CGD, CTT e AdP) gastaram 6.100.000 em remunerações com os seus gestores em 2004, no topo disto a CGD pagou em indemnizacoes aos gestores que acabaram antes de tempo, saneamentos politicos, 4.200.000 de euros.

Se fizeres contas veras que 1000 bolseiros de doutoramento "custam" ao Estado (aos impostos de todos nos) mais ou menos a mesma coisa. Ou seja a maior parte deste dinheiro gasto (em indemnizacoes) e um completo desperdicio, enquanto a formacao avancada de recursos e uma mais valia para o pais, se Portugal os souber aproveitar, e claro.

Ja agora em 2004 nao existiram 1000 bolsas de doutoramento mas menos, ainda nao se sabe o numero oficial. Mais uma das particularidades portuguesas, esconder os dados quando nao se quer que a realidade se conheca.

Paulo
Acho que ja entendi a perspectiva, dai' nao vou prolongar mais o assunto!

Com os melhores cumprimentos,
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